31/05/2010
Quase 2000 manifestantes irlandeses condenam ataque a navios e exigem expulsão de embaixador israelense
Autoridades confirmam que havia oito cidadãos da Irlanda no navio atacado.
Gustavo Oliveira*
AGÊNCIA NOTISA especial de Dublin – Em mais uma condenação pública à última ação de força cometida pelo Estado de Israel, cerca de 1.700 pessoas de diferentes idades, etnias e nacionalidades se reuniram no centro de Dublin (República da Irlanda) contra o ataque aos navios de ajuda humanitária que se destinavam à Faixa de Gaza.
O protesto, organizado pela organização não-partidária Ireland Palestine Solidarity Campaign (IPSC – em português, campanha de solidariedade à Palestina), teve início às 18h (14h em Brasília) e marchou por aproxidamente 6km até a embaixada Israelense em Dublin.
Além das tradicionais palavras de ordem – "Free, Free Palestine!" –, os manifestantes exigiram a expulsão do embaixador de Israel do país, em repúdio à política do país. Manifestações públicas contra o incidente também foram realizadas em outras cidades tais como Cork, Derry, Sligo, Waterford, Galway e Belfast (Irlanda do Norte).
Os políticos locais presentes à marcha celebraram a união em torno do tema dos diferentes partidos irlandeses, que criticaram a ação militar contra a ajuda humanitária e seu resultado catastrófico. Eram previstos que dois parlamentares irlandeses estivessem a bordo dos navios atacados, mas foram impedidos de embarcar por autoridades cipriotas.
Posição oficial
De acordo com informações do Irish Times, o primeiro-ministro irlandês, Brian Cowen, exigiu que uma investigação em torno do tema seja levada a cabo, alegando que o bloqueio à ajuda humanitária conduzido por Israel é ilegal segundo as leis internacionais."Embora o governo israelense tenha se retirado de Gaza, eles continuam uma força ocupante de fato visto que decidem quem entra e quem sai de lá", afirmou e acrescentou: "a razão desse problema está diretamente relacionado ao fato de que há um bloqueio humanitário. Eu acredito que isso é uma violação da lei internacional. Pessoas têm o direito à ajuda humanitária".
Na mesma linha, o ministro das Relações Exteriores da Irlanda, Micheál Martin, convocou o embaixador israelense no país, Dr. Zion Evrony, para discutir o incidente, e declarou estar "gravemente preocupado" com o assalto aos navios. "Os relatos de que até 15 pessoas foram mortas e 50, feridas, se confirmados, constituiriam uma resposta totalmente inaceitável por parte do exército israelense a uma missão humanitária buscando entregar suprimentos muito necessários ao povo de Gaza", disse.
Ao todo, o governo da República da Irlanda confirmou a presença de oito cidadãos irlandeses a bordo dos navios, além de outros quatro indivíduos com dupla cidadania que possuem passaporte do país. Até o momento, as informações disponíveis indicam não haver irlandeses mortos ou feridos no incidente.
*Subeditor da Agência Notisa
Agência Notisa (science journalism – jornalismo científico)
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