sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

CONSTATAÇÃO



CONSTATAÇÃO

Os mortos estão mortos
e os vivos estão para morrer

A vida corre pelos corredores
e todos vãos abertos estão
para a veia e a cova
somos tudo nada
somos nada tudo
em vão
sim e não
absolutamente
grão
fome e pão
somos não
Infinitamente
chão

Hideraldo Montenegro


HUMANO CANTO
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CONSUMADO



CONSUMADO

Não importa mais
estas veias, este sangue
esta teia, este mangue

Não importa mais
este dinheiro, este whisk,
este isqueiro, este trejeito

Não importa mais
Este nome, esta data
Esta farsa, esta falta

Não importa mais
estes olhos, esta pele
esta língua, este tinteiro

Não importa mais
porque todos os sentidos
agora são iguais

Hideraldo Montenegro


HUMANO CANTO
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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

ÓRGIA FÚNEBRE




ORGIA FÚNEBRE

Comam-me todos os vermes
Façam a festa, se fartem
neste bacanal humano
que ofereço
Involuntariamente

Para mim,
pouco importa
os risos e os choros

-no fim
tudo é gozo
de alguém

Hideraldo Montenegro


HUMANO CANTO
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O FIM DE UM MUNDO. A FALÊNCIA DO CAPITALISMO?

Encaminhado por
Nair Lúcia de Britto

 

NAPOLEONI, Loretta, O Fim de Um Mundo. A Falência do Capitalismo?. Lisboa: ed. Presença, 2010 (ca. 151 pp.e 13 euros)

 

"Injectar dinheiro nos cofres dos bancos como Citigroup, o HBDS e alguns bancos europeus (...) não faz sentido porque a economia irá (...) contrair-se e estes bancos não conseguirão sobreviver  pelo simples facto de que o que os mantinha de pé e os fazia crescer era o jogo financeiro e não a actividade bancária tradicional.

 

É melhor usar este longo período de recessão para reestruturar o sistema financeiro (...)

 

É melhor racionalizar o sector bancário e salvar apenas a parte que serve para manter a economia à tona de água. Passada a tempestade quem é que nos impede de o privatizar? É o que sugerem muitos economistas, entre os quais Krugman, mas a palavra nacionalização ainda parece sinónimo de socialismo.

 

Se os derivados criaram activos tóxicos porque não aboli-los? Porque é que se há-de obrigar o contribuinte a suportar empresas seguradoras que se comportaram como hedge funds, que criaram e venderam credit default swaps, que na verdade fizeram apostas sobre o pano verde sem ter capital para o fazer?

 

O Estado deve abolir estes produtos e retirar destas empresas a parte seguradora deixando falir o resto. Os prejuízos irão atingir quem estava mais exposto ao risco, bancos e financeiros praticantes de jogos de azar (...)

 

Um olhar sobre a AIG  (a mais importante empresa seguradora americana) ilustra bem este conceito: uma boa parte dos 180 mil milhões de dólares recebidos por ela acabou nos bolsos de bancos que detinham credit default swaps que a AIG não podia honrar. Nem a empresa seguradora nem o governo americano quiseram tornar públicos os nomes dos beneficiários, mas Wall Street sabe bem que se trata de ex-bancos de investimento como o Goldman Sachs e o Merryl Lynch.

 

Se a alta finança se divertia com jogos de azar, então que pague as consequências dessa loucura em vez de sugar os dinheiros que são necessários para a retoma económica" (p.143) --
Publicada por Blogger em Kriu a 12/28/2010 05:39:00 PM

 
28 de dezembro 20l0

 

TRINCHEIRA



TRINCHEIRA

Que venham as cegonhas
Que venham os abraços abertos
Que venha o sorriso leve fixo certo
Que venham as mentiras as verdades e as vergonhas
Que venham o vôo e o pouso e os netos
Que venham todos os aeroportos
Que venham e passem todos
que preciso continuar em campo aberto
vivo ou morto

Hideraldo Montenegro


HUMANO CANTO
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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

DESPEDIDA



DESPEDIDA

Não me esperem para o jantar
Não me esperem nas esquinas
Não sejam bestas em me esperar
Sigam em frente
Escovem os pés penteiem os dentes
Façam a festa
Cantem dancem
e soltem todos os seus fantasmas
de mim
e vela não precisam acender

Digam apenas adeus
e me deixem em paz
que daqui não saio mais

-Afinal, este meu silêncio
não é convincente?


Hideraldo Montenegro


HUMANO CANTO
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QUANDO JANEIRO CHEGAR


Quando janeiro chegar, com ele virá mais um ano, mais um Carnaval, mais feriados e, ali, logo ali, mais um fim de ano!
É impressionante como o tempo parece passar cada vez mais rápido, num turbilhão, quase sem percebermos: na velocidade do som, que ensurdece, sem se fazer entender; ou da luz, que cega, em vez de iluminar.
E porque isso?
Creio que Caetano sintetizou bem esses novos tempos em uma de suas canções, quando explicou: “É tanta coisa para a gente saber”!
De fato, hoje existe tanta coisa para nos distrair; tanta coisa para ter, parecer ou, simplesmente, aparecer, que a gente perdeu a noção do tempo e, não raro, só o percebemos quando ele já passou.
Aí, quando chega dezembro começamos a fazer planos para o ano seguinte.
Para muitos, esses planos são apenas a repetição dos anteriores, só mudando de versão, tecnologicamente falando. Um novo equipamento que faça muito mais coisas, muito mais rápido e em muito maior quantidade, embora você não use nem 0,5% desse potencial antes de considerá-lo ultrapassado, já de olho na novidade “indispensável”, que você precisa ter para outros verem!
Também pode ser uma viagem exótica, luxuosa, cara e exclusiva, daquelas que você precisa avisar todo mundo que vai fazer e, depois, contar para todo mundo que fez, com todos os detalhes.
Pode ser, ainda, comprar toneladas de roupas de grife, ou jóias, ou sei lá mais o quê, para que os outros vejam ou, quando não for tão evidente, você, mesmo sem perguntarem, diga onde comprou e quanto pagou, ou considere que quem não notou não tem o seu “nível”.
Esse materialismo faz com que a gente se cubra com tantos espelhos, que deixa de notar que todo esse brilho não emana de nós: é apenas reflexo do que nos envolve.
Como a gente seria sem esses adereços: fisicamente nu?
Como a gente seria sem esses penduricalhos: espiritualmente nu?
A mesma música de Caetano, de certa forma, também sugere uma reflexão: “Eu preciso aprender a só ser!”, embora essa frase dê margem a múltiplas interpretações.
Mas aí está uma das coisas mais humanas que existem: interpretar! É quando saímos da regra, que escraviza, para a reflexão, que pode libertar! Uma reflexão que depende de outro tipo de espelho: o interior, que reflete o que somos para nós mesmos; que não precisa convencer ninguém de nada; que não precisa mostrar algo; que não carece de aplausos, nem precisa de público.
Mas interpretar também pode ter outras interpretações, como agir ou tentar ser alguém que não se é, como se isso ajudasse a não perceber o tempo passar, ou distraísse de coisas que não se quer enfrentar.
Nesse sentido, 2011 pode ser apenas mais um ano que mal começa já termina; mais um ano sem sentido, dependendo do sentido que lhe for dado.
Mas, quando janeiro chegar, também poderá ser o primeiro mês de um ano de muita felicidade buscada, merecida e alcançada; de muito amor sincero e, principalmente, em que cada segundo será vivido consciente e apaixonadamente, em plenitude. Tempo em que o espelho da alma talvez nos permita ver além das aparências; refletir, em vez de espelhar; iluminar, em vez de ofuscar.
Assim, que em 2011 a esperança nos dê asas, mas que a ilusão não nos tire da realidade; que não sejamos iludidos e que não enganemos nem aos outros nem, sobretudo, a nós mesmos.
Quem sabe, então, vejamos o tempo passar como uma suave brisa, que nos leve com ele!
Feliz 2011!
Adilson Luiz Gonçalves
Mestre em Educação
Escritor, Engenheiro, Professor Universitário e Compositor

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Romance A NOITE DOS PEREGRINOS, de Henrique Bon




Pequena Resenha Crítica

NOITE DOS PEREGRINOS


“Se eu pudesse eu abrir um buraco/
Metia os pés dentro, criava raiz/
Virava coqueiro, trepava em mim mesmo/
Colhia meus cocos, meus frutos, feliz”

Antonio Vieira


-Finalmente, num ano difícil (o pior ano de minha vida) acabei de ler o livro “A Noite dos Peregrinos”, romance de Henrique Bom, Editora Imagem Virtual, Ano 2008, 352 páginas. Muito interessante. Gostei da qualidade da obra, um romance historial bem diferenciado. Confesso que demorei para pegar no breu, entrar mesmo na história cheia de particularidades iniciais, detalhes próprios de uma história do estilo, inúmeros personagens indo e vindo, claro, dando base ao todo, com os tantos detalhes iniciais de suporte para o desenrolar de atos e fatos, mas depois peguei gosto mesmo, acabei de algum modo encantado com a leitura, certamente que belo fruto de estudos e pesquisas; Henrique Bon um médico proseador de fina sensibilidade, domínio da narrativa, pontuando ali os primórdios de um país em inicio de formação, dando-nos uma visão do que foram as primeiras levas de imigrações para o Brasil dos tempos em que a água bebia a onça.

O autor médico fez uma obra que nos dá uma exata e importante (e bela) visão específica de como foi a leva histórica da primeira imigração nos entremeios da escravatura em fase terminal, do meio pra frente a obra pega suporte, enredo e dinâmica narrativa, confere-se muito bem escrita, extremamente densa, daí é uma beleza até o final, cativando, surpreendendo, feito um talentoso trabalho de fôlego, certamente que um romance e tanto.

-Do currículo literário do autor, Henrique Bon pode se dizer que nasceu em Nova Friburgo, de um clã com raízes originárias na migração de 1819. Do trisavô Henri Bon, “cafeicultor nascido em Genève e falecido na serra fluminense, acabaria por herdar, além do nome de batismo, todo o acervo documental, conservado através dos anos em um armário de sua antiga fazenda, o que lhe impregnaria, desde a infância, das histórias relacionadas à migração”. Henrique Bon é formado em medicina pela Universidade Federal Fluminense, exerce a especialidade de Psiquiatria. Escreveu também os livros "O Único Olho de Lourenço Arribas (contos), "Imigrantes", (ensaio histórico sobre a migração). É ainda escultor em bronze, participando de individuais e coletivas no Rio de Janeiro, B rasília, Niterói, Nova Friburgo e Amsterdã.

Pois a “Noite dos Peregrinos” em suas contações mirabolantes diz da primeira imigração suíça para o Rio de Janeiro, gente que se fixou em Nova Friburgo, na época do Brasil metrópole, durante o primeiro e segundo impérios. De inicio o protagonista Henri Cougnard, luterano calvinista lotado ainda na terra natal de onde emigrará, a narrativa vai abundando dados, personagens, apurando a leitura e demorando a entrar nos feitios dos causos e sequenciais. O personagem principal é Cougnard, um jovem aventureiro de família pequeno-burguesa que sobrevive da fabricação dos famosos relógios e de religião calvinista, que resolve correr riscos e encarar a promovida empreita de “fazer a américa” no Brasil. De linguagem apurada, bonita, aqui e ali bem poética e meio que filofósica por assim dizer, muito humanista até, mais os dados de Helvécia e decursos no entorno da iniciação.

Quando os imigrantes peregrinos sonhadores estão nos pântanos de Mijl, personagens emergem, de Grandjean, o bruto, Porchat, o ex-combatente, Porcelet, o capitão puxa-saco, e muitos outros que acompanharão o Cougnard em sua sina. Depois o livro vira meio que uma excelente fábula; aqui e ali meio plantador de sonhos e acontecências, em busca de um paraíso na ameríndia ainda em fase inicial, com seus problemas, mais os percalços de viagem, onde a morte sim, a morte, é a personagem principal que, clandestina ou não, vai a viagem inteira ceifando almas viajosas. Que viagem é a morte? Que loucura é a vida? Viver não é pré pago?.

“...a partir de então Henri Cougnard decidiu que, para o bem ou para o mal, não abandonaria mais o grupo. Dormiria ao relento se preciso fosse., ou sobre o duro madeirame do barco. Não mais procuraria hotéis ou estalagens, para o seu conforto pessoal de burguês. Gradualmente convertia-se em um deles, e como em poucas vezes de sua curta existência, sentia estar vivo” (Pg 62)

No navio, entre outros em rotas pertinentes, finalmente assoma-se o personagem John Both, feito assim uma espécie de “lobo-do-mar” que se torna um amigo fiel de Cougnard, feito escudeiro de circunstancias. Suas entradas palavriais feitas ao “mão-verde” dão um colorido especial à narrativa, entre reminiscências da própria aventura, dos sofrimentos, das dificuldades que nunca abandonarão aquelas pessoas que se meteram numa espécie de aventura sem bilhete de retorno.

Cougnard sai da Suíça aos 21 anos de idade, passa a historia entre o presencial e as sofrências nauticas, e, rendido às saudades de pessoas que da terra-mãe a se distanciar, sofrendo os dezelos dessa espécie de exílio voluntário, entre mares de angústia, arraias miúdas do entorno, sargaços humanos, e, na bucólica e selvagem terra brasilis como todo mundo quer fazer fortuna, e assim, entre o bucólico e o pitoresco do selvagem e inóspito Brasil imperial, as tristices humanas, o homem explorando o homem, os coronelatos da igreja católica com seus deslizes, emocionando aqui e ali com a bruteza da vida ao deus-dará, dos homens brucutus, da igreja já decrépita e sem escrúpulos, entre escravos, a arraia miúda, fugidos, mestiços, índios, colonizadores sem escrúpulos, clarificando no romance o Brasil de então, não muito diferente do de hoje, já então de propriedades roubos, lucros impunes, riquezas injustas, como pregou São Lucas. Henrique Bon é sim, um ótimo romancista, inclusive de formação e linha ficcional; escreve muito bem, tem talento e lucidez fora de série, lançou um clássico, entre a liberdade de ficção e a realidade pesquisada, variantes de inteligência, conhecimento da causa e cultura no narrar com qualidade e estilo.
A Noite dos Peregrinos daria um filme e tanto, para a imaginação ser recompensada ao narrar essa imigração com grandezas, aventuras, riscos e conquistas, mais bravezas e contentezas, claro, como a própria viagem de existir.
-0-

BOX
A NOITE DOS PEREGRINOS – Romance, 352 páginas
Editora Imagem Virtual
Nova Friburgo, RJ –
www.editoraimagemvirtual.com.br
Autor Henrique Bom

-0-

Silas Correa Leite – Sampa/Santa Itararé das Artes
Teórico da Educação, Jornalista Comunitário, Conselheiro em Direitos Humanos, Poeta, Ficcionista, Resenhista, Ensaísta, pós-graduado em Literatura na Comunicação, USP
Prêmio Lygia Fagundes Telles Para professor Escritor
Autor de Porta-Lapsos, Poemas, e Campo de Trigo Com Corvos, Contos Premiados, Finalista do Prêmio Telecom, Portugal, ambos à venda no site
www.livrariacultura.com.br
E-mail: poesilas@terra.com.br
Blogue premiado do UOL: www.portas-lapsos.zip.net


31 DE DEZEMBRO: DIA DA PROMESSA?



Comemorar com familiares, reunir amigos para festejar ou brindar, mesmo que sozinho, a passagem do ano novo é, sem dúvida, um momento especial na vida do ser humano. A alegria é a soma da descontração, multiplicada com a esperança de mudanças pessoais e profissionais. O interessante é que, além da festa, há também muitas promessas, que normalmente não passam de juramentos soltos ao vento. Acostumados com um ambiente de comodismo, tranquilidade e previsibilidade, a reação de algumas pessoas é a paralisia de visão, que impede o aproveitamento das oportunidades. Começar um novo ano exige planejamento, sem abandonar as marcas das experiências passadas. Observe nos dois itens a seguir, como usar o dia 31 de dezembro para prometer menos e fazer mais em 2011.
O placar da mudança de resultados – Durante uma entrevista em um programa de televisão, o apresentador me pediu um exercício prático, para os telespectadores aplicarem o compromisso de prometer menos e fazer mais em 2011. Sugeri a criação de um placar, a ser colocado em um local visível. Nesse placar deveria constar o nome, versus a palavra medo. Cada vez que o medo vencer o seu sonho, ganha um ponto. Quando você acreditar no seu potencial, superar desafios e conquistar seu objetivo, você ganha um ponto. Há necessidade de se comprometer com a marcação dos pontos. Com o resultado será possível perceber, no final de cada mês, quanto o medo foi capaz de derrotar o sonho. O seu placar da mudança de resultados, não pode de maneira alguma, ser inferior ao medo. Digo sempre que: “O medo de fracassar levou inúmeras pessoas a desistirem da concretização de seus sonhos”. Por medo, muitas pessoas deixam de ser felizes, de conquistar a carteira de habilitação, de ingressar em uma faculdade, ou concorrer a um cargo melhor na empresa. Qual será o seu placar no final de 2011?
A necessidade é a base da inovação – Fiquei surpreso, ao solicitar uma pizza por telefone e o entregador perguntar, com toda cordialidade, se eu gostaria de pagar com cartão de crédito. Quando perguntei sobre esse procedimento, o entregador respondeu: “Na pizzaria assumimos o compromisso de fazer a diferença e para nós, uma promessa é dívida a ser cumprida”. Estabelecer metas, ter disciplina para cumpri-las e praticar o exercício de inovar, estabelece um importante diferencial, diante de pessoas que somente prometem e nada fazem. O exemplo do cartão de crédito da pizzaria pode ser uma demonstração prática, para perceber que há empresas que assumem a realização de suas promessas. E na vida pessoal? Quantas pessoas prometem chegar no horário, assumem o compromisso de emagrecer, falam em ser diferentes nos comportamentos, mas não ampliam horizontes emocionais? Não esqueça que sonhos extraordinários demandam comprometimento, esforços e pensamentos excepcionais. 
Uma meta assumida por você merece um espaço privilegiado de seu próprio tempo. Requer criar uma linha de chegada imaginária entre o discurso e fazer da realização de seus projetos, sonhos e desejos uma verdadeira inspiração. Que tal registrar em um papel as promessas do dia 31 de dezembro, conferir a cada mês e monitorar o seu placar da mudança de resultados? Não abra caminho para a ineficácia e não entre em uma zona de conforto. Seja uma pessoa honesta com você e perceba que as desculpas podem ser substituídas por resultados. Permita que suas promessas sejam como a flecha de um arqueiro, na direção certa do alvo.
Dalmir Sant’Anna – Palestrante comportamental, Mestrando em Administração de Empresas, Pós-graduado em Gestão de Pessoas, Bacharel em Comunicação Social e Mágico profissional. Autor do livro "Menos pode ser Mais" e do DVD com o tem “Comprometimento como fator de Diferenciação”. Visite o site:www.dalmir.com.br

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

FELIZ NATAL, FELIZ ANO NOVO!

Desejo a todos 
Feliz Natal...
E um Ano Novo com muitas alegrias
Prosperidade, saúde, felicidade 
E  muita harmonia! 
 
                                nair lúcia de britto

Boas Festas!!!

Encaminhado por
Nair Lúcia de Britto 

 

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

O que pensar do Natal?

Fernanda Leite Bião1

 

O que pensar do Natal? Uma época de tanto movimento social, abre e fecha de presentes. Papai Noel passeando por aí, em suas carruagens, em ambientes sofisticados. Sonhos e fantasias nos olhares dos pequeninos, que tanto esperam um momento mágico e, por que não dizer?, de nós, também, eternos velejadores, entre oceanos de sonhos, desejos e fantasias.

Acredito que toda criação humana tenha sua importância, mas amo pensar na raiz, no radical, no principio em que tudo começou. Assim...

Era uma vez uma história de Natal...

Menino nascendo, reis magos, animais acalentadores, uma mulher e um homem a caminho de sua cidade Natal, para o recenseamento. Estrela que brilha lá longe! Longe e perto de nós. A luz que se procura. Esclarecimento, conhecimento, paz, amor. A estrela brilha, é a figura que se destaca, a escuridão agora só é o fundo de uma pintura bonita que retrata uma história.

Jesus nasce! Nasce e se desenvolve em meio a homens e mulheres, carneiros e ovelhas, escolhidos e malditos. Nasce, cresce e se desenvolve, abrindo novas paragens, construindo novos olhares, educando pelas parábolas e trazendo às pessoas a esperança e a possibilidade da desenvoltura de sua autonomia, para se lançar a uma vida diferente e melhor. Cegos que são cegos e cegos não cegos voltam a enxergar. Ouvidos ouvem pela primeira vez a palavra e as pernas começam a se movimentar. Vejo o toque da liberdade da humanidade a se humanizar.

Jesus nasce! Em várias crenças, em várias casas, em várias mesas, nos olhares e nos cânticos de adoração.

Entretanto, o meu desejo hoje é que Ele nasça em seu coração! Muita paz!

 

1 Psicóloga e Orientadora Profissional. Bacharela em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas). E-mail: fernandabiao9@hotmail.com.

 

poesia

 

                                        Quem quer seguir a Jesus

 

Quem quer seguir a Jesus...

Deve andar como ele andou...

Deve sempre fazer o bem,

E amar como ele amou.

 

Tem de ser pessoa justa.

E voltada para o bem...

Amar aos seus amigos.

E inimigos também.

 

Se quisermos galgar o céu.

Não é com facilidade,

Além de fazermos o bem.

E de termos honestidade.

Não podemos ter na mente

Nem um pouco de maldade.

Vivaldo Terres

 

 

 

 

 

 

Feliz Natal!

 

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Confira o ministério de Dilma


PT
Guido Mantega (Fazenda)
Alozio Mercadante (Ciência e Tecnologia)
Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral)
José Eduardo Cardozo (Justiça)
Antonio Palocci (Casa Civil)
Paulo Bernardo (Comunicações)
Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio)
Miriam Belchior (Planejamento)
Ideli Salvatti (Pesca)
Maria do Rosário (Direitos Humanos)
Fernando Haddad (Educação)
Alexandre Padilha (Saúde)
Luiza Bairros (Igualdade Racial)
Tereza Campelo (Desenvolvimento Social)
Luiz Sérgio (Secretaria de Relações Institucionais)
Iriny Lopes (Secretaria das Mulheres)
Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário)
PMDB
Wagner Rossi (Agricultura)
Pedro Novais (Turismo)
Garibaldi Alves (Previdência)
Edson Lobão (Minas e Energia)
Moreira Franco (Secretaria de Assuntos Estratégicos)
Nelson Jobim (Defesa) - Cota pessoal
PR
Alfredo Nascimento (Transportes)
PDT
Carlos Lupi (Trabalho)
PP
Mário Negromonte (Cidades)
PC do B
Orlando Silva (Esporte)
PSB
Fernando Bezerra Coelho (Integração Nacional)
Leônidas Cristiano (Portos)
Sem filiação partidária
Alexandre Tombini (Banco Central)
Helena Chagas (Comunicação Social)
Antonio Patriota (Relações Exteriores)
Izabella Teixeira (Meio Ambiente)
Ana de Hollanda (Cultura)
Luís Inácio Lucena Adams (Advocacia-Geral da União)
Jorge Hage (Controladoria-Geral da União)
José Elito Carvalho Siqueira (Gabinete da Segurança Institucional)

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Atlético PR é destaque em uso de recursos publicitários

Marketing | domingo, 19 de dezembro de 2010, 14h29 (atualizada em 19 de dezembro de 2010, 17h37)

Atlético é destaque em uso de recursos publicitários

Por: Furacao.com

Foto Destaque

Philco teve divulgação com a boa campanha do Atlético [foto: Julia Abdul-Hak]

Segundo o estudo da Trevisan Gestão do Esporte, o Atlético foi o clube que melhor soube utilizar os recursos de publicidade na disputa do Campeoanto Brasileiro de 2010. Os patrocínios da Philco e HDI foram responsáveis por R$ 4 milhões ao Furacão, que terminou a competição em 5º colocado. "O Atlético foi o que mais alavancou o investimento. Transformou R$ 4 milhões em uma 5.ª posição no campeonato, o que é um resultado bastante representativo", analisou Andressa Rufino, que coordenou a pesquisa.

Segundo a reportagem de Altair Santos para o portal Ig Esporte, os clubes campeões de faturamento com publicidade no uniforme foram Corinthians (R$ 59,5 milhões), Flamengo (R$ 57 milhões), São Paulo (R$ 46 milhões), Palmeiras (R$ 27,7 milhões), Santos (R$ 24,5 milhões), Cruzeiro (R$ 23 milhões), Grêmio (R$ 22,1 milhões), Vasco (R$ 21,2 milhões), Atlético-MG (R$ 21 milhões) e Fluminense (R$ 18,5 milhões). "É uma diferença muito discrepante, mas mesmo assim o Atlético deu um retorno muito interessante aos seus patrocinadores", destaca Andressa Rufino, que é também autora do livro "Arena Multiuso: um novo campo nos negócios".

Rufino também analisou a utilização do naming rights que o Atlético manteve até 2008 com a Kyocera. Para ela, o país ainda não está pronto para esse tipo de parceria. "É preciso um trabalho maior junto à própria imprensa, para que a marca seja melhor exposta, e também junto ao próprio torcedor, para que ele valorize o investidor e ajude a salientar a marca", disse.

Para ela, a publicidade na Arena da Baixada tende a crescer com a a proximidade da Copa do Mundo de 2014. "O investimento no Brasil está numa linha muito crescente. Em breve, estará próximo da realidade europeia. O que falta hoje é maior organização dos clubes e saber usar bem esses recursos. O Atlético, com o 5.º lugar, mostrou que está aprendendo a lição", concluiu.
 

 

 http://www.furacao.com/materia.php?cod=34981

 


 

 

Johnny Notariano - EM QUESTÃO


NATAL
ANO NOVO E PERDÃO
Johnny Notariano
USP - 2010
                                                                                                                                                                           
 
 

Mês de dezembro. A atmosfera do Natal envolve todas as pessoas de uma maneira fácil de notar pela expressão no rosto.   A alegria estampada; presentes; desejos a se realizar. Momentos mágicos de confraternização. Luzes coloridas e músicas alusivas completam a dinâmica do mês de dezembro.
 
Nem tudo é alegria, no fundo se percebe em muitos, a solidão; a tristeza camuflada e o desalento que assimila grandes mágoas. Para alguns a esperança, a certeza, para outros, a dúvida e a incerteza. É mesmo assim, ninguém é feliz completamente, sempre falta alguma coisa. Ricos não faltam bens; dinheiro; o pobre de acostumado que está com privações, nem reclama a falta que faz o dinheiro. É muito difícil a comparação porque se sabe que o dinheiro é conforto e não felicidade.
 
Será que o religioso independente da posição social ou financeira contempla também incertezas e desamor ao praticar a fé? Acredito que sim, hoje nesse mundo de crueldade, egoísmo e ganância o homem tem que acreditar em um poder supremo que oferece luz e esperança ao procurar respostas para o sofrimento.
 
Em um desses dias natalinos ao deixar o expediente na Universidade me deparei com um coral que executava uma canção \First of May\ seguida de outra \We Wish You a Merry Cristmas\. Parei, ouvi a melodia que me tocou o coração. A meu lado um professor amigo reparou que algumas lágrimas escorriam por meu rosto e comentou – Sua emotividade está a mil! – Eu comentei a mesma coisa ao ver que os olhos dele também marejavam de lágrimas.
 
É a realidade do mês de Natal, ninguém sabe o que acontece com o outro, apenas percebemos alguma coisa diferente e sem afirmar nada, sentimos mais, o individualismo que paira no ar emanado de pessoas que parecem insensíveis.
 
Mistura-se a alegria do Natal e a chegada do novo ano que se aproxima com euforia. Sonhos e mudanças para melhor; renovação e trabalho é o que pedem. Lá bem no fundo, um sentimento de perda pelo ano que se foi e apesar dos contratempos tem um espaço na alma para saudades do Ano Velho.
        
         Vai passando e passando e passando, o tempo não para; como o vento que arrasta as folhas secas e caídas não volta no mesmo lugar, água que segue sem parar. Conhecemos pessoas que juntas caminham na mesma direção, mas com ideais diferentes. Sem que se perceba, pessoas que roubam um pouco de cada um de nós para si. Como a uma triagem ou filtro, as coisas boas são imitadas e as ruins descartadas, daí a importância dos bons exemplos e bons costumes. Muito dessas pessoas ficam em nós. Sofrem ; se alegram; sofrem decepções; lágrimas; amam; culpam-se e no final das contas, falta alguma coisa. O mais importante, o perdão, mas de uma maneira diferente, real; direta; sincera e honesta.
 
Engana-se quem acredita que devemos perdoar quem nos magoou. Reflitam. Alguém nos prejudicou no trabalho; na vida; no lar ou em qualquer outra situação. Então essa mágoa se transformou em ódio; desejo de vingança e o constrangimento que nos assola nos acompanha em todos os momentos. Faz-nos sofrer e leva grande parte de nossa vida embora. A pessoa que nos prejudicou de qualquer maneira; muitas vezes não se lembra mais, volta a se relacionar conosco como se não tivesse acontecido nada. Recebe-nos até como amigos, mas nós não a perdoamos. Sofremos. Essa pessoa que nos magoou é vista até com hipocrisia, pois voltou a nos considerar, gesto digno e humano; bonito, louvável, com características religiosas. Mas nós guardamos ressentimentos e com isso, sofremos. O que estaria faltando? O perdão, mas o perdão vindo de nós para nós mesmo. Nós precisamos nos perdoar por odiar as pessoas; por guardar ressentimentos; por julgar muitas vezes erroneamente o outro. Só assim a parte da vida que nos foi tirada com esses sentimentos, nos será devolvida e teremos novamente tempo para vivê-la. Voltaremos a ter paz no coração; saúde; felicidade e capacidade novamente de fazer o outro feliz.
 
O verdadeiro perdão é ver no adversário ou rival um amigo. Se nos dispomos a gerenciar nossas mágoas e a vida dos que nos magoam, nós não teremos tempo para gerenciar nossa vida e conseqüentemente não seremos felizes.
        
         Esse novo ano que se aproxima, é apenas o final de uma jornada com uma pequena pausa para reflexão e começarmos outra; tudo na vida tem um novo começo para novas descobertas e valemo-nos do passado para nos servir da experiência e lembrar tudo com alegria e até saudades, sentimento nobre de quem é feliz. Deparamo-nos com questionamentos do tipo, - Há! Se eu tivesse perdoado antes, esse novo começo já teria acontecido há muito tempo. O que importa? O que é o tempo, se não aquilo que sentimos e vivemos no "Hic et nunc". Voltar para que? Bem melhor continuar assim e tentar a felicidade. Ela está em muitas coisas que consideramos banais; nas rotinas triviais; nas coisas pequenas; nos detalhes descartados. Como diz a canção, \Não dá mais para voltar, o Barco está em alto mar\.
 
A felicidade não está nos carros importados; no doutorado conquistado; no dinheiro farto; viagens; bens materiais, essas coisas são frutos do nosso esforço; nosso trabalho e nossa sorte; são realizações técnicas e pessoais; são tributos que nos fornece condições para realizarmos muitos dos nossos desejos, mas jamais nos fornece condições para comprar a paz; harmonia e felicidade.
 
Quantas pessoas esperançosas; mas transbordantes de mágoas, amarguradas; sentimento inferior, que no mais íntimo corre atrás da serenidade do refrigério e da paz.  Há sempre um novo começo. Chorar um amor que se foi; ilusões que não temos mais; lamentar amizades desfeitas; desejo não realizado, não se deve deixar se abater por sentimentos pequenos demais.
 
Quantos desejam ser uma pessoa influente; carismática com dons diversos e muito conhecimento, mas não encontra tempo para procurar dentro de si algum dom oculto a espera de ser explorado.  
 
Deve-se descartar a frustração desmotivada e não se esquecer que todo ideal que nos acompanhou um dia será o ideal de alguém e o amor que vivemos ou deixamos de viver, renascerá em outros corações para a continuidade da vida.
 
         Ano novo, sempre um novo começo. Sem uma bússola o caminho torna-se íngreme, difícil com grande possibilidade de se perder e não se chegar ao destino. Essa bússola é o perdão que damos a nós mesmos. Para os que crêem essa bússola também é DEUS, que nos guia e orienta em nossa jornada, sem O qual, tudo se torna muito difícil. Nos momentos de tribulação, coloque alguns acordes musicais na vida, experimente ouvi-los, a música só faz bem a alma, devolve-nos a esperança; desperta nossos afetos; alegria; lembra-nos de sorrir e de viver outra vez. Experimente colocar música na sua vida.
        
         Quantos momentos jogados fora, quantas ofensas por pequenas coisas; quanta humilhação vinda de grandes tolos; quantos erros justificados por outros erros; quanta solidão em grupos de amigos; quanta tristeza por não ser lembrado; quanta vergonha por ter errado; quanto orgulho valorizado; quanta vida desperdiçada; quanta inércia quando precisamos ser dinâmicos; quanta decepção ao acreditar em mentiras.  Perder não é ser derrotado, faz parte do jogo, ao reconhecer o vencedor nos tornamos campeões.
        
         Parece uma bobagem, mas digna de ser lembrado. Certa vez um escritor e cientista famoso Alemão, foi entrevistado em um café na França. O escritor posicionado na mesa com um grande livro de consultas aberto respondia a entrevista. O jornalista não se conteve e perguntou sobre o livro aberto na mesa. Então o escritor respondeu. – É a Bíblia! O jornalista espantado falou, - Como pode ser a Bíblia, o senhor é uma personalidade reconhecida mundialmente como detentor de prêmios literários; PhD e já na idade do verdadeiro e reconhecido saber, lendo a Bíblia?! Respondeu então o cientista. - Realmente estou com quase sessenta anos de idade; consegui conquistar e realizar tudo que sonhei, mas depois do cinqüenta anos, o homem se torna decadente (no bom sentido), não interessa mais nenhum conhecimento e descobri uma resposta que nunca encontrei em lugar algum. – Descobri a Bíblia em tempo e percebi que se trata do Livro mais completo de todas as bibliotecas. – A Bíblia tem todas as matérias que estudei na Universidade. – Economia; matemática; medicina; saúde; artes; e música entre outras. - Pena que as pessoas quando descobrem é muito tarde, eu descobri em tempo. A Bíblia tem todas as respostas para todas as minhas perguntas, incluo o perdão, segredo para uma vida melhor. - Não precisa ser religioso para ler e saber que a Bíblia tem tudo o quanto uma pessoa precisa para viver melhor.
        
         O que temos a fazer é nos despojar da roupa velha carregada de orgulho e trocar por outra nova em humildade; acreditar que nosso inimigo somos nós mesmos; que por direito todos somos iguais em dignidade; que há espaço digno para todos; que a vida é muito curta para nos tornarmos velhos rancorosos antes da hora; que o perdão existe como a um apelo para a reconciliação; amizade; solidariedade e amor.
        
            O Natal está aí, o ano velho por terminar, vencemos o ano que passou, venceremos 2011.
         Feliz Natal e Fé no Ano Novo,
         Abraços Fraternos,
         Johnny Notariano
            notarian@usp.br 

Viva WikiLeaks! Sicko não foi proibido em Cuba


Michael Moore

OpenMike, 18 de dezembro de 2010, 4:47 AM

 

WikiLeaks ontem fez uma coisa incrível: lançou um telegrama sigiloso do Departamento de Estado que trata, em parte, de mim e do meu filme Sicko.

 

É espantoso olhar a natureza orwelliana dos burocratas do Estado, que torcem mentiras e tentam recriar a realidade (presumo que para agradar a seus chefes e dizer-lhes o que eles querem ouvir).

 

A data é 31 de janeiro de 2008. Poucos dias depois de Sicko ser indicado ao Oscar de Melhor Documentário. Isso deve ter deixado alguém quicando no Departamento de Estado de Bush (seu Departamento do Tesouro já tinha me notificado de que investigava as leis que porventura quebrei ao levar três socorristas do 11/09 a Cuba para receberem os cuidados de saúde que lhes foram negados nos Estados Unidos).

 

Wendell Potter, ex-executivo de seguradora de saúde, revelou recentemente que essa indústria – a qual decidiu gastar milhões para me perseguir e, se necessário, "jogar Michael Moore de um penhasco" – trabalhou com anticastristas cubanos em Miami para difamar meu filme.

 

Assim, em 31 de janeiro de 2008 um funcionário do Departamento de Estado em Havana inventou uma história e enviou-a à sede em Washington. Veja o que eles inventaram:

 

(...) afirmou que as autoridades cubanas proibiram o documentário de Michael Moore, Sicko, por ser subversivo. Embora a intenção do filme seja desacreditar o sistema de saúde dos EUA, destacando a excelência do sistema cubano, disse que o regime sabe que o filme é um mito e não quer arriscar uma reação popular, mostrando aos cubanos facilidades que claramente não estão disponíveis para a grande maioria deles.

 

Soa convincente, hein? Há apenas um problema: Sicko tinha acabado de passar em cinemas cubanos. E a nação inteira de Cuba viu o filme na televisão nacional em 25 de abril de 2008! Os cubanos abraçaram tanto o filme que se tornou uma das raras fitas americanas distribuídas nos cinemas de Cuba. Eu, pessoalmente, garanto que uma cópia de 35 mm ficou com o Instituto de Cinema de Havana. Houve sessões de Sicko em cidades de todo o país.

 

Mas o telegrama secreto disse que os cubanos foram proibidos de ver o meu filme. Hmmm.

 

Sabemos também de outro documento secreto dos EUA dizendo que "o desencanto das massas [em Cuba] se espalhou por todas as províncias", e que "toda a província de Oriente está fervendo de ódio" pelo regime de Castro. Há uma rebelião subterrânea enorme, e "trabalhadores dão todo o apoio que podem", todos envolvidos na "sabotagem sutil" contra o governo. O moral é horrível em todos os ramos das forças armadas e, em caso de guerra, o exército "não vai lutar". Uau! Este telegrama é quente!

 

Naturalmente, este cabo secreto dos EUA é de 31 de março de 1961, três semanas antes de Cuba chutar nosso traseiro na Baía dos Porcos.

 

O governo dos EUA tem passado estes documentos "secretos" a si mesmo nos últimos 50 anos, explicando nos mínimos detalhes como as coisas estão horríveis em Cuba e como os cubanos estão discretamente ansiosos pela nossa volta para assumir o controle. Não sei por que escrevemos estes telegramas, imagino que apenas nos façam sentir melhores. (Qualquer curioso pode encontrar um museu inteiro de desejos esperançosos dos EUA no site do National Security Archive).

 

Então o que fazer com um telegrama "secreto" falso, especialmente um que envolva você e seu filme? Bem, você espera que um jornal competente investigue a mensagem e grite sua descoberta do alto do telhado.

 

Mas WikiLeaks ontem enviou o telegrama sobre o caso Sicko em Cuba à mídia – e o que ela fez com ele? Divulgou como se fosse verdadeiro! Eis a manchete no Guardian:

 

WikiLeaks: Cuba proibiu Sicko por mostrar sistema de saúde "místico"

 

Autoridades temeram que o lindo hospital mostrado no filme de Michael Moore, indicado ao Oscar, provocasse revolta popular.

 

E nem uma centelha de investigação para ver se Cuba tinha realmente proibido o filme! De fato, exatamente o oposto. A imprensa de direita passou o dia informando uma mentira (Andy Levy, da Fox – duas vezes –, Reason MagazineSpectator e Hot Air, mais uma série de blogs). Infelizmente, mesmo BoingBoing e meus amigos da Nationescreveram a respeito sem ceticismo. Então você tem WikiLeaks, que se expôs para encontrar e divulgar esses telegramas à imprensa – e os jornalistas tradicionais mais uma vez têm preguiça de levantar um dedo e clicar no mouse para entrar no Nexis ou pesquisar no Google e ver se realmente Cuba "proibiu o filme". Se ao menos UM repórter o fizesse teria encontrado:

 

16 junho de 2007 sábado 01:41 GMT [sete meses antes do telegrama falso]

 

TÍTULO: Ministro da Saúde cubano diz que Sicko, de Moore, mostra "valores humanos" do regime comunista

 

BYLINE: Por ANDREA RODRIGUEZ, da Associated Press

 

Dateline: HAVANA

 

O ministro da Saúde de Cuba, José Ramón Balaguer, afirmou hoje queSicko, do documentarista americano Michael Moore, destaca os valores humanos do governo comunista da ilha (...) "Não pode haver nenhuma dúvida, este documentário de uma personalidade como o senhor Michael Moore ajuda a promover os princípios profundamente humanos da sociedade cubana."

 

Ou que tal esta pequena notícia de 25 de abril de 2008 do site CubaSi.Cu(tradução do Google):

 

Sicko estreia in Cuba

 

25/4/2008

 

The documentary Sicko, the U.S. filmmaker Michael Moore, which deals about the deplorable state of American health care system will be released today at 5:50 pm, for the space Cubavision Roundtable and the Education Channel. (O documentário Sicko, do cineasta Michael Moore, que trata do deplorável estado do sistema de saúde americano, será apresentado hoje às 17h30 na Mesa Redonda de Cubavisión e no Canal Educativo.

 

E tem este, da Juventudrebelde.cu (tradução do Google). Ou estaanálise cubana (tradução do Google). Há até mesmo um longo fragmento de Sicko (o trecho sobre Cuba) na homepage do site Mesa-Redonda em CubaSi.cu website!

 

OK, então sabemos que a mídia é preguiçosa e falha a maior parte do tempo. Mas o maior problema aqui é que nosso governo parecia ser conivente com a indústria de seguros de saúde para destruir um filme que poderia ter ajudado a trazer o que os cubanos já têm em seu país pobre de terceiro mundo: saúde pública universal e gratuita. Porque eles têm e nós não, Cuba apresenta taxa de mortalidade infantil menor do que a nossa, sua expectativa de vida é apenas sete meses mais curta do que a nossa e, de acordo com a OMS, está apenas dois lugares atrás do país mais rico do planeta no ranking da qualidade dos serviços de saúde.

 

Essa é a matéria, grande mídia e direitistas do ódio.

 

Agora que você já foi apresentado aos fatos, o que você vai fazer sobre isso? Vai me atacar por ter exibido meu filme na televisão estatal cubana? Ou vai me atacar por não ter exibido meu filme na televisão estatal cubana?

 

Você tem que escolher um, não pode ser ambos.

 

E como os fatos mostram que o filme foi exibido na TV estatal e nos cinemas, acho que o melhor é vocês me atacarem porque meu filme passou em Cuba.

 

Viva WikiLeaks!

 

***

 

Michael Moore não menciona no texto, mas a CBS também divulgou a notícia sem apurar:

 

Katie Couric (CBSNews): Reportamos ontem [17/12] que Cuba proibiu Sicko, de Michael Moore, porque o documentário mostraria um sistema de saúde tão bom que faria o povo cubano rir ou ficar zangado – era o que dizia telegrama do Depto. de Estado liberado por Wikileaks e publicado pelo Guardian. Agora [18/12], Moore (um dos maiores financiadores deAssange) divulgou longo desmentido (http://bit.ly/gusZxA). Ele afirma que "toda a nação cubana viu o filme na TV nacional em 25 de abril de 2008!Os cubanos abraçaram o filme de tal modo que se tornou uma das raras fitas americanas exibidas nos cinemas do país". Ele conclui: "Acho melhor vocês me atacarem pelo fato de que meus filmes passam em Cuba!Viva WikiLeaks!" (via The Nation http://bit.ly/gusZxA) (N.T.)