Adeus carne
l
O corpo esguio e o andar rápido em meio aos corredores e, ela não parecia se importar com o fato dos detentos estarem perfilados e, de cara para a parede, enquanto ela passava. O fato já não intrigara mais Maria da Saudade, com seus olhos verdes sedutores e seus quarenta anos de idade, e já se foram um pouco mais de um ano que fizera sua primeira visita ao seu filho no cárcere. Ficou sabendo logo como as coisas ali se precediam. E ficou feliz e amargurada ao mesmo tempo. Hoje esta especialmente feliz, pois estava enfim chegando o dia da soltura de seu filho e, amargurada de ainda ao vê-lo ali preso. E hoje, ao visitá-lo, foi o encontrar amuado em seu cubículo. – Filho, o que foi? – Hora o que foi? Quero sair deste inferno mãe!É ‘’que’’ quero acertar umas continhas fora daqui... – Tu vais sair logo meu filho! As palavras saíram em tom acalentador da boca de Maria. Ver o filho em tal estado, não era uma coisa que ela estava preparada. Era sempre assim, todas as sextas-feiras, um recomeçar, uma agonia sem fim, uma vez por semana e todo o mês. A princípio, ela pensava que o filho morreria em dois tempos naquele lugar infernal, mas logo soube que o ‘’Comando Criminoso’’ havia suspendido, toda e qualquer, acerto de contas ali dentro. As ‘’broncas’’ deveriam ser resolvidas no lado de fora do presídio. Isto devido à superpopulação de presídio. – O advogado, disse que tu vai sair no mês ‘’qui’’ vem filho. O que Maria da Saudade não sabia, era que o ‘’Comando Criminoso’’ quem de fato mandava no presídio, fizera uma acareação, entre seu filho e o Josué de Guimarães Travasso, o ‘’Nego preto’’, que fora preso logo após o filho da Maria ‘’cair na rua’’. ‘’O Patrão’’ queira saber da ‘’bronca’’ entre os dois e, deixar bem claro que as diferenças entre os dois seriam acertados fora do presídio. ‘’O Patrão’’ ficou contente, por saber que quem dera o tiro que matou um ‘’casqueiro’’ qualquer fora o Nego preto e o filho de Maria da Saudade ficou quieto durante todo o inquérito e o processo que o arrolava como homicida. E agora que o Nego Preto estava na rua, uma coisa não saia da cabeça do filho de Maria da Saudade.
ll
Ao subir na ‘’ziquinha’’, Josué de Guimarães Travasso, o Nego Preto só pensava no lucro que teria à noite. Repassar sua cota de drogas e ficar de boa com o traficante ‘’Trinta e oito’’, mas repente em sua mente um pressentimento lhe invade a mente. Um mau presságio, e a figura do ‘’prego’’ que estava ‘’pagando’’ cadeia no seu lugar, vêm em sua mente. Preto não sabia se ele já estava para ser solto ou não. Vender a arma para ele foi uma tacada de mestre, justo a arma que usara para matar aquele ‘’laranja’’, que lhe devia uma boa quantidade de craque. – Ligo ‘’pros’’ irmãos mais tarde, pra sabe do lance! –Diz Josué de si para si mesmo. E ao chegar bem em frente da escola aonde estudara aquele adágio lhe invade com toda a força. E ele não escuta o tiro, disparado em sua direção, que o derruba da bicicleta, mas senti o ombro esquerdo em brasas. Atônito e atordoado ‘’Nego preto’’ em sua confusão mental se vira e, vê a figura de uma mulher que se aproxima. Seu andar era firme e esguio, seus olhos verdes sem emoção alguma a lhe fitar bem de perto. Josué de Guimarães Travasso se lembra da fisionomia da mulher, só não sabe de onde. O Nego preto que sentia o ombro em brasas vê a arma apontada para sua têmpora e, um brilho laranja esbranquiçado e uma fumaça. Sua cabeça que é jogada para trás, e ele que sentia o ombro em brasas já não sentia mais nada... Samuel Costa é contista em Itajaí
|
Se certificó que el correo entrante no contiene virus.
Comprobada por AVG - www.avg.es
Versión: 8.5.437 / Base de datos de virus: 271.1.1/2870 - Fecha de la versión: 05/12/10 18:26:00
Nenhum comentário:
Postar um comentário