segunda-feira, 1 de novembro de 2010

MAIS ARTE NA PUBLICIDADE...

Por: Nair Lúcia de Britto

É impressionante a falta de criatividade e de educação que existe em algumas publicidades veiculadas pela televisão.
Quando uma publicidade não se faz à base de uma gritaria infernal, que obriga o telespectador a tirar o som da televisão; apela-se para uma exposição exagerada de nádegas e pernas femininas que, presumo,
deve enjoar até os admiradores mais compulsivos... 

Só por curiosidade fiz uma pesquisa sobre o termo devassa, ultimamente muito ouvido na televisão. Significa pessoa corrupta, livre de qualquer peia moral, depravada, libidinosa, desregrada, sem qualquer escrúpulo,
libertina, licenciosa e por aí vai... Isso é nome que se dê a uma bebida?

Outra propaganda que repudio é a de um refrigerante.
Um garoto adolescente está sentado à mesa, na casa do amigo dele, e contempla com olhar lascivo e abobalhado a mãe desse mesmo amigo.
E, pior, esta, envaidecida, exibe-lhe o decote ousado.

Acho que a publicidade é um campo maravilhoso para criar uma arte com humor, música e beleza... ou que dê alguma informação útil ao telespectador. Por sua vez, as empresas deveriam também ter um olhar
mais crítico sobre o que estão patrocinando. Têm filmes que são uma lástima!  

Certa vez elogiei uma propaganda muito linda e inteligente do xampu Seda.
A cena interpretada com requinte era silenciosa; acompanhada de uma linda canção francesa. Não sei por quê, logo em seguida, tiraram a propaganda de cartaz!

Também discordo quanto à escolha dos protagonistas, que geralmente são pessoas famosas, bem-sucedidas em outras áreas e que, absolutamente, não precisam da publicidade para sobreviver... Quando existem tantos talentos brasileiros, no ramo artístico, que estão sem trabalho ou que não têm nenhuma oportunidade de aparecer!

Acho necessário um regulamento que proteja os atores que se dedicam à publicidade, abrindo um espaço que realmente lhes pertença e lhes amplie o campo de trabalho. Seria como o primeiro patamar na carreira dos atores até que pudessem alçar vôos mais altos...

Outro regulamento necessário é quanto ao teor não só na publicidade como em qualquer espetáculo que apenas deseduque e que nada tenha a ver com arte.

Afinal, deseducação não é nem nunca será liberdade de expressão!

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