sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A distribuição temporal das atividades do povo Zoró

A distribuição temporal das atividades do povo Zoró

O contato interétnico provocou profundas mudanças no modo de viver dos povos indígenas e de suas culturas. Na Amazônia esse processo continua a ocorrer em função da vasta dimensão territorial e consequentemente, do processo de povoamento e expansão das fronteiras, de forma que ainda hoje etnias continuam desconhecidas. No caso do povo Zoró, o contato acontece no ano de 1977, o que permitiu conhecer as práticas tradicionais de produção através dos relatos dos anciãos e também porque muitas delas estão vivas no cotidiano.

Poesia


CRIANÇA
 
Criança é a nossa alegria
Com seu sorriso puro e inocente
Nos trás paz e tranqüilidade,
O que nos alegra o coração e a mente.
 
Mas também há preocupação
Pois Deus a colocou em nosso caminho
 Sabemos todos que ela, hoje e flor
 Mas amanhã poderá ser espinho.
 
Depende muito do ensinamento,
E da educação que dermos a ela
Temos que regá-la com o
Liquido chamado amor e ternura
Pois isso é essencial para que
Permaneça o que existe nela.
 
 
Vivaldo Terres

terça-feira, 27 de setembro de 2011

VIVA, SEBASTIÃO!




Ultimamente não tenho dado muita atenção a futebol, principalmente depois que o Santos FC “pisou no freio” e o Campeonato Brasileiro começou a ficar meio esquisito.
E por falar em “pisar no freio”: Fórmula 1, então, desde aquela palhaçada da Ferrari no GP da Alemanha, quando a equipe constrangeu Felipe Massa a deixar Fernando Alonso passar - com direito a “ridiculous!” por rádio e tudo o mais -, parei de ver.
Massa, aliás, não teve muita sorte esportiva desde que entrou na escuderia italiana:
Em 2008, foi prejudicado pela equipe em duas corridas “ganhas” e, na última, perdeu o título para Hamilton, que ultrapassou Timo Glock na última curva. Já em 2009, graças a uma porca de Rubinho, quase foi desta para uma melhor equipe, onde, com certeza, o Chefe jamais o mandaria dar passagem para um “primeiro piloto”, pois todos são iguais perante Ele.
Este, principalmente depois do GP alemão, Massa desandou. Quando à Barrichello: nunca andou e, para completar, a equipe de di Grassi foi uma desgraça e a de Bruno Sena não ficou muito atrás. Por sinal, as duas é que ficaram muito atrás. Que tristeza!
Este domingo, no entanto, eu fiz questão absoluta de assistir o GP de Abu Dhabi, por algumas razões bastante significativas:
A primeira foi porque raras vezes, nas últimas décadas, um campeonato chegou ao derradeiro GP com quatro pilotos disputando o título. A segunda, porque soube que o dono da RBR, depois daquela coisa vergonhosa da Ferrari, proibira o chefe de sua equipe de fazer qualquer tipo de distinção entre seus pilotos. E a terceira, porque eu estava num entusiasmo só para torcer, com todas as minhas forças, para Alonso não ser campeão! Ainda mais depois das declarações arrogantes – o que não é nenhuma novidade - que ele dera no sábado, praticamente se julgando tri-campeão.
Ninguém nega as qualidades do piloto espanhol, mas ele é uma das figuras mais desagradáveis que esse esporte teve nos últimos tempos.
Torcer para quem, então?
Hamilton? Não, pois ainda não digeri aquele campeonato de 2008, sobre Massa.
Webber? Bem, ele se julgava primeiro piloto da RBR e andava reclamando muito de Vettel apenas porque ele estava subvertendo essa “ordem das coisas” dentro da pista, ou seja, por seu próprio mérito e arrojo!
Ora, escolha natural: Vettel! E o garoto de apenas 23 anos não decepcionou: mandou ver desde o início!
Para melhorar mais ainda, a corrida teve atuações soberbas de Kubica e seu companheiro de Renault, Petrov – que tem vitalidade até no pré-nome, Vitaly – não deu nenhuma chance de ultrapassagem para Alonso. E com classe!
Aí, para manter a fama de ridículo, ao final da corrida o espanhol emparelhou com o russo para fazer gestos desaforados.
O que ele queria? Que mandassem Petrov dar passagem para ele, mesmo sem ser retardatário? Será que na cabeça desse indivíduo todo mundo que está na frente dele é segundo piloto, ainda que não seja de sua equipe?
Bem fez o russo, que retribui com um sinal do tipo: “vai ver se eu estou na curva...”!
Assim, nesse domingo voltei a ter prazer em ver um GP de Fórmula 1, pois a corrida foi bem disputada e o resultado foi honesto, como sempre deveria ser! Além disso, um recorde foi batido: Vettel passou a ser o mais jovem campeão da história!
Valeu Sebastião, quer dizer, Sebastian!

MEMÓRIAS DO RÁDIO ESPORTIVO



 
Comecei a acompanhar narrações esportivas mais atentamente por volta dos 11 anos de idade, no início da década de 1970.
O tipo de narração era mais ou menos padrão: um speaker de voz poderosa e rápida, estilo turfe; um comentarista de voz lenta e doutoral; e um ou dois repórteres de campo, além do plantão esportivo, que informava resultados de outros jogos.
Em Santos, eu costumava escutar a Rádio Atlântica, cujo narrador era Walter Dias, com comentários de Jorge Shammas e reportagens de João Carlos, o corisco dos repórteres. É verdade que várias vezes a torcida já estava gritando gol e o narrador ainda estava no meio de campo. Lembrando disso, me veio à mente o impagável esquete do narrador de futebol gago, imortalizado por Zé Vasconcellos...
Quando o Santos FC jogava clássicos, no entanto, eu preferia ouvir a Rádio Nacional de São Paulo, que tinha Pedro Luiz, Mário Moraes, Juarez Suares e Roberto Carmona.
Aí, um dia, eu passeava pelo dial do rádio de pilha quando descobri a Jovem Pan.
O estilo narrativo era irresistível, a começar por Osmar Santos, que reinventou a transmissão esportiva, trazendo a ?firula? do campo para a voz. Não foi à toa que passou a ser chamando de Pai da Matéria.
Os outros narradores da Pan eram apenas José Silvério e Edemar Anusek! Os comentaristas também eram supimpas: Orlando Duarte e Cláudio Carsughi, com seu sotaque italiano indefectível, ainda mais preciso quando acompanhava o Velho Barão, Wilson Fittipaldi, nas corridas de Fórmula 1, nos tempos de Emerson, Wilsinho e José Carlos Moco Pace. No campo, desfilavam Fausto Silva (o Faustão) e Wanderley Nogueira; equipe que teve, mais tarde, o aporte de um jovem cabeção de Muzambinho: um tal Milton Neves... Mas, o que mais me surpreendeu foi o que veio depois do futebol e antes do Terceiro Tempo, que na época era um noticiário geral, de fim de domingo da emissora. O nome desse programa resumia com absoluta perfeição o que ele era: Show de Rádio. Seus protagonistas: Estevam Sangirardi, Nelson Tatá Alexandre, Carlos Roberto Escova, Odayr Batista e, algum tempo depois, Serginho Leite. Eles personificavam personagens hilários, que representavam, entre outros, cada time grande de São Paulo: o Palmeiras tinha a Nona, o Fumagalli e o cachorro Vardema Fiúme; o Corinthians tinha o Zoca Zifio, o Pai Jaú e a Nega; o São Paulo tinha o Lorde Didu Morumbi e seu mordomo corintiano, sistematicamente assim chamado: - Archibald! Archibáaáaáaáald!; e o Santos tinha dois portuários: o Zé das Docas e o Lança-Chamas, este invariavelmente bebaço e, entre um cochilo e outro, perguntando: - O Santos joga hoje?
Os domingos e quartas-feiras terminavam mais felizes, e eu, ainda menino, tinha a ilusão da eternidade das coisas boas... Até que a Rádio Globo de São Paulo, sucessora da Nacional, resolveu contratar Osmar Santos e, de quebra, levou Faustão, Tatá e Escova, provocando o que foi uma das maiores disputas entre emissoras da época, com direito a editoriais e acusações de assédio.
Osmar Santos, que vivia a dizer para os jogadores mascarados: Desce daí! Desce daí, que você não ta com essa bola toda!, virou o Pai do merchandising, mandando tanto Oi, fulano! Oi, sicrano!; que a torcida já estava gritando gol, quando ele se tocava que tinha um jogo em andamento. Na nova casa foi criado o Largo da Matriz, programa nos moldes do Show de Rádio e, logo em seguida, Faustão, Tatá e Escova começaram a apresentar a primeira versão do caótico Perdidos na Noite, na TV Gazeta, que depois foi para a Band e, mais adiante, o então gordinho (Ô loco, meu!) foi sozinho para perpetrar o Domingão do Faustão, na Globo.
As transmissões esportivas radiofônicas voltaram a ficar resumidas aos jogos, plantões esportivos e programas muito parecidos entre si, cujo diferencial único estava num narrador ou comentarista mais espirituoso.
Ainda bem que existe o Na Geral, da Rádio Bandeirantes, que conta com um gênio Beto Hora. É impressionante como ele consegue interpretar três personagens brigando entre si, ao mesmo tempo! Mudar de um tipo para outro, entre dezenas, sem perder o rumo! E ainda dar opiniões sérias por esses alteregos.
Esse é um dos muitos fascínios do rádio, talvez o maior deles, só comparável à leitura: mexer com nossa imaginação!
Por essas e por outras é que, em suas múltiplas e dinâmicas facetas, o rádio vive em constante processo de reinvenção de si próprio e, quando bem utilizado: informa, entretém, educa e também sabe ouvir.
 
Adilson Luiz Gonçalves
Mestre em Educação
Escritor, Engenheiro, Professor Universitário e Compositor

Poesia


PRIMAVERA III

Primavera das estações é a mais bela,
Com teu olhar extremamente lindo,
Com teu sorriso, nunca esquecido,
Que nunca foi, e não será fingido.

Quando chega setembro...
Já começo a te esperar.
Pois sei que é nesse mês que voltas,
Voltas a nos encantar!
Não só com a beleza que trazes para a terra,
Como também para o mar.

Com teus jardins floridos,
Aqui ou, em outro lugar.
Os mesmos com o teu perfume,
Começam a nos deslumbrar.
Mostrando que na verdade...
Igual a ti outra não há...


Vivaldo Terres

sábado, 24 de setembro de 2011

GENTE POBRE: O Primeiro Clássico de Dostoievski











“Gente Pobre”, Primeiro Romance de Dostoievski
A marca do gênio já no nascedouro literário






Silas Correa Leite







"Gente Pobre" é o romance de estreia de toda a importante obra literária de Dostoievski, e que o revelou de imediato como escritor de grande futuro, inaugurando um estilo introspectivo-psicológico sem igual até o seu tempo histórico.

“A vontade de escrever é tão forte quanto a aversão pelas palavras.
Odiamos as palavras porque demasiadas vezes encobrem o vazio
e a vileza. Desprezam as palavras porque empalidecem diante da emoção
que nos atormenta. E, no entanto, outrora, a palavra significava dignidade
humana e era o melhor bem do homem – um instrumento de comunicação
entre pessoas” - Gustaw Jarecka



O romance Gente Pobre, escrito quando Fiodor Dostoievski tinha apenas 25 anos, é um poderoso livro de crônica social e entreditos, marco de um início que seria uma carreira literária retumbante. Duas personagens centrais, um humilde funcionário público e uma costureira que trocam correspondências entre si. “Jovem Dostoieviski: a síntese da arte e da verdade” (Bielinsk). Uma caracterização da pobreza à moda russa, daqueles tempos tenebrosos muitas vezes depois retratados com outras tantas tintas. Em São Petersburgo, os problemas diários relacionados com a habitação, a comida e o vestuário, e todo o sombrio entorno decorrente clarificado na obra marcada. O frio e a frieza de uma sociedade que ignora os pobres. Crítica social contundente, comendo pelas beiradas narrativas. Segundo alguns historiadores, uma das obras que mandou o autor para a cadeia siberiana.

Obra aparentemente sentimental, num entender primário que seja, em narrativa que propositalmente parece ser de simples crônicas, feito trocas de cartas (sentimentos, sonhadores, gente pobre; tristezas retratadas com primor), entre Makar Aleksieivitch, servidor público, e Varvara Aleksieievna, órfã desonrada – mais o subsolo da vida, inflexões, inquietações; a intimidade sagrada da penúria compartilhada. O miniobscuro retratado por miseráveis anônimos, essa gente miúda, anômalos, entre minitristezas, desavessos, a quase ralé no subúrbio de uma São Petersburgo. Cartas-janelas abertas entre escombros de sombras, zombarias, desprezos, toda uma obscuridade material. A agudeza de percepção já então determinante.

Gente Pobre é o inicio do ciclo literário geral de Fiodor Dostoievski (Noites Brancas, Os Irmãos Karamazov, 1879), o maior escritor do mundo de todos os tempos. Eram os 25 anos de um gênio então já se apurando na escrita, despertando assim, para sentir seu tempo e as humilhações da época, desesperos; um olhar sobre todas as coisas da sofrida gente. E ainda as citações: O russo, o mais rico dos dialetos eslavos, porque se conhece sua origem (Mikhail Lomonorov), “a riqueza, a expressividade e a concisão do latim e do grego”. As anotações do exímio e cult tradutor Luis Avelima (que também é poeta, escritor, jornalista e já traduziu François Villon, Henri Lefebre, Aristófanos, Mikhail Bulganov) à guisa de apresentação, enriquecem em muito o historial datado da obra, agora em primorosa nova edição (lançamento comentado por Manuel da Costa Pinto na Revista São Paulo, da "Folha de São Paulo") da Editora LetraSelvagem.

A “alma” das dores reinantes. A “alma” dos medos. A “alma” das inquietudes. A humanidade de seu tempo caprichosamente retratada desde a repartição pública viciada, à espelunca encardida frente a uma humilhação sobrevivencial. Vítimas preenchendo espaços do cenário literal. Gente Pobre é o retrato dessa gente humilde que nutre as injustas sociedades e são a verdadeira “alma humana” delas todas, de todos os vieses, tempos e ideologias multifacetadas. O humanismo possível? “Apesar de tudo, é verdade que tais homens (...), homens de peso, só existem na Rússia(..) Têm a verdade de seu lado, e esta e o bem triunfarão sempre sobre o vicio e a maldade” (Nascimento de um Escritor/1877, Diário de um Escritor, Dostoievski).

É claro que não seria um livro com o feitio criacional de Fiodor Dostoievski se uma carga psicológica - implícita ou não - não carregasse as tintas das personagens retratadas com especificidades contundentes, onde os seus passados pessoais se misturam com os seus feitios e reações, sequelas até. Frederico García Lorca já tinha se manifestado sobre o maior escritor do mundo depois reconhecido: “O insigne escritor russo, Fiodor Dostoievski, foi muito mais pai da revolução russa do que Lênin”.

Gente Pobre é o romance de estreia de toda a importante obra literária de Dostoievski, e que o revelou de imediato como escritor de grande futuro, inaugurando um estilo introspectivo-psicológico sem igual até o seu tempo histórico. Baseado na correspondência entre duas pessoas extremamente pobres que se amam numa relação terna mas infrutífera, sem perspectiva de consumação, um platônico de beijar paredes, para lembrar Clarice Lispector. Triste narrativa pungente da condição humana em torno desses dois personagens, como vítimas de fatalidades da vida numa sociedade onde poucos conseguem realmente sair do ramerão, e onde muitos se movem numa crueldade austera entre si, forçadas pelas inóspitas condições em que vivem. Makar e Varenka vivem um amor idílico ensombrado pelo que os circunda (Makar é muito mais velho que Varenka), agravando as suas próprias condições a um nível desesperador e quase doentio, mas sempre com alguma perspectiva de esperança fundadas em ilusões muitas das vezes patéticas, algo falsamente ingênuas, ilustrativas, no entanto, ao alcance do coração humano que tudo pode sonhar, sem se importar com as verdadeiras condições em que se encontra, principalmente nessas condições por assim dizer desprezíveis. A percepção no delinear a realidade que então sentia, pensava e proseava sobre. Aguda consciência de seu tempo percorre as narrativas trocadas...

O retrato social das camadas pobres de São Petersburgo em meados do século XIX, numa sociedade agonizante em que até os diferenciados sobrevivem em condições de penúria, então retratados de forma realista com episódios e personagens reveladoras dos desesperados e dos sem recurso, quase párias. E você vendo esses tempos atuais repetindo o passado, com quadros de dramas sociais e individuais, mais as vítimas de burocracias, desgraças várias, e também o egoísmo ou despotismo, próprios do ser humano pouco ser e ainda muito pouco humanus. Nada mudou. Nada mudará? O que foi será de novo, o que foi erração continua sendo, e o devir ainda é sombrio como as noites da Rússia de antigamente. A sustentação da narrativa do autor, situação de questionamento tácito, compreender quase o invisível... nas arestas do sobreviver de cada parte evocada em situação de penúria existencial. Próprio de gênio.

Dostoievski: a sentença de ser grande desde o começo. O preço de. A sina de ser genial. O destino de ser considerado para muitos o maior escritor do mundo, um mito que, já em Gente Pobre, vai revelando o artista comprometido com a causa humana: de retratar a sobrevivência possível, a alma humana respirando as sofrências pela perspectiva da esperança como inteligência da vida. Dostoievski compreendeu mais a alma humana do que a própria alma humana compreendia a si mesma. Escrever, criar, revela a nossa própria alma, disse Demétrio. Com Dostoievski a lucidez então emergente no achadouro de entender as essências do subviver, a flor da consciência, o território da contemplação, restaurando nos quadros narrativos a própria busca da dignidade humana. O dialogo entre pobres seres solitários, na miserabilidade pungente de vidas efêmeras, entregues... a consciência da incompletude e a ciência que não há final feliz no dezelo humano...

Acima de toda a desgraça e pobreza adjacentes, sobrepõem-se as poucas alegrias que justificam a existência e todas as mágoas dela decorrentes, quando momentos sonhados aparecem lampejos cruciais de que os outros não são assim tão maus quanto parecem, tentam sobreviver com as amarras decorrentes do custo de estarem vivos. A história de amor não acaba de forma feliz nem infeliz. Não há felicidade ou infelicidade, e sim de uma forma realista que dá ainda mais valor ao romance, com amor e momentos sublimes de pura emoção descritos de forma única, como se não terminasse, sim, talvez até se prolongue através dos tempos, com as vítimas da realidade e dos acontecimentos que forçam os destinos e acabam destemperando momentos e artes, fugas e desencontros, incompletudes e impropriedades. A realidade da vida retratada com maestria e a sabedoria de ter um olhar que paira sobre a triste condição humana, desde esses remotos tempos.

Em resumo: a história que se passa num dos bairros miseráveis de São Petersburgo, onde um funcionário de meia-idade vai trocando correspondência com uma jovem costureira que é na realidade a sua vizinha admirável, parece simples assim, triste assim, resgatadora enfim, mas traz o humanismo de coragem, a esperança sustentadora, o retrato de ser simples com contundência. Sim, pobres para se casarem, o amor passa todo por estas cartas onde contam um ao outro os pequenos acontecimentos do dia-a-dia, e onde relatam as suas vidas sofridas, refletindo individualidades quase insignificantes pela miséria, como cartas marcadas de um jogo perdido, como a própria história que é remorso, e que retrata sim, essa GENTE POBRE, que só sobrevive quando uma alma criativa se debruça sobre ela, retratando, dando prismas cênicos, fazendo chorar, tocando corações e mentes, debulhando um ramalhete doloroso de lágrimas e feições humanas, até porque, afinal, por triste que seja, ao término da leitura do clássico Gente Pobre, você fica com um sentido vazio, um gosto de quero mais, de idílio interrompido, uma tristice pegajenta, um cismar amargo, compreendendo que, sim, em toda vida-livro-aberto, há o imponderável “final feliz” em que todos morrem.

A arte vale a vida, o sentido da vida? Nesse caso, ficou a obra inaugural, um marco, feito o autor depois reconhecido mundialmente e consagrado, e ainda o inevitável e triste retrato da penúria de seres que se entrelaçam mas não se consagram, e nem na verdade consumem o amor que é mesmo sempre por isso quase por um triz.

Silas Correa Leite – E-mail: poesilas@terra.com.br
WWW.portas-lapsos.zip.net


sexta-feira, 23 de setembro de 2011

poesia




PRIMAVERA II

 

És uma estação maravilhosa,

Com poder de revigorar,

Aos chegares já vás tratando de dar vida à natureza,

Que com a tua falta, estava a se lamentar.

 

Pois sem ti a alegria não é a mesma,

Sem ti o sentimento até se extingue,

Sem ti a poesia fica calada,

Contigo nada morre tudo vive.

 

És a estação que nos eleva,

Que nos alimenta, sem exceção!

Pois não só nos dás vida, e alimentas a natureza,

Como também dás vida a nossa alma, e aos nossos corações.

Vivaldo Terres


Supervisão Escolar: Capitalismo e Ideologia

Supervisão Escolar: Capitalismo e Ideologia


Vamos colocar em ênfase a supervisão escolar, apontando as habilidades com fins e inspeção, administração, planejamento e orientação. Para falar de tais ideias, devemos observar que vivemos em meio ao processo de aceleração militarizada do ensino. A reforma universitária de 1968 consagrou a militarização do ensino superior; no entanto o sistema educacional tradicional ofereceu algumas resistências, provando que o sistema escolar não pode ser substituído rapidamente por outro. Mas as intenções mesmo estando em prática não foram totalmente aplicadas.
Convém acrescentar que esta concepção de militarização foi trazida para o Brasil por especialistas norte-americanos, que tende á reprodução dos privilégios desta classe; militar e burguesa.
Referindo a tal ideia, podemos observar que o curso de pedagogia, tem por função de formar a "oficialidade" os "dirigentes", criando uma separação dentro da escola, entre o "comando" e as "bases" (professores e alunos). E isto pode ser regra de quartéis, não regra na escola; porém o curso de pedagogia não pode formar os dirigentes; estes só conhecem a parte teórica e sem a prática, sem o trabalho na escola eles não podem ter um olhar de dirigente ou supervisor.
A supervisão é uma atividade que nasceu com a empresa capitalista, ou seja, com a industrialização, criada com objetivo de promover lucro máximo com mínimo tempo, mas com sua evolução, foi se tornando mais sofisticada e a ideologia industrial penetrou na escola, a transformando em uma empresa, a qual não só resistiu como também passou a utilizar o dicionário economicista. A supervisão escolar é um exemplo, embora tenha desviado de suas origens, ultrapassando as concepções integradoras, coordenadoras; fica claro que para substituir a "supervisão escolar" por "coordenação pedagógica" deve-se muda a ideologia.
De modo geral, para colocar em pratica a ideologia correta do ensino, precisamos de técnica administrativas, as quais são muito criticadas não pelo seu grau de importância e sim pela sua insuficiência para a realização dos exercícios amplos e das tarefas pedagógicas.
Para da concretibilidade de tal ideia podemos mostra passagens de vivida, as quais afirma que nós como professores devemos ser educadores e não domesticadores, neste sentido o supervisor deve produzir aprendizagem não apenas intelectuais, mas igualmente afetiva, ética, social e política.
Pois uma boa supervisão é aquela onde a produção e aprendizagem na escola é decorrente das relações humanas, que estabelece um trabalho coletivo. Em meio as contradições citadas, foi fundamental para criar a contra-ideologia que, tornou-se válidas na medida em que se concretiza.


Dhiogo José Caetano 

dhiogocaetano@hotmail.com

ARTIGO: A TECNOLOGIA INCORPORADA À EDUCAÇÃO


A Tecnologia Incorporada à Educação

 

          Uma vez que o sistema educacional sofre poucas mudanças numa estrutura normativa complexa, não é de se estranhar a dificuldade com que as instituições escolares enfrentam o choque do contemporâneo. Celulares proibidos em sala de aula, calculadoras e tablets excluídos da rotina e computadores utilizados apenas como chamariz para disputas de mercado; esta é a situação que se encontra tanto na rede pública e privada e nos diversos níveis de ensino. A incapacidade de lidar com o novo e de tirar proveito das vantagens da tecnologia remetem tudo à proibição. Há mais de quatro décadas as calculadoras portáteis surgiram no mercado e até hoje são raras as escolas brasileiras que destinam alguma atenção ao ensino para o manuseio e para o proveito de seu uso; o que dizer então dos computadores e celulares. Há uma necessidade de mudança paradigmática na visão da escola para a tecnologia, principalmente pela velocidade com que tudo se torna obsoleto.

 

Segundo Manolo Perez, coordenador pedagógico da Ponto Cursos e Concursos, apesar da utilização das novas tecnologias ser inevitável, há muita resistência entre professores e instituições de ensino. "O uso de smartphones, tablets e computadores em sala de aula instaura uma certa anarquia quando o processo é visto do ponto de vista de uma educação disciplinar. Esse não é o caso quando implementamos um projeto pedagógico interdisciplinar". Segundo o professor, mestre em Supervisão Educacional e doutor em Educação e Currículo pela PUC/SP, algumas experiências já existem nesse sentido, algumas produzidas como pesquisas vinculadas ao GEPI – Grupo de Estudos e Pesquisas em Interdisciplinaridade. Estas experiências mostraram que muitas vezes o aluno está melhor preparado que o professor na utilização das novas tecnologias, o que gera desconforto em docentes que veem seu papel como sendo de alguém que não pode mostrar falhas ou desconhecimento. Dessa maneira ele perde a oportunidade de aprender com o aluno apresentando ao mesmo tempo um olhar reflexivo sobre a tecnologia, coisa que este ainda não tem preparo para fazer.

 

As tendências sociais apontam inexoravelmente para a incorporação das novas tecnologias em todas as experiências de ensino, no entanto essa adoção irá nos desafiar nos próximos anos em relação ao papel que alunos e professores devem tomar nas salas de aula reais e virtuais.

 

"A velocidade com que se conseguem informações, imagens e videos sobre quase todos os assuntos, fazendo uso dos novos equipamentos de uso diário como celulares, note ou netbooks, tablets, etc. deve ser encarada como uma vantagem didática", afirma Perez.

 

A tecnologia é aliada do saber, e lidar com suas possibilidades e transformações deveria ser parte do currículo escolar em todos os momentos para que não existam abismos cada vez maiores entre aqueles que se aproximam das novas ferramentas e aqueles que as abominam, gerando novos tipos de "analfabetismos".

 

Há alguns anos, saber usar um computador distinguia toda uma nova geração de uma geração anterior pouco informatizada e virtualizada; nestes anos, nota-se que a distinção vai além do uso dos computadores, e se refere à capacidade de lidar e de se adaptar a mudanças em paradigmas informacionais e midiáticos.

 

Infelizmente o que pouco se vê nas escolas são aulas das diferentes disciplinas ganhando em riqueza de possibilidades com a ousadia de professores em abraçar a tecnologia ao seu alcance.

 

Fica difícil imaginar aulas de Geografia, História, Literatura ou Biologia sem o uso de imagens, sons e canais interativos. Mesmo que a escola, ou o professor não tenha em mãos esses canais, basta que um dos alunos os tenham para que ocorra a socialização na sala de aula, e todos aprendam pelo menos como poderão tirar proveito disto.

 

A proibição e o conservadorismo podem ter efeitos terríveis sobre a escola ampliando a separação entre o academicismo e a prática, tão inseparáveis na construção de uma sociedade em constante formação.


Prof. Manolo Perez, mestre e doutor em Educação pela PUCSP e coordenador da escola Ponto Concursos

 

Lançada Frente Parlamentar em Defesa do Voto Aberto no Congresso. Ivan Valente presidirá os trabalhos



A Frente Parlamentar em Defesa do Voto Aberto foi lançada nesta terça-feira (20/09) no Salão Nobre da Câmara dos Deputados. Deputados federais e senadores compareceram à solenidade, realizada na tarde desta terça-feira 20. A Frente Parlamentar em Defesa do Voto Aberto já conta com 205 adesões.
“O momento é de dar respostas à sociedade, que vota nos parlamentares e precisa saber como estes votam dentro do Congresso Nacional”, afirmou o deputado Ivan Valente (PSOL/SP), presidente da Frente. Ele disse que pretende se reunir com o presidente Marco Maia, juntamente com demais representantes da Frente, na próxima semana.
O objetivo é pressionar o presidência da Câmara a incluir na pauta de votações de plenário a Proposta de Emenda à Constituição 349/2001, que determina a votação aberta (com identificação do voto e de seu autor) nas decisões do Legislativo federal – o que inclui votações de pedidos de cassação, escolha do ministro do TCU e vetos presidenciais. A PEC 349 foi protocolada em maio de 2001, votada em setembro de 2006 e aprovada por unanimidade – 393 votos a favor e nenhum contra. Mas precisa ser aprovada em segundo turno com 308 votos, no mínimo, na Câmara, e 81 no Senado.
O deputado Ivan Valente destacou que a aprovação da Lei da Ficha Limpa foi um grande avanço, mas outras matérias que podem colaborar com a transparência estão paradas na Congresso. Levantamento da Frente Parlamentar Mista Contra à Corrupção aponta que 102 propostas relacionadas ao assunto tramitam na Câmara e no Senado, das quais 21 estão prontas para votação no plenário.
Estiveram presentes ao lançamento da Frente o senador Randolfe Rodrigues (PSOL/AP), a senadora Marinor Brito (PSOL/PA) e o deputado Chico Alencar (PSOL/RJ), entre outros deputados federais. Os dois senadores do PSOL também aderiram à Frente, assim como os senadores Pedro Taques (PDT/MT) e Paulo Paim (PT/RS). A intenção é tornar a Frente mista.
Também compareceram Pedro Henrique Reinaldo, presidente da Comissão de Acompanhamento Legislativo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), padre Geraldo Martins Dias, da Confederação Nacional de Bispos do Brasil (CNBB), e Jovita José Rosa, do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), além de representantes do Movimento de Combate à Corrupção (MCC) e do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN).
Faça parte do movimento em defesa do voto aberto e saiba também quais parlamentares já aderiram à Frente. Acesse o blog pecdovotoabertoja.blogspot.com.
Coordenação da Frente Parlamentar em Defesa do Voto AbertoPresidente Deputado Ivan Valente (PSOL/SP), 1º. Vice-presidente Deputada Rose de Freitas (PMDB/ES), 2ª Vice-presidente Deputado Francisco Praciano (PT/AM), 3º. Vice-presidente Deputado Pauderney Avelino (DEM/AM), 4º. Vice-presidente Deputado Antônio Imbassahy (PSDB/BA), 5º Vice-presidente Deputado Rubens Bueno (PPS/PR), 6º Vice-presidente Deputado Paulo Rubem Santiago, 7º Vice-presidente Deputada Luiza Erundina, 8º Vice-presidente Deputado Dr. Aluízio (PV/RJ), 9ª Vice-presidente Deputada Perpétua Almeida (PCdoB/AC), 1º. Secretário Executivo Deputado Wanderley Macris (PSDB/SP), 2o Secretário Executivo Deputado Alessandro Molon (PT/RJ) 3o. Secretário Executivo Deputado Reguffe (PDT/DF), 4o. Secretário Executivo Deputado João Ananias (PCdoB/CE), 5o Secretário Executivo Deputado Carlos Sampaio (PSDB/SP), 6o Secretário Executivo Deputado Delegado Protógenes (PCdoB/SP), 7º Secretário Executivo Deputado Domingos Dutra (PT/MA), 8º Secretário Executivo Deputado Chico Alencar (PSOL/RJ), 9º Secretário Executivo Deputado Jean Wyllys, 10ª Secretária Executiva Deputada Fátima Bezerra (PT/RN).

Do site do deputado Ivan Valente

Acreanas dão início à 3ª Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres


 

Os sons do piano, tambor, chocalho, maracás e agogô se misturaram à  voz de Verônica Padrão para apresentar o Hino Acreano na abertura da 3ª Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres do Acre, que deu início às etapas nacionais. A plateia contava com a presença de mais de 200 mulheres. O governador Tião Viana, o senador Jorge Viana, a secretária-executiva de Políticas para as Mulheres, Rosana Ramos, entre outras autoridades participaram da mesa e assistiram ao espetáculo.

 
Na plateia da conferência, secretárias de Estado, juízas, advogadas, políticas e médicas participavam ao lado de professoras, sindicalistas, ativistas, trabalhadores rurais, parteiras, formando um leque representativo de todos os segmentos das mulheres acreanas. Todas, independentemente de religião, orientação sexual, idade ou beleza, estavam juntas pelos mesmos objetivos, àqueles aos quais a presidente Dilma Rousseff se referiu ao ser a primeira mulher a abrir uma Assembleia Geral das Nações Unidas: "igualdade de oportunidades neste século das mulheres".

 

DIÁLOGO - Para Rosana Ramos, as conferências são um momento de diálogo entre a sociedade civil e o poder público.

"Este é um momento rico. E ver este auditório lotado, para mim, confirma o que a presidente Dilma falou em seu discurso à ONU: este é o século das mulheres. Não  é pouca coisa o que estamos fazendo", comentou.

 

Rosana iniciou seu fala citando o colóquio da presidenta na ONU, o qual abordou questões de gênero e empoderamento das mulheres. Também destacou a importância do processo das conferências na construção de uma sociedade mais justa entre mulheres e homens.

 

Ao final, Rosana fez uma palestra sobre os indicadores de pobreza entre as mulheres, com informações sobre o número de chefes de família no Brasil e no Acre, de famílias monoparentais e da porcentagem de mulheres que recebem o bolsa-família, entre outras.

 

SAIA-JUSTA - O governador Tião Viana fez um discurso descontraído e preocupado ao mesmo tempo. Ele brincou com a rosa de tecido que colocou no peito, símbolo da conferência, e com a suposta "saia-justa" em que a vereadora Ariany Cadaxo o teria colocado, aos falar sobre a licença-maternidade de 180 dias.

 

Viana disse ainda que sofre profundamente ao visitar a ala feminina do presídio e ver que a situação da maioria daquelas mulheres poderia ter sido evitada. Ele também falou sobre as desigualdades entre mulheres e homens. "Temos que superar essas diferenças. O Brasil caminha para isso. A eleição da presidenta Dilma é um exemplo", destacou.


"A nossa caminhada só vai ser vencida quando respirarmos a democracia todos os dias, em todas as nossas ações, em todos os níveis. Venho aqui a esta conferência dizer a vocês que a agenda das mulheres é a agenda do governo", finalizou.

 

AVANÇOS - O senador Jorge Viana também fez menção ao discurso histórico da primeira mulher a abrir uma conferência da ONU, uma brasileira, presidente do Brasil.

 

"Isso é histórico e nos mostra o quanto avançamos. O presidente Lula poderia ter indicado qualquer pessoa para disputar a Presidência. Ele indicou uma mulher. O Brasil vive um momento muito especial. É  hora de fazer o que o Tião está fazendo aqui, que é consolidar as questões de gênero e a valorização das mulheres", disse.

 
"Nesse processo das conferências, despertamos sonhos e esperanças em 364.929 mulheres acreanas, segundo os dados do IBGE 2010. E levamos a elas o compromisso e a mão estendida do governo do Estado. Essas propostas que construiremos aqui farão parte de um documento que será defendido em Brasília, e o que desejamos é que nesses dois dias de encontro possamos ter propostas concretas sobre o que pensamos e queremos", disse a secretária de Políticas para Mulheres, Concita Maia.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

18/09/2011_PROJETO DE LEITURA CRIANÇA FELIZ_NO_POLO DAS MALHAS

"A FELICIDADE TEM MORADA EM NÓS, PORQUE O NOSSO CORAÇÃO SE ALEGRA E O NOSSO EU SE ENCHE DE VIDA QUANDO COMPARTILHAMOS O BEM!"





















































































































































































AGRADECEMOS A PRESENÇA DE TODOS!






ATÉ A PRÓXIMA!












PROJETO DE LEITURA CRIANÇA FELIZ.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Partes Mirim: O PROJETO DE LEITURA CRIANÇA FELIZ, CONVIDA PARA A...

Partes Mirim: O PROJETO DE LEITURA CRIANÇA FELIZ, CONVIDA PARA A...: CONVITE O PROJETO DE LEITURA CRIANÇA FELIZ, convida para a Exposição de Literatura em Telas “O MUNDO DE NINA” Data: 18/09/2011 Horário: da...

O PROJETO DE LEITURA CRIANÇA FELIZ, CONVIDA PARA A EXPOSIÇÃO DE LITERATURA EM TELAS "O MUNDO DE NINA" EM 18/09/2011.



CONVITE
O PROJETO DE LEITURA
CRIANÇA FELIZ, convida para a
Exposição de Literatura em Telas
“O MUNDO DE NINA”
Data: 18/09/2011
Horário: das 14:00h. às 18:00h.
Local: Av. ANNE FRANK, 3770
Shopping Polo das Malhas,
Boqueirão – Curitiba Paraná.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O Autor na Praça realiza tarde de autógrafos do livro “Sampa: um laboratório para mestres, alunos e visitantes”


No dia 17 de setembro, próximo sábado, nossos convidados são os professores José Vieira Camelo Filho – Zuza e Gerson Vieira Camelo, autografando "Sampa: um laboratório para mestres, alunos e visitantes", no livro os autores, acompanhados de alunos, professores e pessoas interessadas na história de São Paulo realizam um passeio através do tempo pela cidade, o roteiro passa por marcos históricos contemporâneos de Sampa, como: Memorial da América Latina, Parque do Ibirapuera, Edifício Copan, o moderno Museu do Futebol e percorre outros pontos destacados no mapa, inserido no livro, da província São Paulo de Piratininga datado de 1800, como: Convento de São Bento, Igreja do Colégio, Igreja da Boa Morte, Igreja de São Gonçalo, Largo do Piques, Porto Geral, Largo da Sé, Jardim Público da Luz, Largo da Forca, entre outros, que mesmo desconhecidos nos dias de hoje, alguns ainda estão lá, às vezes escondidos no meio de altos prédios, viadutos e estações do metrô. "É um livro para si próprio e para presentear amigos daqui e de fora que queiram passear em suas páginas e visitar o tempo e o espaço da ex-Vila de São Paulo dos Campos de Piratininga, da Real Cidade de São Paulo, do século XIX e desembarcar na moderna cidade de São Paulo, megalópole do século XXI, cujo futuro tem que preservar a importância histórica de seu passado" (Profª. Filomena Aparecida Pereira).

As experiências de dois professores da rede estadual com aulas em campo desenvolvidas em diversos pontos da capital serviram de material para o livro "Sampa: um laboratório para mestres, alunos e visitantes". Elaborada pelos irmãos Gerson Vieira Camelo e José Vieira Camelo Filho, a obra trata da cidade de São Paulo, com uma abordagem temporal e espacial, e propõe uma viagem pelos marcos históricos da cidade, desde caminhos percorridos pelo padre José de Anchieta, no século XVI, passando pelo Theatro Municipal de São Paulo, Parque do Ibirapuera, Edifício Copan e Memorial da América Latina até a construção do contemporâneo Museu do Futebol. O intuito da publicação, de acordo com os autores, é servir como laboratório para o desenvolvimento de aulas extraclasse destinadas a alunos de todos os níveis escolares, assim como apontar as virtudes e contradições existentes no interior da maior cidade dos trópicos. "É importante tirar os alunos da sala de aula e mostrar como a transformação se deu no seu entorno, na cidade", explica José Vieira Camelo Filho, mais conhecido como Zuza, professor de geografia na Escola Estadual Profº Emygdio de Barros. A publicação traz um mapa da São Paulo de Piratininga do ano de 1.800 e relaciona 16 pontos geográficos e históricos que simbolizam a cidade e foram visitados pelos docentes e seus alunos nas atividades extraclasse. "Sempre demos aula em campo. Assim, resolvemos reunir todo o material desenvolvido neste livro, que foi pensado não só para professores e estudantes, mas também para todas as pessoas interessadas em conhecer a história de São Paulo", salienta Zuza, que atua na rede há 30 anos. "As pessoas pouco conhecem a cidade. As mudanças acontecem muito rapidamente e não são percebidas. Nossa intenção é que elas passem a observar melhor as transformações que ocorrem na cidade e no próprio bairro", complementa Gerson Vieira Camelo, que atua na rede estadual há 11 anos e hoje ministra aulas de inglês na Escola Estadual Almeida Júnior. (texto da Secretaria da Educação). Mais informações abaixo.

O Autor na Praça realiza tarde de autógrafos do livro "Sampa: um laboratório para mestres, alunos e visitantes".

Dia 17 de setembro, sábado, a partir das 14h – Grátis (evento em espaço aberto).
Espaço Plínio Marcos (Tenda na Feira de Artes da Praça Benedito Calixto) - Pinheiros.
Informações: Edson Lima – 3739 0208 / 9586 5577 - edsonlima@oautornapraca.com.br.
Realização: Edson Lima & AAPBC.
Apoio: Casa Puebla, AEUSP – Associação dos Educadores da USP, Artver, Max Design, Cantinho Português, TV da PRAÇA, Enlace-media.com e Restaurante Consulado Mineiro.

Sobre o livro – "SAMPA, um laboratório para alunos, mestres e visitantes" (148 páginas, Edições Lua Nova, R$ 30,00) - É um livro que trata da cidade de São Paulo, com uma abordagem temporal e espacial. Nele, pode-se viajar pelas paliçadas do padre José de Anchieta, no século XVI, passar pelo Teatro Municipal de Ramos, de Azevedo e dos Irmãos Rossi, o Parque do Ibirapuera, o Copan e o Memorial da América Latina, de Oscar Niemeyer, no século XX, e chegar ao moderno Museu do Futebol, construído no século XXI. Este livro apresenta as áreas  que servem como laboratório para o desenvolvimento de aulas de campo destinadas a alunos de todos os níveis escolares e, concomitantemente, aponta as virtudes e as contradições existentes no  interior desta  capital, a maior  cidade dos  trópicos. SAMPA destaca a geografia dos espaços culturais, gastronômicos, esportivos e comerciais dos paulistanos e dos seus convidados que vêm de vários pontos geográficos do Brasil e do mundo. Entre esses lugares, encontram-se também os territórios das universidades e das esferas dos poderes municipais e estaduais situados na capital. O livro de Gerson e Zuza procura trazer e reforçar informações sobre São Paulo e, com isso, ressaltar a sua importância junto aos seus habitantes e visitantes e, consequentemente, fazer com que eles sintam-se em casa. Esta cidade é o local do grande encontro entre os brasileiros de todas as regiões do Brasil: de norte a sul e de leste a oeste, assim como daqueles que vêm de outras paragens do globo terrestre. SAMPA: um laboratório para mestres, alunos e visitantes é um livro para si próprio e para presentear amigos daqui e de fora que queiram passear em suas páginas e visitar o tempo e o espaço da ex-Vila de São Paulo dos Campos de Piratininga, da Real Cidade de São Paulo, do século XIX e desembarcar na moderna cidade de São Paulo, megalópole do século XXI, cujo futuro tem que preservar a importância histórica de seu passado. (Filomena Aparecida Pereira - Coordenadora Pedagógica).

Sobre Gerson Vieira Camelo – Pesquisador do teatro negro revolucionário no contexto norte-americano. Professor da rede pública de ensino (E. E. Almeida Júnior). Doutor em Estudos Linguísticos e Literários em Inglês pela Universidade de São Paulo (2010), Mestre em estudos Linguísticos e Literários em Inglês pela Universidade de São Paulo (2004) e graduado em Letras pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1990). Autor da tese Four Black Revolutionary Plays: Amiri Baraka e a Construção de uma Dramaturgia Revolucionária Negra (2010) e da dissertação A representação da cultura negra como elemento de crítica e de militância na peça Dutchman, de Amiri Baraka (2004).

Sobre Zuza Veira Camelo — José Vieira Camelo Filho, mais conhecido como Zuza, nasceu em 14 de junho de 1952, no Ingongo, Fazenda Gameleira, Distrito do Espírito Santo, município de São João do Piauí-PI. É pesquisador do Rio São Francisco, professor da E. E. Prof. Emygdio de Barros, Pós-Doutor em Políticas Públicas, Doutor em Economia, Especialização em Economia do Trabalho e Sindicalismo pela Unicamp. Mestre em História, Bacharel em Ciências Sociais, Geografia e Licenciatura em Geografia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo-PUC/SP. No Pós-Doutorado, elaborou uma pesquisa a respeito do Rio São Francisco e de seu Vale. Seu Doutorado teve como objeto de estudo as estradas de ferro do Nordeste e, para a realização do Mestrado, desenvolveu uma pesquisa acerca do cangaço. É autor do livro "Espírito Santo: um pontinho do Brasil que não pode ser apagado" (Edições Pulsar, 2001) e de "Lampião, o Sertão e Sua Gente" (1ª edição, Editora da UFMS e segunda edição pelo selo editorial "OAUTONAPRAÇA", 2008).

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sábado, 10 de setembro de 2011

EU VOU "NÃO IR"? EU JÁ FUI.


 POR MARLI GONÇALVES

Ai, que preguiça!Você é contra? A favor? Muito pelo contrário, encravado? Pegue a agenda com o calendário, e veja que já há protestos agendados até o final do ano. Uma coisa esquisita. É preciso fazer só uma chamada geral. Mas que seja definitiva.


Olha, por favor, não me levem a mal. Não estou querendo criticar ninguém ou mesmo demover ninguém de suas atividades cívicas, físicas, morais, políticas ou de lazer. Mas é que a coisa está ficando meio perdida demais e sem sentido, e a turma anda fazendo tantas manifestações, de tantos tipos, horários, públicos, que está mais é se dispersando. Aí nada acontece e todo mundo fica com a cara de decepção, chorando pelos cantos dos comentários dos sites, xingando-se uns aos outros. E a corrupa correndo solta.

Tive um ataque de preguiça no feriado de 7 de setembro. Tinha grito, marcha, parada, andada, caminhada, passeata, mobilização, passeio, encontro, pulinho, rendez-vous, juntamento, movimentação - de um tudo - na programação. Em São Paulo, o lugar era um só, a Avenida Paulista. Mas os horários, trajes, maquiagens, motivos, idades, eram diferentes. Teve até matinê. Faltou só que tivesse sido lá também o desfile militar, para a coisa ficar mais completa e animada. Ou preta de vez.

Acabou que eu não fui a nenhuma. Vi, de longe, só uma delas, indo bem, fechando o trânsito, tom oficial, comportada, regulamentar, formal, quase burocrática. Foi-se o tempo em que sabíamos e, ao menos, conseguíamos protestar com vontade, força, criatividade e energia. Éramos ouvidos em todo mundo. Sinceramente, das últimas que lembro que deram resultado foram lá nos idos tempos do Collor, com os caras-pintadas. E olha que ali já dependíamos da energia dos estudantes, tão estupefatos estávamos. Movimentação que se preze tem de juntar todo mundo: homens, mulheres, velhos, crianças, pobres, ricos, cachorros, de raça e viralatas, periquitos, parar tudo, se fazer ouvir de verdade.

Mas, para tanto, tem de ter uma chamada verdadeira, não de um só partido. Não só de alguém querendo apenas se destacar nas tais redes chatamente chamadas de sociais, tentando só aumentar o número de seguidores e, quem sabe, conseguir um patrociniozinho?

Gente, juro: agora até o pessoal do PT está convocando manifestação, quase que exclusiva, contra... a revista Veja!

Sempre amei participar e acredito seriamente que é nas ruas que a "coisa pega", vide mundo atual. Só fico preocupada se o pessoal não acha que já está participando só porque não para de batucar as pretinhas dos computadores o dia inteiro, "curtindo", "compartilhando", dizendo que "vai" no plano virtual que aceita tudo, mais do que o papel. As caixas postais acordam e dormem lotadas (os insones são bastante participativos). Fala-se de tudo, até do que não é verdade, ou é antigo do tempo do Matusalém. São ciclos que se repetem, repassados. O que já li de bobagens de toda sorte - como se não houvesse tanta coisa séria e grave a ser combatida - e as pessoas ainda justificam: "estou só repassando".

Enquanto isso, no Planalto Central e em todas as esferas o pessoal domanda ver se diverte com a ingenuidade. As notícias passam. Não gruda nos caras, porque amanhã tem mais, muito mais. Milhões e bilhões se confundem como se fossem iguais, com licitações fraudadas, presos e soltos, com algemas ou não, e as malditas declarações públicas que não dizem nada, apenas mostram as caras de tacho.

Quer ver? Já se passaram duas semanas do desastre do bondinho de Santa Teresa. O secretário de Transportes do Estado do Rio de Janeiro, o empoado e empolado Julio Lopes, que eu saiba, ainda está lá. O gomalina resolveu dizer que a culpa era do coitado do motorneiro. Que devia, sei lá, ter freado aquela geringonça mal conservada, talvez com os dentes. Mas, não, ele morreu. O caso também. Fora o fanfarrão que governa o pedaço, lá no Rio, cabralzinho até não poder mais, e que é melhor nem detalhar as bobagens que faz e diz - claro, quando está aqui e não voando por aí, casando e descasando da própria esposa. Hummm. Pacificados, é?

Mais? Sabe da última? O senhor senador José Sarney, com pouco para fazer no Maranhão e pelo Maranhão, para dizer o mínimo, quer trocar o nome do aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Que dar o nome de Romeu Tuma - é, ele mesmo, o policial sobre o qual não vou falar, porque já foi. Mas também não preciso dizer o que acho da ideia.

Pensa que acabou? Soube do roubo do Banco Itaú? Foi num sábado, à noite, numa agência de um local, Avenida Paulista (mais uma vez), que só não é mais movimentado do que o Maracanã em dia de Fla X Flu? Pois até eusoube antes do secretário de Segurança de São Paulo, o Sr. Ferreira Pinto, aquele que faz cara de bravo, muito bravo, informado só DEZ dias depois. Os caras fizeram barba, cabelo e bigode, passaram horas "trabalhando" no local e até lanche pediram. Os milhões perdidos estavam guardados por dois coitados, vigias. Tipo parafernálias de segurança que dependem de um porteiro ficar ao lado, passando o cartão para destravar, senão... E ele, o bravo, continua no posto, meus amigos!

Sentadinhos em suas cadeirinhas. A corrupção, especialmente, corrói como cupim as contas e as coisas públicas. Nada sai do papel, às vezes nem com ela, que não gostam de gastar nem para nos enganar.

Como sempre lembro: alegria! Vai ter Copa. E Olimpíadas. A proposta é: vamos marcar uma data, nacionalmente. Escolher um inimigo, um que seja mais comum que os outros.
Meu voto é que seja contra a corrupção. Ou contra a violência que beira o inaceitável, com a vida valendo nada, nadica. Cada um escreve uma cartolina, a mão, espontânea. Na ocasião podemos cantar o Hino Nacional, tudo bem. Mas vamos fazer como quando queríamos as eleições diretas e aprontamos uma muvuca danada, um barulho que não deu para ser calado. O principal: vamos propor soluções, apoiar as que forem viáveis, abrir o peito, que seja para botar uma camiseta e algum slogan.

Mas, pelo amor de Deus! Vamos caminhar juntos. Aí eu vou.


São Paulo - acorda! 2011


(*) Marli Gonçalves é jornalistaDesde muito jovem participa de tudo quanto é movimento. Foram horas e horas gastas em reuniões e, garanto, muitas valeram a pena para poder chegar até aqui com muito orgulho. Eu fui.

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P.s: Certa vez, acho que foi o Tom Jobim. Convidado para fazer um show especial, lhe disseram que seria com o João Gilberto e o Tim Maia. "Ah", ele teria falado, "que bom. Então eu também vou não ir".
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