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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
CONSTATAÇÃO
CONSTATAÇÃO
Os mortos estão mortos
e os vivos estão para morrer
A vida corre pelos corredores
e todos vãos abertos estão
para a veia e a cova
somos tudo nada
somos nada tudo
em vão
sim e não
absolutamente
grão
fome e pão
somos não
Infinitamente
chão
Hideraldo Montenegro
HUMANO CANTO
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CONSUMADO
CONSUMADO
Não importa mais
estas veias, este sangue
esta teia, este mangue
Não importa mais
este dinheiro, este whisk,
este isqueiro, este trejeito
Não importa mais
Este nome, esta data
Esta farsa, esta falta
Não importa mais
estes olhos, esta pele
esta língua, este tinteiro
Não importa mais
porque todos os sentidos
agora são iguais
Hideraldo Montenegro
HUMANO CANTO
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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
ÓRGIA FÚNEBRE
ORGIA FÚNEBRE
Comam-me todos os vermes
Façam a festa, se fartem
neste bacanal humano
que ofereço
Involuntariamente
Para mim,
pouco importa
os risos e os choros
-no fim
tudo é gozo
de alguém
Hideraldo Montenegro
HUMANO CANTO
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O FIM DE UM MUNDO. A FALÊNCIA DO CAPITALISMO?
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TRINCHEIRA
TRINCHEIRA
Que venham as cegonhas
Que venham os abraços abertos
Que venha o sorriso leve fixo certo
Que venham as mentiras as verdades e as vergonhas
Que venham o vôo e o pouso e os netos
Que venham todos os aeroportos
Que venham e passem todos
que preciso continuar em campo aberto
vivo ou morto
Hideraldo Montenegro
HUMANO CANTO
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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
DESPEDIDA
DESPEDIDA
Não me esperem para o jantar
Não me esperem nas esquinas
Não sejam bestas em me esperar
Sigam em frente
Escovem os pés penteiem os dentes
Façam a festa
Cantem dancem
e soltem todos os seus fantasmas
de mim
e vela não precisam acender
Digam apenas adeus
e me deixem em paz
que daqui não saio mais
-Afinal, este meu silêncio
não é convincente?
Hideraldo Montenegro
HUMANO CANTO
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QUANDO JANEIRO CHEGAR
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Romance A NOITE DOS PEREGRINOS, de Henrique Bon
NOITE DOS PEREGRINOS
“Se eu pudesse eu abrir um buraco/
Metia os pés dentro, criava raiz/
Virava coqueiro, trepava em mim mesmo/
Colhia meus cocos, meus frutos, feliz”
Antonio Vieira
-Finalmente, num ano difícil (o pior ano de minha vida) acabei de ler o livro “A Noite dos Peregrinos”, romance de Henrique Bom, Editora Imagem Virtual, Ano 2008, 352 páginas. Muito interessante. Gostei da qualidade da obra, um romance historial bem diferenciado. Confesso que demorei para pegar no breu, entrar mesmo na história cheia de particularidades iniciais, detalhes próprios de uma história do estilo, inúmeros personagens indo e vindo, claro, dando base ao todo, com os tantos detalhes iniciais de suporte para o desenrolar de atos e fatos, mas depois peguei gosto mesmo, acabei de algum modo encantado com a leitura, certamente que belo fruto de estudos e pesquisas; Henrique Bon um médico proseador de fina sensibilidade, domínio da narrativa, pontuando ali os primórdios de um país em inicio de formação, dando-nos uma visão do que foram as primeiras levas de imigrações para o Brasil dos tempos em que a água bebia a onça.
O autor médico fez uma obra que nos dá uma exata e importante (e bela) visão específica de como foi a leva histórica da primeira imigração nos entremeios da escravatura em fase terminal, do meio pra frente a obra pega suporte, enredo e dinâmica narrativa, confere-se muito bem escrita, extremamente densa, daí é uma beleza até o final, cativando, surpreendendo, feito um talentoso trabalho de fôlego, certamente que um romance e tanto.
-Do currículo literário do autor, Henrique Bon pode se dizer que nasceu em Nova Friburgo, de um clã com raízes originárias na migração de 1819. Do trisavô Henri Bon, “cafeicultor nascido em Genève e falecido na serra fluminense, acabaria por herdar, além do nome de batismo, todo o acervo documental, conservado através dos anos em um armário de sua antiga fazenda, o que lhe impregnaria, desde a infância, das histórias relacionadas à migração”. Henrique Bon é formado em medicina pela Universidade Federal Fluminense, exerce a especialidade de Psiquiatria. Escreveu também os livros "O Único Olho de Lourenço Arribas (contos), "Imigrantes", (ensaio histórico sobre a migração). É ainda escultor em bronze, participando de individuais e coletivas no Rio de Janeiro, B rasília, Niterói, Nova Friburgo e Amsterdã.
Pois a “Noite dos Peregrinos” em suas contações mirabolantes diz da primeira imigração suíça para o Rio de Janeiro, gente que se fixou em Nova Friburgo, na época do Brasil metrópole, durante o primeiro e segundo impérios. De inicio o protagonista Henri Cougnard, luterano calvinista lotado ainda na terra natal de onde emigrará, a narrativa vai abundando dados, personagens, apurando a leitura e demorando a entrar nos feitios dos causos e sequenciais. O personagem principal é Cougnard, um jovem aventureiro de família pequeno-burguesa que sobrevive da fabricação dos famosos relógios e de religião calvinista, que resolve correr riscos e encarar a promovida empreita de “fazer a américa” no Brasil. De linguagem apurada, bonita, aqui e ali bem poética e meio que filofósica por assim dizer, muito humanista até, mais os dados de Helvécia e decursos no entorno da iniciação.
Quando os imigrantes peregrinos sonhadores estão nos pântanos de Mijl, personagens emergem, de Grandjean, o bruto, Porchat, o ex-combatente, Porcelet, o capitão puxa-saco, e muitos outros que acompanharão o Cougnard em sua sina. Depois o livro vira meio que uma excelente fábula; aqui e ali meio plantador de sonhos e acontecências, em busca de um paraíso na ameríndia ainda em fase inicial, com seus problemas, mais os percalços de viagem, onde a morte sim, a morte, é a personagem principal que, clandestina ou não, vai a viagem inteira ceifando almas viajosas. Que viagem é a morte? Que loucura é a vida? Viver não é pré pago?.
“...a partir de então Henri Cougnard decidiu que, para o bem ou para o mal, não abandonaria mais o grupo. Dormiria ao relento se preciso fosse., ou sobre o duro madeirame do barco. Não mais procuraria hotéis ou estalagens, para o seu conforto pessoal de burguês. Gradualmente convertia-se em um deles, e como em poucas vezes de sua curta existência, sentia estar vivo” (Pg 62)
No navio, entre outros em rotas pertinentes, finalmente assoma-se o personagem John Both, feito assim uma espécie de “lobo-do-mar” que se torna um amigo fiel de Cougnard, feito escudeiro de circunstancias. Suas entradas palavriais feitas ao “mão-verde” dão um colorido especial à narrativa, entre reminiscências da própria aventura, dos sofrimentos, das dificuldades que nunca abandonarão aquelas pessoas que se meteram numa espécie de aventura sem bilhete de retorno.
Cougnard sai da Suíça aos 21 anos de idade, passa a historia entre o presencial e as sofrências nauticas, e, rendido às saudades de pessoas que da terra-mãe a se distanciar, sofrendo os dezelos dessa espécie de exílio voluntário, entre mares de angústia, arraias miúdas do entorno, sargaços humanos, e, na bucólica e selvagem terra brasilis como todo mundo quer fazer fortuna, e assim, entre o bucólico e o pitoresco do selvagem e inóspito Brasil imperial, as tristices humanas, o homem explorando o homem, os coronelatos da igreja católica com seus deslizes, emocionando aqui e ali com a bruteza da vida ao deus-dará, dos homens brucutus, da igreja já decrépita e sem escrúpulos, entre escravos, a arraia miúda, fugidos, mestiços, índios, colonizadores sem escrúpulos, clarificando no romance o Brasil de então, não muito diferente do de hoje, já então de propriedades roubos, lucros impunes, riquezas injustas, como pregou São Lucas. Henrique Bon é sim, um ótimo romancista, inclusive de formação e linha ficcional; escreve muito bem, tem talento e lucidez fora de série, lançou um clássico, entre a liberdade de ficção e a realidade pesquisada, variantes de inteligência, conhecimento da causa e cultura no narrar com qualidade e estilo.
A Noite dos Peregrinos daria um filme e tanto, para a imaginação ser recompensada ao narrar essa imigração com grandezas, aventuras, riscos e conquistas, mais bravezas e contentezas, claro, como a própria viagem de existir.
-0-
BOX
A NOITE DOS PEREGRINOS – Romance, 352 páginas
Editora Imagem Virtual
Nova Friburgo, RJ – www.editoraimagemvirtual.com.br
Autor Henrique Bom
-0-
Silas Correa Leite – Sampa/Santa Itararé das Artes
Teórico da Educação, Jornalista Comunitário, Conselheiro em Direitos Humanos, Poeta, Ficcionista, Resenhista, Ensaísta, pós-graduado em Literatura na Comunicação, USP
Prêmio Lygia Fagundes Telles Para professor Escritor
Autor de Porta-Lapsos, Poemas, e Campo de Trigo Com Corvos, Contos Premiados, Finalista do Prêmio Telecom, Portugal, ambos à venda no site www.livrariacultura.com.br
E-mail: poesilas@terra.com.br
Blogue premiado do UOL: www.portas-lapsos.zip.net
31 DE DEZEMBRO: DIA DA PROMESSA?
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
FELIZ NATAL, FELIZ ANO NOVO!
Feliz Natal...
E um Ano Novo com muitas alegrias
Prosperidade, saúde, felicidade
E muita harmonia!
nair lúcia de britto
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
O que pensar do Natal?
Fernanda Leite Bião1
O que pensar do Natal? Uma época de tanto movimento social, abre e fecha de presentes. Papai Noel passeando por aí, em suas carruagens, em ambientes sofisticados. Sonhos e fantasias nos olhares dos pequeninos, que tanto esperam um momento mágico e, por que não dizer?, de nós, também, eternos velejadores, entre oceanos de sonhos, desejos e fantasias.
Acredito que toda criação humana tenha sua importância, mas amo pensar na raiz, no radical, no principio em que tudo começou. Assim...
Era uma vez uma história de Natal...
Menino nascendo, reis magos, animais acalentadores, uma mulher e um homem a caminho de sua cidade Natal, para o recenseamento. Estrela que brilha lá longe! Longe e perto de nós. A luz que se procura. Esclarecimento, conhecimento, paz, amor. A estrela brilha, é a figura que se destaca, a escuridão agora só é o fundo de uma pintura bonita que retrata uma história.
Jesus nasce! Nasce e se desenvolve em meio a homens e mulheres, carneiros e ovelhas, escolhidos e malditos. Nasce, cresce e se desenvolve, abrindo novas paragens, construindo novos olhares, educando pelas parábolas e trazendo às pessoas a esperança e a possibilidade da desenvoltura de sua autonomia, para se lançar a uma vida diferente e melhor. Cegos que são cegos e cegos não cegos voltam a enxergar. Ouvidos ouvem pela primeira vez a palavra e as pernas começam a se movimentar. Vejo o toque da liberdade da humanidade a se humanizar.
Jesus nasce! Em várias crenças, em várias casas, em várias mesas, nos olhares e nos cânticos de adoração.
Entretanto, o meu desejo hoje é que Ele nasça em seu coração! Muita paz!
1 Psicóloga e Orientadora Profissional. Bacharela em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas). E-mail: fernandabiao9@hotmail.com.
poesia
Quem quer seguir a Jesus
Quem quer seguir a Jesus... Deve andar como ele andou... Deve sempre fazer o bem, E amar como ele amou.
Tem de ser pessoa justa. E voltada para o bem... Amar aos seus amigos. E inimigos também.
Se quisermos galgar o céu. Não é com facilidade, Além de fazermos o bem. E de termos honestidade. Não podemos ter na mente Nem um pouco de maldade. Vivaldo Terres
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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Confira o ministério de Dilma
Guido Mantega (Fazenda)
Alozio Mercadante (Ciência e Tecnologia)
Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral)
José Eduardo Cardozo (Justiça)
Antonio Palocci (Casa Civil)
Paulo Bernardo (Comunicações)
Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio)
Miriam Belchior (Planejamento)
Ideli Salvatti (Pesca)
Maria do Rosário (Direitos Humanos)
Fernando Haddad (Educação)
Alexandre Padilha (Saúde)
Luiza Bairros (Igualdade Racial)
Tereza Campelo (Desenvolvimento Social)
Luiz Sérgio (Secretaria de Relações Institucionais)
Iriny Lopes (Secretaria das Mulheres)
Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário)
Wagner Rossi (Agricultura)
Pedro Novais (Turismo)
Garibaldi Alves (Previdência)
Edson Lobão (Minas e Energia)
Moreira Franco (Secretaria de Assuntos Estratégicos)
Nelson Jobim (Defesa) - Cota pessoal
Alfredo Nascimento (Transportes)
Carlos Lupi (Trabalho)
Mário Negromonte (Cidades)
Orlando Silva (Esporte)
Fernando Bezerra Coelho (Integração Nacional)
Leônidas Cristiano (Portos)
Alexandre Tombini (Banco Central)
Helena Chagas (Comunicação Social)
Antonio Patriota (Relações Exteriores)
Izabella Teixeira (Meio Ambiente)
Ana de Hollanda (Cultura)
Luís Inácio Lucena Adams (Advocacia-Geral da União)
Jorge Hage (Controladoria-Geral da União)
José Elito Carvalho Siqueira (Gabinete da Segurança Institucional)
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
Atlético PR é destaque em uso de recursos publicitários
Atlético é destaque em uso de recursos publicitários
Por: Furacao.com
Philco teve divulgação com a boa campanha do Atlético [foto: Julia Abdul-Hak]
Segundo a reportagem de Altair Santos para o portal Ig Esporte, os clubes campeões de faturamento com publicidade no uniforme foram Corinthians (R$ 59,5 milhões), Flamengo (R$ 57 milhões), São Paulo (R$ 46 milhões), Palmeiras (R$ 27,7 milhões), Santos (R$ 24,5 milhões), Cruzeiro (R$ 23 milhões), Grêmio (R$ 22,1 milhões), Vasco (R$ 21,2 milhões), Atlético-MG (R$ 21 milhões) e Fluminense (R$ 18,5 milhões). "É uma diferença muito discrepante, mas mesmo assim o Atlético deu um retorno muito interessante aos seus patrocinadores", destaca Andressa Rufino, que é também autora do livro "Arena Multiuso: um novo campo nos negócios".
Rufino também analisou a utilização do naming rights que o Atlético manteve até 2008 com a Kyocera. Para ela, o país ainda não está pronto para esse tipo de parceria. "É preciso um trabalho maior junto à própria imprensa, para que a marca seja melhor exposta, e também junto ao próprio torcedor, para que ele valorize o investidor e ajude a salientar a marca", disse.
Para ela, a publicidade na Arena da Baixada tende a crescer com a a proximidade da Copa do Mundo de 2014. "O investimento no Brasil está numa linha muito crescente. Em breve, estará próximo da realidade europeia. O que falta hoje é maior organização dos clubes e saber usar bem esses recursos. O Atlético, com o 5.º lugar, mostrou que está aprendendo a lição", concluiu.
http://www.furacao.com/materia.php?cod=34981
Johnny Notariano - EM QUESTÃO
NATAL ANO NOVO E PERDÃO
Viva WikiLeaks! Sicko não foi proibido em Cuba
Michael Moore
OpenMike, 18 de dezembro de 2010, 4:47 AM
WikiLeaks ontem fez uma coisa incrível: lançou um telegrama sigiloso do Departamento de Estado que trata, em parte, de mim e do meu filme Sicko.
É espantoso olhar a natureza orwelliana dos burocratas do Estado, que torcem mentiras e tentam recriar a realidade (presumo que para agradar a seus chefes e dizer-lhes o que eles querem ouvir).
A data é 31 de janeiro de 2008. Poucos dias depois de Sicko ser indicado ao Oscar de Melhor Documentário. Isso deve ter deixado alguém quicando no Departamento de Estado de Bush (seu Departamento do Tesouro já tinha me notificado de que investigava as leis que porventura quebrei ao levar três socorristas do 11/09 a Cuba para receberem os cuidados de saúde que lhes foram negados nos Estados Unidos).
Wendell Potter, ex-executivo de seguradora de saúde, revelou recentemente que essa indústria – a qual decidiu gastar milhões para me perseguir e, se necessário, "jogar Michael Moore de um penhasco" – trabalhou com anticastristas cubanos em Miami para difamar meu filme.
Assim, em 31 de janeiro de 2008 um funcionário do Departamento de Estado em Havana inventou uma história e enviou-a à sede em Washington. Veja o que eles inventaram:
(...) afirmou que as autoridades cubanas proibiram o documentário de Michael Moore, Sicko, por ser subversivo. Embora a intenção do filme seja desacreditar o sistema de saúde dos EUA, destacando a excelência do sistema cubano, disse que o regime sabe que o filme é um mito e não quer arriscar uma reação popular, mostrando aos cubanos facilidades que claramente não estão disponíveis para a grande maioria deles.
Soa convincente, hein? Há apenas um problema: Sicko tinha acabado de passar em cinemas cubanos. E a nação inteira de Cuba viu o filme na televisão nacional em 25 de abril de 2008! Os cubanos abraçaram tanto o filme que se tornou uma das raras fitas americanas distribuídas nos cinemas de Cuba. Eu, pessoalmente, garanto que uma cópia de 35 mm ficou com o Instituto de Cinema de Havana. Houve sessões de Sicko em cidades de todo o país.
Mas o telegrama secreto disse que os cubanos foram proibidos de ver o meu filme. Hmmm.
Sabemos também de outro documento secreto dos EUA dizendo que "o desencanto das massas [em Cuba] se espalhou por todas as províncias", e que "toda a província de Oriente está fervendo de ódio" pelo regime de Castro. Há uma rebelião subterrânea enorme, e "trabalhadores dão todo o apoio que podem", todos envolvidos na "sabotagem sutil" contra o governo. O moral é horrível em todos os ramos das forças armadas e, em caso de guerra, o exército "não vai lutar". Uau! Este telegrama é quente!
Naturalmente, este cabo secreto dos EUA é de 31 de março de 1961, três semanas antes de Cuba chutar nosso traseiro na Baía dos Porcos.
O governo dos EUA tem passado estes documentos "secretos" a si mesmo nos últimos 50 anos, explicando nos mínimos detalhes como as coisas estão horríveis em Cuba e como os cubanos estão discretamente ansiosos pela nossa volta para assumir o controle. Não sei por que escrevemos estes telegramas, imagino que apenas nos façam sentir melhores. (Qualquer curioso pode encontrar um museu inteiro de desejos esperançosos dos EUA no site do National Security Archive).
Então o que fazer com um telegrama "secreto" falso, especialmente um que envolva você e seu filme? Bem, você espera que um jornal competente investigue a mensagem e grite sua descoberta do alto do telhado.
Mas WikiLeaks ontem enviou o telegrama sobre o caso Sicko em Cuba à mídia – e o que ela fez com ele? Divulgou como se fosse verdadeiro! Eis a manchete no Guardian:
WikiLeaks: Cuba proibiu Sicko por mostrar sistema de saúde "místico"
Autoridades temeram que o lindo hospital mostrado no filme de Michael Moore, indicado ao Oscar, provocasse revolta popular.
E nem uma centelha de investigação para ver se Cuba tinha realmente proibido o filme! De fato, exatamente o oposto. A imprensa de direita passou o dia informando uma mentira (Andy Levy, da Fox – duas vezes –, Reason Magazine, Spectator e Hot Air, mais uma série de blogs). Infelizmente, mesmo BoingBoing e meus amigos da Nationescreveram a respeito sem ceticismo. Então você tem WikiLeaks, que se expôs para encontrar e divulgar esses telegramas à imprensa – e os jornalistas tradicionais mais uma vez têm preguiça de levantar um dedo e clicar no mouse para entrar no Nexis ou pesquisar no Google e ver se realmente Cuba "proibiu o filme". Se ao menos UM repórter o fizesse teria encontrado:
16 junho de 2007 sábado 01:41 GMT [sete meses antes do telegrama falso]
TÍTULO: Ministro da Saúde cubano diz que Sicko, de Moore, mostra "valores humanos" do regime comunista
BYLINE: Por ANDREA RODRIGUEZ, da Associated Press
Dateline: HAVANA
O ministro da Saúde de Cuba, José Ramón Balaguer, afirmou hoje queSicko, do documentarista americano Michael Moore, destaca os valores humanos do governo comunista da ilha (...) "Não pode haver nenhuma dúvida, este documentário de uma personalidade como o senhor Michael Moore ajuda a promover os princípios profundamente humanos da sociedade cubana."
Ou que tal esta pequena notícia de 25 de abril de 2008 do site CubaSi.Cu(tradução do Google):
Sicko estreia in Cuba
25/4/2008
The documentary Sicko, the U.S. filmmaker Michael Moore, which deals about the deplorable state of American health care system will be released today at 5:50 pm, for the space Cubavision Roundtable and the Education Channel. (O documentário Sicko, do cineasta Michael Moore, que trata do deplorável estado do sistema de saúde americano, será apresentado hoje às 17h30 na Mesa Redonda de Cubavisión e no Canal Educativo.
E tem este, da Juventudrebelde.cu (tradução do Google). Ou estaanálise cubana (tradução do Google). Há até mesmo um longo fragmento de Sicko (o trecho sobre Cuba) na homepage do site Mesa-Redonda em CubaSi.cu website!
OK, então sabemos que a mídia é preguiçosa e falha a maior parte do tempo. Mas o maior problema aqui é que nosso governo parecia ser conivente com a indústria de seguros de saúde para destruir um filme que poderia ter ajudado a trazer o que os cubanos já têm em seu país pobre de terceiro mundo: saúde pública universal e gratuita. Porque eles têm e nós não, Cuba apresenta taxa de mortalidade infantil menor do que a nossa, sua expectativa de vida é apenas sete meses mais curta do que a nossa e, de acordo com a OMS, está apenas dois lugares atrás do país mais rico do planeta no ranking da qualidade dos serviços de saúde.
Essa é a matéria, grande mídia e direitistas do ódio.
Agora que você já foi apresentado aos fatos, o que você vai fazer sobre isso? Vai me atacar por ter exibido meu filme na televisão estatal cubana? Ou vai me atacar por não ter exibido meu filme na televisão estatal cubana?
Você tem que escolher um, não pode ser ambos.
E como os fatos mostram que o filme foi exibido na TV estatal e nos cinemas, acho que o melhor é vocês me atacarem porque meu filme passou em Cuba.
Viva WikiLeaks!
***
Michael Moore não menciona no texto, mas a CBS também divulgou a notícia sem apurar:
Katie Couric (CBSNews): Reportamos ontem [17/12] que Cuba proibiu Sicko, de Michael Moore, porque o documentário mostraria um sistema de saúde tão bom que faria o povo cubano rir ou ficar zangado – era o que dizia telegrama do Depto. de Estado liberado por Wikileaks e publicado pelo Guardian. Agora [18/12], Moore (um dos maiores financiadores deAssange) divulgou longo desmentido (http://bit.ly/gusZxA). Ele afirma que "toda a nação cubana viu o filme na TV nacional em 25 de abril de 2008!" Os cubanos abraçaram o filme de tal modo que se tornou uma das raras fitas americanas exibidas nos cinemas do país". Ele conclui: "Acho melhor vocês me atacarem pelo fato de que meus filmes passam em Cuba!Viva WikiLeaks!" (via The Nation http://bit.ly/gusZxA) (N.T.)
“Fizemos história pelas crianças no G20”, diz adolescente em evento inédito da Save The Children e Plan International Brasil
Ynara, 17, foi uma das adolescentes que entregou uma carta de 50 mil crianças a líderes do G20. Painel contou com a presença ministros e a...
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Pequena Resenha Crítica NOITE DOS PEREGRINOS “Se eu pudesse eu abrir um buraco/ Metia os pés dentro, criava raiz/ Virava coqueiro, trepava e...
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