Encaminhado por Nair Lúcia de Britto
O Tempo, a Natureza e o Trabalho por: Gonçalo Luís Barra
O tempo é o recurso mais escasso que temos. Se ele não for administrado, nada mais poderemos administrar. (...) "(...) Há tempo para nascer, e tempo para morrer. Tempo para plantar, e tempo para arrancar o que se plantou… "
A evolução da actividade comercial vai impor a substituição, do "tempo da Igreja" pelo "tempo dos comerciantes". Alberti (...) concluiu: «Quem souber como não perder o tempo será senhor de tudo o que quiser».
O capitalismo industrial foi a primeira civilização baseada no tempo do relógio e não no tempo do calendário. (...) Quando se produz para um mercado e se visa o lucro, tudo se orienta em função de um cálculo: produzir mais, em menos tempo, com um custo mínimo. O trabalho racionaliza-se. Impõe-se a racionalidade económica. Neste quadro, a resistência do modelo corporativo às pressões do sistema económico, compreensivelmente, não se eternizou. (...) A novidade introduzida pelo espírito capitalista é, "redução da realidade à contabilidade", o que pretende traduzir a ideia do imperativo da análise custo-benefício que corresponde à racionalidade económica.
(...)
As pessoas trabalham cerca de um terço do tempo total de cada dia, (...) O trabalho estabelece ainda o ritmo da semana de cada pessoa, não só fixando classicamente os dias de descanso no Sábado e no Domingo, mas também caracterizando determinados dias, como o primeiro dia de trabalho, o pico da semana, o dia de "desaceleração". (...) um dos critérios (erradamente) dominantes para definir a velhice é a reforma, ou seja, o abandono da vida do trabalho. Com efeito, a "vida activa" de uma pessoa significa o seu compromisso e envolvimento no trabalho, como se a infância e a velhice fossem sinónimos de inactividade…. A invenção da luz artificial que devemos a Edison, há cerca de um século, constitui sem dúvida um grande progresso para a Humanidade. Mas esta invenção genial, por introduzir condições de iluminação diferentes da iluminação natural, é certamente em parte responsável pelo desregramento do nosso sono e dos nossos ritmos biológicos. A luz artificial permite não respeitar os nossos ritmos biológicos e pode modificar o funcionamento dos nossos relógios internos.
(...) A publicação dos trabalhos de Lehman, um investigador Americano, demonstrou que a curva de eficácia no trabalho diminui nitidamente no começo da tarde, entre as 14 e as 16 horas aproximadamente. A actividade
O tempo objectivo, o dos relógios, é o único sobre o qual toda a gente se pode pôr de acordo.
(...) Na realidade existe uma terceira dimensão, a altitude. O espaço, então, tem três dimensões: da esquerda para a direita, de cima para baixo e de frente para trás. O tempo, contudo, segue apenas numa direcção, sempre em frente, pelo que é unidimensional.
É talvez por isso se diz que o tempo é um recurso escasso, insubstituível e irreversível.
Publicada por Blogger em Kriu a 12/08/2010 02:07:00 AM |
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