quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

FADAS, DUENDES E GNOMOS?



uma crença que se alastrou nos meios místicos como se fora uma sua
condição indissociável é a crença em elementais. Verdade que um
místico tem o despertar psíquico mais acentuado e, portanto, é capaz
de perceber certas vibrações que objetivamente boa parte não apreende,
mas há algo curioso sobre a crença em elementais que merece uma boa
reflexão.

A primeira coisa que constatamos nesta crença é sua herança cultural.
Ou seja, ela não acontece naturalmente. É herdada. Precisa ser
transmitida ou não existirá.

Nenhuma criança, que nunca teve algo informação sobre duendes, fadas,
gnomonos, sucupira, saci-pererê e cumade-florzinha, etc., fala sobre a
existência destes ou diz os vê.

Por exemplo, no interior do Nordeste brasileiro, onde nunca se viu
falar em saci-pererê, ninguém jamais o viu, no entanto, algumas
pessoas desta Região soube da existência ou diz ter visto a cumade-
fulorzinha, que tem as mesmas características de um saci-pererê.
Inversamente, na Região Sudeste não existe a cumade-fulorzinha. Lá
ninguém a viu, contudo, sabem da existência ou já viram o saci-pererê.
Em essência, em termos de características de personalidades, trata-se
da mesma entidade.

Ora, quem nos rincões do Brasil, por exemplo, onde não há muitas
informações, já viu um duende, ou gnomo ou fada?

Na Irlanda, entretanto, muitas pessoas dizem ter visto duendes, gnomos
e fadas, mas jamais viram um saci-pererê ou uma cumada-fulorzinha.

Esta crença em elementais, onde a natureza produz seres conscientes e
personificados remonta muita antes da legião de seres mitológicos
gregos. Este pensamento surgiu já na própria pré-história.

Para os gregos da época da mitologia, Zeus, Vênus, etc, eram bem
reais. Curioso que a mitologia grega teve uma influência plenamente
constatada sobre o candomblé africano. Ali ver-se todos os seres
elementais da antiga mitologia grega.

O místico verdadeiro não se deixa iludir. Perguntas simples como "por
que não há fadas de cor negra e por que na África não existem fadas?",
por exemplo, qualificam esta crença na condição de forma-pensamento e
pensamento-forma tão-somente.


HIDERALDO MONTENEGRO

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