sábado, 23 de outubro de 2010

O HOMEM E A VIRTUDE

Por: Nair Lúcia de Britto


Em seu plano mais elevado, a virtude é um conjunto de qualidades essenciais que

caracterizam o homem de bem. Um homem virtuoso é bom, solidário, trabalhador,

moderado e modesto.

Entretanto o homem que se vangloria de suas virtudes não pode ser virtuoso

porque lhe falta a virtude principal: a modéstia; que, por sua vez, é substituída

pelo orgulho. A pessoa verdadeiramente virtuosa não gosta de se exibir, prefere

se omitir e evita os aplausos da multidão

Muitos virtuosos, como São Vicente de Paulo,* não se dão conta disso;

são desconhecidos do mundo, mas conhecidos por Deus. Deixam-se levar

pela corrente de suas boas inspirações para praticar o bem,

sem esperar nada em troca; esquecidos até de si mesmos.

Não se glorificam por suas qualidades; porque, nesse caso, perderiam

o mérito da principal do homem virtuoso, que é a modéstia.

Exultar a si mesmo é um sinal de orgulho e vaidade que, como nuvens

cinzentas, toldariam a visão das mais belas qualidades.

Por isso o homem virtuoso deve afastar esses sentimentos impuros do

seu coração.


Quando o homem pratica uma boa ação, a recompensa está na alegria

que sente em ver o bom resultado dessa mesma ação. É uma satisfação

íntima, uma grande felicidade interior e que não deve se degenerar

no desejo de receber elogios; para que essa felicidade não se transforme

simplesmente em vaidade.

Os espiritualistas sabem que o homem está muito longe da perfeição.

Mas esse é o caminho que todos devem buscar e, nesse trajeto, vale mais

menos virtudes com modéstia do que mais virtudes, com orgulho.

Todas as virtudes tem seu valor em particular porque todas elas são sinais

de progresso. Por exemplo, toda vez que repelimos a tentação de fazer algo

errado isto é uma virtude. Mas o que existe de mais sublime na virtude é

sacrifício de um interesse pessoal em benefício do bem comum, sem esperar

por recompensas.

O verdadeiro desinteresse é algo tão raro sobre a Terra que, quando isto

ocorre, é visto como se fosse um fenômeno. O apego aos bens materiais

distancia o homem da sua verdadeira destinação; enquanto que o homem

desapegado dos bens terrestres vê seu futuro de forma mais elevada.

A fortuna é uma responsabilidade destinada a alguns homens que

deverão prestar contas do que foi feito com ela. Se não for bem

usada, terão que responder por todo o bem que poderiam ter feito

e não fizeram; e por todas as lágrimas que poderiam ter enxugado,

se o dinheiro não tivesse sido dado àqueles que dele não tinham

a menor necessidade.

Todos têm uma missão a cumprir na Terra, grande ou pequena, não importa;

porque para Deus as distinções sociais não existem.

O importante é que toda missão deve estar sempre voltada para o bem.

Quem não respeitar esse princípio fundamental terá falhado!


(Texto baseado no Evangelho segundo o Espiritismo e Livro dos Espíritos,

de Allan Kardec)


*"Inspirado por seu amor a Deus e aos pobres, São Vicente de Paulo foi o criador de muitas obras de amor e caridade. Sua vida é uma história de doação aos irmãos pobres e de amor a Deus. Muitos acham que sua maior virtude foi a caridade, mas a humildade suplantava essa virtude" (Wikipedia).

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