Em uma avaliação do ensino de práticas ambientais em escolas públicas, a bióloga Claudia Ferreira constatou que a aplicação desses conceitos em sala de aula está aquém do orientado por políticas públicas de educação ambiental e materiais específicos emitidos pelo Ministério da Educação (MEC). O trabalho foi desenvolvido entre 2009 e 2011 na Faculdade de Educação (FE) da USP, sob orientação da professora Myriam Krasilchik e defendido em fevereiro de 2012.
Por seis meses, Claudia assistiu às aulas de várias disciplinas, principalmente Ciências e Geografia, em todas as séries do Ensino Fundamental II de três escolas públicas da região da zona sul de São Paulo. Além disso, entrevistou professores e procurou observar a integração entre eles e o material complementar de ensino produzido pelo MEC.
Houve, também, um levantamento das opiniões e reflexões sobre meio ambiente de dois docentes e da coordenadora de uma das escolas estudadas. Essa metodologia pretendia identificar a concepção desses profissionais sobre causas ambientais e verificar se os professores introduziam as orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) em suas aulas.
A pesquisadora também acompanhou, na Secretaria de Educação de São Paulo, a elaboração de materiais didáticos, que abrangem tanto assuntos presentes no currículo escolar tradicional quanto temáticas atuais. Este material demonstra a tentativa de o governo de incrementar a educação nacional com temas transversais como ética, trabalho e meio ambiente. A bióloga também esteve nas Diretorias de Ensino encarregadas de encaminhar esse material para escolas da zona norte e zona sul de São Paulo, a fim de observar o fluxo de distribuição.
Impacto social
Claudia detectou dificuldades dos professores em abordar o tema ambiental e lidar com o material fornecido pelo governo. Segundo a bióloga, “Os professores sentem-se despreparados”. A maioria não aplicava totalmente o conteúdo das apostilas, pois não havia recebido orientações de como utilizar esses materiais, além de alegar falta de tempo para cumprir os programas. Algumas unidades do material ficavam intocadas devido ao atraso no recebimento e na quantidade insuficiente enviada. Ainda, os problemas de infraestrutura das escolas estudadas dificultavam o trabalho deles no enriquecimento de suas aulas.
Claudia detectou dificuldades dos professores em abordar o tema ambiental e lidar com o material fornecido pelo governo. Segundo a bióloga, “Os professores sentem-se despreparados”. A maioria não aplicava totalmente o conteúdo das apostilas, pois não havia recebido orientações de como utilizar esses materiais, além de alegar falta de tempo para cumprir os programas. Algumas unidades do material ficavam intocadas devido ao atraso no recebimento e na quantidade insuficiente enviada. Ainda, os problemas de infraestrutura das escolas estudadas dificultavam o trabalho deles no enriquecimento de suas aulas.
Mesmo assim, em uma das escolas, a pesquisadora acompanhou uma exposição sobre o meio ambiente. Esta escola foi a que apresentou mais projetos e suscitou mais debates ambientais. Claudia observou que os respectivos alunos passavam os pontos destes debates a seus pais e que os novos conceitos introjetados ajudaram os moradores de uma comunidade próxima, socioeconomicamente desfavorecida, a reconhecerem problemáticas envolvendo meio ambiente e condições sanitárias.
Este esclarecimento os levou a buscar melhorias no seu bairro, o que mostra o alcance do ensino de temas transversais. Claudia acredita que o investimento em tal assunto no ambiente escolar pode beneficiar imediatamente a sociedade, e também influenciar políticas públicas, pois os questionamentos da população aumentam as cobranças sobre secretarias governamentais. “A educação ambiental demonstra a complexidade do homem com a natureza e impele a sociedade civil a mobilizar-se na defesa do ambiente”, finaliza.
Imagem cedida pela pesquisadora
Mais informações: email claudiaeferreira@bol.com.br, com Claudia Ferreira
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