quinta-feira, 19 de maio de 2011

Como abordar a homossexualidade


Filhos homossexuais
Convivendo com as diferenças

 

         No início do mês de maio, o Supremo Tribunal Federal decidiu, por unanimidade, que casais homossexuais têm direitos semelhantes aos de pares heterossexuais. Em que pese alguns posicionamentos em contrário, a decisão foi bem recebida no país e representa um importante passo em direção à tolerância e ao respeito às diferenças.

         Embora muitos considerem-se favoráveis à união homossexual, o preconceito ainda permeia a sociedade e há muitas dúvidas sobre o assunto, especialmente quando ele surge dentro da família. A psicóloga Maria Rocha, do Colégio Ápice, na região do Morumbi, em São Paulo , explica que a origem do preconceito contra homossexuais está ligada especialmente à colonização européia e a questões religiosas. O panorama, contudo, está mudando: "O povo brasileiro, talvez por ter muita miscigenação, adquiriu a capacidade de aceitar o diferente com mais naturalidade".

         De acordo com a especialista, a opção sexual define-se na puberdade, quando surge o interesse pelo outro e pela relação sexual. "O que se observa desde a mais tenra idade são comportamentos e interesses voltados ao que se aceita socialmente como universo feminino ou masculino. Isto depende da cultura em que o indivíduo está inserido, isto é, o que socialmente é aceito como padrão", diz Maria.

         A especialista afirma que os pais não devem impedir o contato dos filhos com homossexuais tampouco reprimir ações consideradas do outro sexo, como impedir o filho de brincar com bonecas. "Nas situações imaginárias ou esportivas não é a preferência sexual que está em jogo e sim seu desenvolvimento social e a formação do eu", explica Maria. "O que determina a homossexualidade é a opção sexual e não os comportamentos mais femininos ou masculinos, que a cultura considera como aceitáveis".

 

Esclarecendo dúvidas

 

          Alguns pais sentem-se incomodados quando vêem seus filhos convivendo com homossexuais. Para Maria Rocha, isso não representa um "perigo" à sexualidade da criança ou do adolescente: "As preferências sexuais não são ditadas por imitação. A construção da identidade ocorre das diferentes relações sociais que a criança vivencia, portanto, conviver com homossexuais não é fator determinante para esta ou aquela escolha".

         Caso os pais observem que o jovem tem preferência por parceiros do mesmo sexo, devem conversar, aceitando com naturalidade, a escolha do filho ou filha. "O jovem também tem conflitos por ser 'diferente'. A aceitação da família contribui para que possam ser resolvidos de maneira mais suave", diz Maria.

         Como o preconceito ainda é inevitável, os pais precisam conversar com o filho e deixá-lo expressar seus sentimentos e angústias sem repressão. "Se os pais tiverem dificuldade de fazer este papel, podem sugerir a um parente mais próximo ou mesmo procurarem um psicólogo, sempre com a concordância do jovem", recomenda a especialista.

         O essencial, independente da idade ou da orientação sexual dos filhos, é estimular o respeito à diversidade. Os pais devem explicar a homossexualidade sempre com naturalidade. Maria explica: "São escolhas individuais e que devemos sempre respeitar. As pessoas não são iguais, pensam e agem de formas diferentes".

 

Box de recomendações:

 

·         Estimule a tolerância: faça o respeito às diferenças prevalecer entre os valores da família.

·         Deixe brincar: permita à criança brincar com o que quiser, independente de ser brinquedo ou atividade "de menino" ou "de menina".

·         Homossexualidade não é contagiosa: as crianças não devem ser impedidas de relacionar-se com adultos homossexuais, pois isso estimula o preconceito.

·         Aceite as decisões: se um adolescente manifestar interesses por parceiros do mesmo sexo, estabeleça um diálogo e aceite naturalmente a decisão do filho.

 


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