terça-feira, 26 de janeiro de 2016

*** POESIA*** TERRA BRASILEIRA ***




 VOCABULÁRIO:                                                           

                        *FOLGUEDO: Divertimento. Festa.

                        *MARACÁ: Chocalho Indígena. Chocalho de Criança.    

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Impressões sobre o racismo


Por Anderson Fernandes*
Diariamente casos de racismo são registrados na mídia e principalmente nas redes sociais. Tivemos recentemente uma situação com Neymar durante um jogo do Barcelona contra o Espanyol; e o desabafo do ator inglês, John Boyega, uma das estrelas de ‘Star Wars: Episódio VII - O Despertar da Força’, que disse estar sendo vítima de comentários racistas desde quando foi anunciada a sua seleção para o elenco do longa; e ainda a atriz Sheron Menezzes que precisou  tomar providências legais contra ataques em sua página no Facebook. Porém, essas são situações que chegam ao grande público. Acontece que temos também as agressões do dia a dia, com pessoas que estão fora do alcance da imprensa.
Apesar do brasileiro não se considerar racista, como indicou uma pesquisa do Data Popular, o preconceito - a intolerância e o ódio - é uma marca comum no cotidiano dos brasileiros. Está nas casas, nas escolas, nas igrejas, no ambiente de trabalho, em espaços públicos e privados. E como lidar com esta situação? Achei fantástico o posicionamento da jornalista Cristiane Damaceno, 25 anos, agredida nos comentários de uma foto que postou em uma rede social. Em entrevista a um jornal, ela disse que se sentiu abalada à época, mas que transformou os xingamentos em motivos para lutar contra o racismo.
Acredito que independente da ação a ser tomada frente a um caso de discriminação ou preconceito racial, o ideal é sempre se posicionar. Eu, quando tinha 16 anos, trabalhava em uma loja que comercializava móveis e eletrodomésticos. Certa vez, limpando a vitrine do local, um grupo de jovens passou e um deles gritou: “Olha outro macaco analfabeto!”.
Na época, eu estava concluindo o Ensino Médio e sem pretensão alguma de cursar o Ensino Superior. Frente aquele ato covarde eu poderia ter reagido com outra agressão; ou poderia ter ficado chateado e desmotivado; ou simplesmente poderia ter continuado limpando a vitrine. Mas a situação me fez refletir e mudar de planos. Ingressei no curso de Jornalismo e, após formado, atuo na profissão há aproximadamente dez anos e tenho um livro publicado e outro a ser lançando no próximo dia 14 de janeiro, intitulado “Nocaute”.
Acredito que ingressar na universidade e me formar em um curso de nível superior foi uma forma de me posicionar frente àquela agressão. E lançar um livro, que terá um personagem negro como protagonista da trama, é reforçar este posicionamento e principalmente contribuir com o debate sobre a questão do racismo.
Portanto, discriminação e preconceito devem ser combatidos com ações positivas, sejam elas quais for. Como bem definiu Nelson Mandela, ícone da luta contra o apartheid e o racismo na África do Sul: “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar”. Então é hora de trabalhar e espalhar amor pelo País.
*O jornalista Anderson Fernandes tem 31 anos. É graduado em Comunicação Social – Jornalismo e tem especialização em Comunicação Estratégica pela Universidade Braz Cubas (UBC). Anderson tem passagens pelos jornais Diário de Suzano, Diário do Alto Tietê, Folha Metropolitana de Guarulhos, nas funções de repórter e editor e também realizou trabalhos na ASBS, Top Clip, AV Agência de Comunicação e Prefeitura de Suzano. É criador dos portais de notícia AT11 e Política na Hora e ganhador, em 2011, do prêmio Top Blog, categoria Jornalismo, com o Blog do Fernandes. É coautor dos livros Personagens da Aliança e Entre Quatro Poderes.

Nova Ortografia. Inova?


*Marcilene Bueno

Desde o dia primeiro de janeiro de 2016 não mais coexistem duas normas ortográficas no Brasil. Enfim, a Nova Ortografia, cuja assinatura se deu em 1990, a vigência internacional em 2007 e, pelo decreto da Presidência da República, número 6583, produz seus efeitos no Brasil a partir de primeiro de janeiro de 2009, é a única norma ortográfica a ser respeitada em nossa língua escrita. 

Importante, porém, além de todos os aspectos linguísticos e gramaticais   que já foram amplamente discutidos, é entender em quê essa ortografia é nova, ou melhor, inova e qual a importância de a conhecermos e usarmos.

Pra começar, vamos entender que ortografia – grafia correta – é um conjunto de regras arbitrárias e convencionais, em sua maioria irregulares. Ou seja, poucos princípios se aplicam a todas as palavras. Poucos mesmo. Um bom exemplo das poucas regularidades é que em língua portuguesa nenhuma palavra começa com “rr” e sempre, antes de “p” e  “b”, usamos a letra m para marcar nasalidade. Mas é possível contar nos dedos, de uma mão, outras regularidades como as citadas. O que quero dizer com isso? Que não há uma lógica (intrínseca e inquestionável) no registro escrito da língua portuguesa: há tendências e influências, sobretudo etimológicas.

Aquela desesperada procura de todo falante da língua pela (“lógica”) correspondência entre a sonoridade e a grafia, é uma ilusão tremenda. Não existe correspondência absoluta entre letra e som nem no alfabeto da língua portuguesa e, por consequência, nem nas palavras, frases, textos!! Uma única letra pode representar vários sons – letra “x”: xícara, tóxico, exagero -, um único som pode ser representado por várias letras – som [s]: suave, assalto, acento, discente, criança, expectativa. Por quê? Porque a língua é um organismo vivo e incontrolável cuja evolução tentamos bravamente frear.  Assim, sempre haverá mudanças, novidades, inovações, especialmente, na língua falada. Na escrita, há regras que contribuem para a conservação. Nessa tensão – inovação/conservação – vivemos.

E, ao contrário do que muitos possam pensar, o esforço de conservação do registro escrito de uma língua  não a prejudica, mas a favorece possibilitando que, por um determinado tempo, todos os usuários reconheçam, sem dificuldades, os signos de uma língua. Ou seja, embora na sonoridade haja diferenças, na escrita o registro será sempre o mesmo: porta. Por isso, para textos é fundamental que se dominem as regras de ortografia porque escrita é um espaço onde variações não são admitidas. Não dá pra usar de um jeito no primeiro parágrafo e de outro no último. Ou hoje com um “s”, amanhã com dois “s”; já na fala, variações não causam espanto algum.

Então, mudanças ortográficas como retirada de acentos, ainda que “novas”, não indicam liberdade, continuam sendo regras de conservação. A norma gramatical, como a ortográfica, é instrumento de uniformização. Perdoem-me a rima, mas, mesmo assim, houve inovação?
Sim. Até houve. Dois aspectos inovadores devem ser destacados na nova norma ortográfica: concessões dos anteriormente dois sistemas vigentes – português e brasileiro e admissão do princípio fonético para o registro escrito de algumas palavras. Ou seja, inovação porque há uma tendência para pensar formas de uniformização, ao menos escrita, da língua portuguesa onde quer que seja usada e também em relação à simplificação das regras com a admissibilidade do princípio fonético – escrever de acordo com a sonoridade -, ainda que incipiente, em palavras que, por exemplo, passam a admitir dupla grafia: fêmur e fémur. Porém, nossa ortografia, embora nova, tem pretensão de conservar, não de inovar.

Enfim, ortografia é assunto interessante, complexo e de obrigatório aprendizado para todos os cidadãos que utilizam a língua portuguesa. As novas regras a simplificaram? A prejudicaram? Havia ou não necessidade de mudança? Houve avanço, retrocesso? Tais discussões hoje são inúteis. Fundamental, sem dúvida, é mudar o foco para alcançar o que importa: aprender as regras ortográficas.  E para a aprendizagem, sim, a inovação das estratégias e métodos é absolutamente necessária. Mas esse é um assunto para o nosso próximo artigo.

Sobre a professora Marcilene Bueno

Doutoranda em "Innovation in Engineering Education", na UNESP de Guaratinguetá-SP, mestre em Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1996). Professora do Centro Universitário Salesiano de São Paulo, graduação e pós-graduação. É pesquisadora, desde 2013, do Laboratório de Metodologias Inovadoras, no UNISAL, campus Lorena, atuando também na formação de professores e realizando experiências práticas na área de metodologias ativas, especialmente, "peer instruction", "team-based learning" e "writing across the curriculum".

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Gilberto Mendes

Por Nair Lúcia de Britto

Diálogo com professoras

DIÁLOGO COM PROFESSORAS: INVESTIGANDO OS DES/CONHECIMENTOS DOS CONTEÚDOS EXIGIDOS PELA LEI 11.645/2008 NA PERSPECTIVA INDÍGENA
Armelinda Borges da Silva*
Josélia Gomes Neves *

Armelinda Borges da Silva - Formada em Licenciatura em Pedagogia pela Universidade Federal de Rondônia – UNIR, Campus de Ji-Paraná. Pesquisadora do Grupo de Pesquisa Educação na Amazônia – GPEA. armelindabs@hotmail.com
Armelinda Borges da Silva – Formada em Licenciatura em Pedagogia pela Universidade Federal de Rondônia – UNIR, Campus de Ji-Paraná. Pesquisadora do Grupo de Pesquisa Educação na Amazônia – GPEA. armelindabs@hotmail.com
Resumo: O texto em tela trata da apresentação de um estudo desenvolvido no ensino fundamental, anos iniciais, em escolas públicas do município de Ji-Paraná, em Rondônia. O objetivo principal foi investigar a prática pedagógica em relação aos conteúdos exigidos pela Lei 11.645/2008, com foco na temática indígena no âmbito do Projeto de Pesquisa: “História e cultura indígena como conteúdos de aprendizagem: como anda a implementação da Lei 11.645/2008 nas escolas públicas da Amazônia?” Esta atividade vinculou-se ao Programa Institucional de Bolsas e Trabalho Voluntário de Iniciação Científica – PIBIC/UNIR/CNPq, ciclo 2013-2014. Dentre os aportes teóricos utilizados destacam-se as contribuições de Teixeira (1995), Neves (2013), Candau (2006) e Hall (2006). A metodologia adotada utilizou a técnica de entrevistas semiestruturadas. Os resultados da pesquisa informam que há pouca experiência em relação à temática indígena, os conhecimentos são empíricos e superficiais, à base do improviso. As principais fontes de informação utilizadas são o livro didático e as pesquisas realizadas na internet. Há necessidade de mais investimento na formação docente referente à Lei 11.645/2008, considerando a pouca experiência observada no trabalho docente, bem como a elaboração de material didático mais qualificado de feição intercultural.