terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O TEMPO, A NATUREZA E O TRABALHO

Encaminhado por
Nair Lúcia de Britto

O Tempo, a Natureza e o Trabalho
por: Gonçalo Luís Barra

O tempo é o recurso mais escasso que temos. Se ele não for administrado, nada mais poderemos administrar[1].
             (...)           
 
 "(...) Há tempo para nascer, e tempo para morrer. Tempo para plantar, e tempo para arrancar o que se plantou… [4]"
   

 
A evolução da actividade comercial vai impor a substituição, do "tempo da Igreja" pelo "tempo dos comerciantes"[9].
Alberti (...)  concluiu: «Quem souber como não perder o tempo será senhor de tudo o que quiser»[16].

            O capitalismo industrial foi a primeira civilização baseada no tempo do relógio e não no tempo do calendário. 
       
(...) Quando se produz para um mercado e se visa o lucro, tudo se orienta em função de um cálculo: produzir mais, em menos tempo, com um custo mínimo. O trabalho racionaliza-se. Impõe-se a racionalidade económica. Neste quadro, a resistência do modelo corporativo às pressões do sistema económico, compreensivelmente, não se eternizou.            
 
(...) A novidade introduzida pelo espírito capitalista é, "redução da realidade à contabilidade"[28], o que pretende traduzir a ideia do imperativo da análise custo-benefício que corresponde à racionalidade económica[29].
             
           (...)
            As pessoas trabalham cerca de um terço do tempo total de cada dia, (...) O trabalho estabelece ainda o ritmo da semana de cada pessoa, não só fixando classicamente os dias de descanso no Sábado e no Domingo, mas também caracterizando determinados dias, como o primeiro dia de trabalho, o pico da semana, o dia de "desaceleração". (...) um dos critérios (erradamente) dominantes para definir a velhice é a reforma, ou seja, o abandono da vida do trabalho. Com efeito, a "vida activa" de uma pessoa significa o seu compromisso e envolvimento no trabalho, como se a infância e a velhice fossem sinónimos de inactividade…[35].
             
            A invenção da luz artificial que devemos a Edison, há cerca de um século, constitui sem dúvida um grande progresso para a Humanidade. Mas esta invenção genial, por introduzir condições de iluminação diferentes da iluminação natural, é certamente em parte responsável pelo desregramento do nosso sono e dos nossos ritmos biológicos. A luz artificial permite não respeitar os nossos ritmos biológicos e pode modificar o funcionamento dos nossos relógios internos[37].


(...) A publicação dos trabalhos de Lehman, um investigador Americano, demonstrou que a curva de eficácia no trabalho diminui nitidamente no começo da tarde, entre as 14 e as 16 horas aproximadamente[42]. A actividade
           
           
          O tempo objectivo, o dos relógios, é o único sobre o qual toda a gente se pode pôr de acordo[48].
           
           

(...) Na realidade existe uma terceira dimensão, a altitude. O espaço, então, tem três dimensões: da esquerda para a direita, de cima para baixo e de frente para trás. O tempo, contudo, segue apenas numa direcção, sempre em frente, pelo que é unidimensional[52].

            É talvez por isso se diz que o tempo é um recurso escasso, insubstituível e irreversível[53].



[1] MACKENZIE, R. Alec, Managing Time at the Top, Presidents Association, Nova York, 1970, apud, D'SOUZA, Anthony, Liderar com Eficácia, Edições Loyola, São Paulo, 1996, ps. 109,
[2] A Enciclopédia Público, Editorial Verbo/Público, Vol. 19, Lisboa, 2004, p. 8172.
[3] DE MOURA JACINTO, José Luís, O Trabalho e as Relações Internacionais, ISCSP, Lisboa, 2002, p. 25.
[4] Eclesiastes, 3:1, apud DE MOURA JACINTO, José Luís, O Trabalho e as Relações Internacionais, ISCSP, Lisboa, 2002, p. 25.
[5] DE MOURA JACINTO, José Luís, O Trabalho e as Relações Internacionais, ISCSP, Lisboa, 2002, p. 25.

[6] DE MOURA JACINTO, José Luís, O Trabalho e as Relações Internacionais, ISCSP, Lisboa, 2002, p. 25.
[7] LÉVINAS, Emmanuel, Dieu la Mort et le Temps, Éditions Grasset et Fasquelle, Paris, 1993, p. 65, apud DE MOURA JACINTO, José Luís, O Trabalho e As Relações Internacionais, ISCSP, Lisboa, 2002, p. 26.
[8] DE MOURA JACINTO, José Luís, O Trabalho e As Relações Internacionais, ISCSP, Lisboa, 2002, p. 26.
[9] DE MOURA JACINTO, José Luís, O Trabalho e As Relações Internacionais, ISCSP, Lisboa, 2002, p. 26.
[10] LE GOFF, Jacques, Para Um Novo Conceito de Idade Média, Editorial Estampa, 1980, p. 62, apud DE MOURA JACINTO, José Luís, O Trabalho e As Relações Internacionais, ISCSP, Lisboa, 2002, p. 26.
[11] LE GOFF, Jacques, Para Um Novo Conceito de Idade Média, Editorial Estampa, 1980, ps. 62-63, apud DE MOURA JACINTO, José Luís, O Trabalho e As Relações Internacionais, ISCSP, Lisboa, 2002, p. 27.
[12] DE MOURA JACINTO, José Luís, O Trabalho e as Relações Internacionais, ISCSP, Lisboa, 2002, p. 27.
[13] GIMPEL, Jean, A Revolução Industrial na Idade Média, Publicações Europa América, Mem Martins, 1976, p. 163, apud DE MOURA JACINTO, José Luís, O Trabalho e as Relações Internacionais, ISCSP, Lisboa, 2002, p. 27.
[14] DE MOURA JACINTO, José Luís, O Trabalho e as Relações Internacionais, ISCSP, Lisboa, 2002, p. 27.
[15] ECKERT, Henri, Centralité du du Travail, ou Centralité du Salariat?, em Le Travail à l'Épreuve du Salariat, direcção de Paul Bouffartigue e Henri Eckert, L'Harmattan, Paris, 1997, p. 62, apud, DE MOURA JACINTO, José Luís, O Trabalho e as Relações Internacionais, ISCSP, Lisboa, 2002, p. 27.
[16] ADAIR, John, A Gestão Eficiente do Tempo, 2.ª edição, Publicações Europa América, Mem Martins, s/data, depósito legal  n.º 100075/96, p. 24.

[17] LOUÇÃ, Francisco, Coisa da Mecânica Misteriosa…, Edições Afrontamento, Fevereiro de 2000, p. 11.
[18] LOUÇÃ, Francisco, Coisa da Mecânica Misteriosa…, Edições Afrontamento, Fevereiro de 2000, p. 11.
[19] LOUÇÃ, Francisco, Coisa da Mecânica Misteriosa…, Edições Afrontamento, Fevereiro de 2000, p. 12.
[20] DAVIES, Paul, Como construir uma máquina do tempo, Gradiva, Lisboa, 2003, p. 16. // Segundo Kant a física newtoniana, muito embora se confirme pela pela observação, ela não é, no entanto, o resultado de observações mas sim dos nossos próprios métodos de pensar, dos métodos que utilizamos para ordenar as nossas impressões sensoriais, para estabelecermos entre elas uma relação, as assimilarmos, as compreendermos. Não são os dados s«dos sentidos, mas o nosso próprio entendimento - a organização e a constituição do nosso sistema mental de assimilação -  que é responsável pelas teorias científicas. A natureza que conhecemos com a ordem e as suas leis, é o resultado duma actividade ordenadora e assimiladora do nosso intelecto. A formulação desta ideia tal como Kant a fez é brilhante: «O entendimento cria as suas leis... não a partir da natureza, mas prescreve-as à natureza. Cfr. R. POPPER, Karl, Em Busca de Um Mundo Melhor, 3.ª Edição, Editorial Fragmentos, Lda., Lisboa, Novembro de 1992, p. 122.
[21] Cfr. R. POPPER, Karl, Em Busca de Um Mundo Melhor, 3.ª Edição, Editorial Fragmentos, Lda., Lisboa, Novembro de 1992, p. 120, e 121.

[22] DAUNE-RICHARD, Anne Marie, Travail et Citoyenneté: Un Enjeu Sexué Hier et Aujourd'hui, em Le Travail à l'Épreuve du Salariat, direcção de Paul Bouffartigue e Henri Eckert, L'Harmattan, Paris, 1997, p. 95, apud, DE MOURA JACINTO, José Luís, O Trabalho e as Relações Internacionais, ISCSP, Lisboa, 2002, p. 27.
[23] Méda, Dominique, Le Travail, Une Valeur en Voie de Disparition, Aubier, Paris, 1995, p. 63, apud, DE MOURA JACINTO, José Luís, O Trabalho e as Relações Internacionais, ISCSP, Lisboa, 2002, p. 27.
[24] MARX, Karl, 1867:64, sem correspondência na relação de autores citados, apud, LOUÇÃ, Francisco, Coisa da Mecânica Misteriosa…, Edições Afrontamento, Fevereiro de 2000, p. 14.
[25] ADAIR, John, A Gestão Eficiente do Tempo, 2.ª edição, Publicações Europa América, Mem Martins, s/data, depósito legal  n.º 100075/96, p. 25.
[26] DE MOURA JACINTO, José Luís, O Trabalho e as Relações Internacionais, ISCSP, Lisboa, 2002, p. 28.
[27] WEBER, Max, O Espírito Protestante e a Ética do Capitalismo, Editorial Presença, Lisboa, 1983, p. 16, apud, DE MOURA JACINTO, José Luís, O Trabalho e as Relações Internacionais, ISCSP, Lisboa, 2002, p. 28.
[28] GORZ, André, Métamorphoses du Travail, Quête du Sens – Critique de la Raison Economique, Éditions Galilée, Paris, 1995, p. 32, apud, DE MOURA JACINTO, José Luís, O Trabalho e as Relações Internacionais, ISCSP, Lisboa, 2002, p. 28.
[29] DE MOURA JACINTO, José Luís, O Trabalho e as Relações Internacionais, ISCSP, Lisboa, 2002, p. 28.
[30] SHUMPETER, Joseph A., Capitalisme, Socialisme et Démocratie, Editions Payot, Paris, 1972, p. 170, apud, DE MOURA JACINTO, José Luís, O Trabalho e as Relações Internacionais, ISCSP, Lisboa, 2002, p. 29.
[31] COMBY, Bruno, O Elogio da Sesta, Livros do Brasil, Lisboa, 1993, ps. 44, e 45.
[32] COMBY, Bruno, O Elogio da Sesta, Livros do Brasil, Lisboa, 1993, p. 46.
[33] DORON, Roland, PAROT, François, Dicionário de Psicologia, CLIMEPSI, Lisboa, 1.ª edição, Outubro de 2001, p. 735, apud, RICHELLE, M., tempo.
[34] DORON, Roland, PAROT, François, Dicionário de Psicologia, CLIMEPSI, Lisboa, 1.ª edição, Outubro de 2001, p. 735, apud, RICHELLE, M., tempo.
[35] RAMOS, Marco, Desafiar o Desafio…, Editora RH, Lisboa, 2001, p. 63.
[36] DORON, Roland, PAROT, François, Dicionário de Psicologia, CLIMEPSI, Lisboa, 1.ª edição, Outubro de 2001, p. 735, apud, RICHELLE, M., tempo. Acerca de experiências em estado de isolamento total, ver COMBY, Bruno, O Elogio da Sesta, Livros do Brasil, Lisboa, 1993, ps. 55, e 56.
[37] COMBY, Bruno, O Elogio da Sesta, Livros do Brasil, Lisboa, 1993, p. 47.
[38] COMBY, Bruno, O Elogio da Sesta, Livros do Brasil, Lisboa, 1993, p. 47.
[39] COMBY, Bruno, O Elogio da Sesta, Livros do Brasil, Lisboa, 1993, ps. 47, e 48.
[40] COMBY, Bruno, O Elogio da Sesta, Livros do Brasil, Lisboa, 1993, p. 48.
[41] COMBY, Bruno, O Elogio da Sesta, Livros do Brasil, Lisboa, 1993, ps. 48, e 49.
[42] LEHMAN, G., Biological Cycles and Performances of Work, Nova Iorque, 1962, p. 285, apud, COMBY, Bruno, O Elogio da Sesta, Livros do Brasil, Lisboa, 1993, p. 49.
[43] DORON, Roland, PAROT, François, Dicionário de Psicologia, CLIMEPSI, Lisboa, 1.ª edição, Outubro de 2001, p. 197, apud, RICHELLE, M., cronobiologia.
[44] EINSTEIN, Albert, O Significado da Relatividade, na tradução de: SILVA, Mário, Gradiva, Lisboa, 2003, p. 11.
[45] EINSTEIN, Albert, O Significado da Relatividade, na tradução de: SILVA, Mário, Gradiva, Lisboa, 2003, ps. 11, e 12.
[46] EINSTEIN, Albert, O Significado da Relatividade, na tradução de: SILVA, Mário, Gradiva, Lisboa, 2003, p. 12.
[47] Neste sentido, EINSTEIN, Albert, O Significado da Relatividade, na tradução de: SILVA, Mário, Gradiva, Lisboa, 2003, ps. 11 e 12.
[48] GAUQUELIN, Michel e Françoise, e outros, Dicionário de Psicologia, Verbo, Lisboa – São Paulo, 1980, p. 537.
[49] SILVA, Mário, na tradução de EINSTEIN, Albert, O Significado da Relatividade, Gradiva, Lisboa, 2003, p. 8.
[50] PARKER, Barry, A Descoberta De Einstein…, Edições 70, Lisboa, s/ data, Depósito Legal n.º 188389/02, p. 63.
[51] Neste sentido, PARKER, Barry, A Descoberta De Einstein…, Edições 70, Lisboa, s/ data, Depósito Legal n.º 188389/02, p. 63.
[52] Neste sentido, PARKER, Barry, A Descoberta De Einstein…, Edições 70, Lisboa, s/ data, Depósito Legal n.º 188389/02, p. 63.
[53] Ver ADAIR, John, A Gestão Eficiente do Tempo, 2.ª edição, Publicações Europa América, Mem Martins, s/data, depósito legal  n.º 100075/96, p. 17.
[54] Neste sentido, BÖCHER, Steen B., HOFFMEYER, Henrik B., Scan Globe A/S,, Dinamarca, 1976, p. 9.
[55] Neste sentido, Grande Atlas do Mundo, Público/Planeta Agostini, vários Autores, Direcção da edição portuguesa, NOBRE, José, VITORINO, Nuno, 1982 – 1988 – 1993, p. 4.
[56] A Enciclopédia Público, Editorial Verbo/Público, Vol. 19, Lisboa, 2004, p. 8172.
[57] A Enciclopédia Público, Editorial Verbo/Público, Vol. 19, Lisboa, 2004, p. 8172.
[58] Ver A Enciclopédia Público, Editorial Verbo/Público, Vol. 19, Lisboa, 2004, p. 8172.
[59] Ver A Enciclopédia Público, Editorial Verbo/Público, Vol. 19, Lisboa, 2004, p. 8172.
[60] BÖCHER, Steen B., HOFFMEYER, Henrik B., Scan Globe A/S,, Dinamarca, 1976, p. 9.
[61] Neste sentido, Grande Atlas do Mundo, Público/Planeta Agostini, vários Autores, Direcção da edição portuguesa, NOBRE, José, VITORINO, Nuno, 1982 – 1988 – 1993, p. 4.
[62] Grande Atlas do Mundo, Público/Planeta Agostini, vários Autores, Direcção da edição portuguesa, NOBRE, José, VITORINO, Nuno, 1982 – 1988 – 1993, p. 4.
[63] A Enciclopédia Público, Editorial Verbo/Público, Vol. 19, Lisboa, 2004, p. 8172, e 8173.
[64] Ver, PERESTELLO BOTELHEIRO, A., Fuso Horário, Enciclopédia Luso Brasileira de Cultura, s/ data, depósito legal: B 39.233-1977, vol. 8, p. 1831.
[65] Ver, PERESTELLO BOTELHEIRO, A., Fuso Horário, Enciclopédia Luso Brasileira de Cultura, s/ data, depósito legal: B 39.233-1977, vol. 8, p. 1831.
[66] Ver, PERESTELLO BOTELHEIRO, A., Fuso Horário, Enciclopédia Luso Brasileira de Cultura, s/ data, depósito legal: B 39.233-1977, vol. 8, p. 1831.
[67] A Enciclopédia Público, Editorial Verbo/Público, Vol. 19, Lisboa, 2004, p. 8172, e 8173.
[68] Ver, PERESTELLO BOTELHEIRO, A., Fuso Horário, Enciclopédia Luso Brasileira de Cultura, s/ data, depósito legal: B 39.233-1977, vol. 8, p. 1831.
[69] Ver, PERESTELLO BOTELHEIRO, A., Fuso Horário, Enciclopédia Luso Brasileira de Cultura, s/ data, depósito legal: B 39.233-1977, vol. 8, p. 1831.
[70] Ver, PERESTELLO BOTELHEIRO, A., Fuso Horário, Enciclopédia Luso Brasileira de Cultura, s/ data, depósito legal: B 39.233-1977, vol. 8, p. 1831.
[71] A Enciclopédia Público, Editorial Verbo/Público, Vol. 19, Lisboa, 2004, p. 8172, e 8173.
[72] A Enciclopédia Público, Editorial Verbo/Público, Vol. 19, Lisboa, 2004, p. 8172, e 8173.


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Kriu a 12/08/2010 02:07:00 AM

 

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