quinta-feira, 29 de março de 2012

Declaração à imprensa da Presidenta da República, Dilma Rousseff, após a IV Cúpula do BRICS



Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Apresentação do relatório de Estudo Econômico do BRICS - 1
Presidenta Dilma Rousseff posa para foto com Chefes de Estado durante apresentação do relatório de Estudo Econômico do BRICS. (Nova Délhi - Índia, 29/03/2012)

Dilma afirmou ainda que, durante seu governo, tomará medidas para que a carga tributária seja menor.
“Eu tenho plena consciência que o Brasil precisa reduzir sua carga tributária. Dentro do meu período governamental eu farei o possível para reduzi-la. Eu sei perfeitamente que devido ao fato de que há vários interesses envolvidos na questão de uma reforma tributária, eu até julgo que pode ter um momento no futuro que seja possível encaminhar uma reforma global. Agora o que eu tenho feito é tomar medidas pontuais que permitam que no conjunto se crie uma desoneração maior dos tributos no país que é fundamental para fazer o país crescer.” (Planalto)


Declaração à imprensa da Presidenta da República, Dilma Rousseff, após a IV Cúpula do BRICS


29/03/2012 às 17h25



Nova Délhi-Índia, 29 de março de 2012





Eu quero agradecer ao governo e ao povo indiano, mais uma vez, a hospitalidade e a qualidade com que nos receberam neste fascinante país.


Eu estou certa de que a agenda que o BRICS está construindo renderá muitos frutos para os nossos países e também para o mundo. A declaração assinada pelo conjunto de nossos cinco países é de alta relevância para definir os nossos caminhos nos próximos anos.


Esta Cúpula, esta IV Cúpula realiza-se em contexto econômico internacional ainda adverso. A combinação dos países envolvidos em problemas financeiros, baixo crescimento, excessiva injeção de liquidez exporta a crise para os países emergentes, atingindo nossas moedas e nossos sistemas produtivos.


Os países BRICS têm, na nossa relação, uma plataforma, e essa plataforma permite que nós olhemos para uma nova política baseada na expansão do mercado das principais economias mundiais e no crescimento equilibrado do comércio internacional.


A principal frente de expansão para a economia mundial é hoje a incorporação de milhões de pessoas à sociedade de consumo de massa. Essa expansão deve estar fundada no crescimento equilibrado entre consumo e investimento e deve estar, também, baseada num equilíbrio entre as nossas economias e a relação internacional de comércio.


Os BRICS continuam sendo elemento dinâmico da economia global, e vão responder por uma parcela significativa do comércio.


A notável expansão, nos últimos anos, do comércio intra-BRICS evidencia também o potencial das nossas relações. Nós passamos de US$ 27 bilhões em 2002 para estimados US$ 250 bilhões em 2011. Este é um dos pilares do nosso dinamismo.


Outro pilar, sem sombra de dúvida, é esse acordo que foi assinado hoje entre os bancos de desenvolvimento dos nossos países, que permite que nós usemos as nossas moedas nas relações comerciais entre nós.


Além disso, a definição de um grupo de trabalho para estudar o banco dos BRICS é também um indício muito positivo dessa disposição dos BRICS de investir em projetos produtivos e de infraestrutura.


Dessa maneira, nós transmitimos ao mundo uma mensagem que eu acredito ser muito positiva. Essa mensagem é: crescer, gerar empregos, distribuir renda é possível e, sobretudo, é necessário. São temas prioritários para todos os países BRICS.


Manifestei aos meus colegas a disposição brasileira de contribuir, por meio do Fundo Monetário, para a solução coletiva da crise, se isso for necessário, que deve ser acompanhada de avanços concretos também na reforma das instituições financeiras.


A legitimidade e a efetividade dos organismos internacionais, dos organismos financeiros depende da capacidade de representar o peso de nossas economias no cenário econômico internacional. Além disso, a reforma da governança econômico-financeira mundial, ela deve ser acompanhada pela melhoria da governança política, incluindo o Conselho de Segurança da ONU.


Eu reitero a opção brasileira pela diplomacia preventiva como estratégia para reduzir o risco de conflitos armados e a perda de vidas humanas. Nosso governo, do Brasil, repudia a violência, as violações de direitos humanos e, ao mesmo tempo, é contra toda a escalada retórica de violência e toda a política de bloqueio que não seja definida no ambiente do direito internacional e das Nações Unidas.


Nós coincidimos com a urgência de solucionar pacificamente todos os conflitos armados, em especial a questão palestina, imprescindível e inadiável para a paz em toda aquela região.


Queridos colegas,


Brasileiros, russos, indianos, chineses e sul-africanos são tão diferentes em suas ricas culturas quanto iguais em seu desejo de desenvolvimento pleno. Essa diversidade é o nosso maior patrimônio. Por isso, reiterei também a meus colegas o convite para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que é um ponto em comum entre todos nós. O engajamento dos BRICS na Rio+20 vai contribuir para a construção de um novo paradigma de desenvolvimento baseado na inclusão social, no respeito ao meio ambiente e no crescimento econômico.


Muito obrigada, e espero que nós todos nos vejamos no Rio de Janeiro, em junho, nos dias 20, 21 e 22. 

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