Democracia e união para construir o futuro
O Brasil dará neste domingo mais uma demonstração da nossa vitalidade democrática. O mundo nos observa na expectativa de confirmar a extraordinária evolução do país nos últimos anos.
Por Dilma Rousseff
Segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Somos hoje capazes de vencer o desafio do crescimento sustentado, inclusive ambientalmente, e de combater a desigualdade, promovendo distribuição de renda e justiça social.
Realizadas com ampla liberdade e garantias plenas para milhares de candidatos e 136 milhões de eleitores, as eleições reafirmam a característica mais notável do novo Brasil que está surgindo.
Trata-se do fato de que, em nosso país, as grandes transformações econômicas, sociais e políticas transcorrem no mais absoluto processo democrático. Democracia é um valor que nos distingue e nos qualifica no cenário internacional.
A conquista da democracia e seu constante aperfeiçoamento relacionam-se diretamente aos avanços do país nos últimos anos. É profundamente democrática, por exemplo, a ascensão à cidadania de 28 milhões de brasileiros que saíram da miséria, no governo do presidente Lula, graças ao crescimento econômico e a programas sociais abrangentes e eficazes, como o Bolsa Família, o Luz Para Todos e o Minha Casa, Minha Vida.
Nossa política econômica é pautada por um sentido inequívoco de inclusão -desde a valorização do salário até a multiplicação da oferta de crédito, além da retomada do investimento proporcionada pelo PAC.
Adotando medidas que incentivam a produção e o acesso ao consumo, conseguimos impulsionar o mercado interno em nova e poderosa dinâmica, além de revigorar o comércio internacional e multiplicar as exportações.
Do ponto de vista social, do olhar que caracteriza nosso projeto para o país, o resultado dessa política foi a criação de 14,5 milhões de empregos com carteira assinada, com a ascensão de 36 milhões à classe média -uma nova classe média, que incorpora ao mundo do trabalho e da geração de renda cidadãos de fato e de direitos.
Estamos alcançando um novo patamar dos direitos fundamentais, em que a noção de liberdade ultrapassa a justa possibilidade de reivindicar e se concretiza no direito de viver com dignidade, para mais livremente participar da vida social.
Esta evolução é revigorada cotidianamente na convivência das instituições republicanas com o exercício amplo e irrestrito da liberdade de expressão e manifestação. Por meio de suas organizações, de uma imprensa livre e de meios de comunicação e informação instantâneos, a sociedade se manifesta, influencia, critica e corrige. A inteligência é livre neste país.
Só o processo democrático seria capaz de operar transformação tão profunda, em espaço de tempo relativamente curto, num país marcado por séculos de injustiça e exclusão. Só a democracia, exercida no respeito à Constituição e ao Estado de Direito, permitirá consolidar e fazer avançar o processo de mudanças que fez do Brasil um país amado por seu povo e respeitado no mundo.
Quando a vontade soberana da maioria se pronunciar, será nosso dever unir o país, com os olhos no futuro.
Temos a oportunidade histórica de construir uma nação para 190 milhões e para os que virão depois. Reduzir o resultado eleitoral ao triunfo de uns sobre outros em nada contribuirá para essa conquista.
Contados os votos, seja quem for o vencedor, será hora de somar forças, na convivência democrática, para fazer do Brasil um país ainda melhor e mais justo, governado para todos, como é hoje, e com oportunidades para todos.
Dilma Rousseff é candidata do PT à Presidência da República
Em discurso, Serra agradece carinho do povo brasileiro
"Em todos os lugares do Brasil, eu encontrei carinho, compreensão", afirmou
Brasília (04) – Escolhido pelo brasileiro para disputar o segundo turno, na principal festa da democracia, as eleições, ocorridas nesse domingo, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra (SP), agradeceu à população pelo voto de confiança. "Em todos os lugares do Brasil, eu encontrei carinho, compreensão. Na verdade, foi o povo brasileiro que nos trouxe até aqui".
Em São Paulo, Serra discursou ao lado da mulher, Monica Serra, do vice em sua chapa, Indio da Costa (DEM), do governador e do senador eleitos Geraldo Alckmin (SP) e Aloysio Nunes Ferreira, respectivamente, e do governador do estado Alberto Goldman.
Durante o pronunciamento, ele lembrou que não muda de opinião conforme a conveniência, em uma crítica direta às mudanças de postura da candidata petista, Dilma Rousseff. "Eu nunca escondi nada, tenho posições claras e uma única cara, o que na vida pública é muito importante, para que a população possa se fazer autenticamente representada", disse.
O presidenciável parabenizou a candidata Marina Silva, do Partido Verde, que recebeu 19,33% dos votos válidos (19,6 milhões). "Eu queria congratular a Marina Silva, pela votação expressiva. Ela contribuiu para o jogo democrático no Brasil. Esta foi outra contribuição muito importante que essa senadora deu ao processo eleitoral e ao nosso País", avaliou.
Diferentemente da candidatura oficial, Serra mostrou-se preocupado com a integridade das instituições. "Nós vamos defender a integridade das instituições, lutar incondicionalmente pela liberdade de imprensa, respeitar os poderes Legislativo e Executivo." Nas últimas semanas, petistas criticaram a imprensa por denunciar casos de corrupção envolvendo a Casa Civil.
Preocupado com o futuro do País, Serra se comprometeu a fortalecer os serviços públicos. Ele escolheu a segurança, a saúde e a educação como prioridades, áreas que, segundo ele, estariam estagnadas ou regrediram no atual governo. "Vamos trabalhar para avançar na segurança, na saúde e na educação. Saúde e segurança têm a ver com a vida, a educação com o futuro", afirmou.
No fim do discurso, Serra pediu um minuto de silêncio em memória ao ex-deputado Aécio Cunha, falecido minutos antes de a apuração começar. Cunha é pai do senador eleito Aécio Neves. O velório ocorreu na Assembléia Legislativa e o corpo foi cremado às 14h desta segunda-feira, no cemitério Parque Renascer, em Belo Horizonte.
Visivelmente emocionado, Serra conclamou a militância tucana rumo à vitória. "De braços dados, cabeça erguida e coração leve, nós vamos caminhar para a vitória. Pelo nosso futuro, nossas famílias, filhos e netos. Com respeito, com Deus, com amor no peito pelo Brasil, vamos á vitória pela Presidência e pelo Brasil."
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