Biblioteca Nacional comemora Dia da Imprensa com exposição de fanzines
A data tem origem na criação do Correio Braziliense, o primeiro jornal não oficial, fundado por Hipólito da Costa em 1º de junho de 1808, em Londres, para fugir da censura real à imprensa
Nesta quarta-feira, 1º de junho, o Brasil comemora o Dia da Imprensa. Para celebrar a data, a Biblioteca Nacional preparou a mostra sobre fanzines Os alternativos dos alternativos – da poesia marginal ao anarcopunk. A exposição reúne impressos da Geração Mimeógrafo e panfletos em papel A4 nos quais artistas publicavam suas poesias e textos de protestos. A contracultura e tudo o mais a que as indústrias não davam vazão estarão expostos para relembrar as diversas formas de comunicação, a criatividade e as contestações de várias épocas.
Os periódicos selecionados trazem para as vitrines da Biblioteca Nacional o caráter extremamente artesanal das produçõoes da Geração Mimeógrafo, um movimento poético-cultural ocorrido no Brasil que marcou a década de 1970, com desdobramentos nos anos 1980. O movimento lançou autores da denominada poesia marginal, dando origem a um grupo excluído da lógica do mercado editorial e da indústria cultural, com inspirações no Modernismo, na Tropicália e na contracultura.
Naquela época o mimeógrafo - um tipo de fotocópia em desuso pela atual geração - era a tecnologia a serviço da informação. Com o desenvolvimento dessa prática e o início da chamada arte postal − quando poetas e artistas visuais trocavam e divulgavam suas publicações pelo correio −, nos anos 1980, uma parte dos "mimeógrafos" começou a flertar com uma nova cultura, mais politizada, mas não por isso menos marginalizada: o movimento anarcopunk.
Muitas dessas publicações, na maioria das vezes reproduzidas em máquinas de xerox, passaram também a ser conhecidas como fanzines, quando exploravam, além da poesia e manifestos políticos, quadrinhos e música. Na mostra, serão expostos somente periódicos produzidos em tamanho sulfite A4. A exposição traz poemas de figuras como Geraldo Carneiro, Waly Salomão, Roberto Piva, Chacal, Leila Míccolis, Torquato Neto, José Carlos Capinan e Aricy Curvello – a maior parte da coleção de mimeógrafos poéticos no acervo da Biblioteca Nacional foi doada por este último poeta –; além de mimeógrafos politizados e poéticos do movimento punk.
A mostra fica até o dia 5 de agosto, no 2º andar da Biblioteca Nacional (Av. Rio Branco, s/nº − Centro – Rio de Janeiro), das 10 às 16h. Entrada franca.
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