quarta-feira, 28 de março de 2012

Millôr Fernandes

Millôr Fernandes foi um gênio brasileiro, um ícone do humorismo. Brilhante jornalista, com a mesma maestria tornou-se escritor, cartunista e dramaturgo. Autodidata, traduziu para o português dezenas de obras teatrais clássicas. Atuou em diversos veículos de comunicação, além de ter sido fundador de publicações alternativas. Com sua morte, o Brasil e toda a nossa geração perdem uma referência intelectual.




Dilma Rousseff
Presidenta da República Federativa do Brasil


"Com a morte de Millôr Fernandes, o Brasil perde uma referência de humor refinado, criatividade e bagagem cultural. Sua vida foi um exemplo de retidão e princípios que ajudou muito na formação do pensamento democrático brasileiro".


Prefeito Gilberto Kassab






Faleceu ontem, mas só foi noticiado pela família hoje de manhã, o humorista, cartunista e escritor Millôr Fernandes. Mauricio de Sousa fez um breve depoimento sobre sua referência desde criança, que foi Millôr:

"Conheci o Millôr antes de ele ser Millôr Fernandes. Assinava Van Gogo, na revista O Cruzeiro. Eu me alimentava com as tiradas geniais, algumas que, por ser muito jovem, nem entendia. Era um humor atilado, sofisticado. Com o tempo, fui perdendo o Van Gogo e conhecendo a majestade do humor de Millôr. Nos últimos anos, acompanhei como e quando pude, aquela visão de mundo que ele nos passava. E aqui e ali, com críticas super-inteligentes, deixa um legado para a eternidade."
 Mauricio de Sousa - cartunista




Recebi, com muita tristeza, a notícia da morte do escritor e jornalista Millôr Fernandes. Como poucos, ele conseguiu mostrar seu brilhantismo em todos os gêneros em que atuou: nos desenhos, na dramaturgia, na literatura, na poesia, na tradução de clássicos mundiais e até nas breves e irônicas frases, marcadas pelo humor crítico. Seu talento único encontrou espaço tanto em grandes veículos de comunicação como na imprensa alternativa, já que foi um dos fundadores dos jornais “Pif-Paf” e “O Pasquim”. Hoje, perdemos a inteligência e a apurada visão do mundo de Millôr, mas fica sua contribuição para a cultura brasileira. 
  
Andrea Matarazzo 

Secretário de Estado da Cultura







Amigos e admiradores se despedem de Millôr

29/03/2012 - 14h04
Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Dezenas de amigos e admiradores estiveram no velório do desenhista, jornalista, tradutor e escritor Millôr Fernandes nesta manhã (29), no Cemitério Memorial do Carmo, no Caju, zona portuária do Rio. Após as 15 horas, o corpo será cremado em cerimônia fechada.
“Foi o amor da minha vida, é tudo que posso dizer”, comentou, emocionada, a escritora Cora Rónai. “Foi a melhor pessoa que conheci, a única que posso dizer que realmente foi um gênio sem medo de achar que estou falando bobagem”.
O irmão, Hélio Fernandes, também jornalista, disse ter sido o mais antigo amigo e fã de Millôr. “Quando ele nasceu eu tinha 2 anos. Fui seu primeiro amigo. Era um gênio completo e insubstituível, um dos mais ecléticos que já conheci, pois não teve um setor que ele não descobrisse no qual não fosse verdadeiramente fantástico”.
Para o escritor Ruy Castro, os textos e ideias de Millôr sempre iluminavam uma conversa que o ajudava a compreender o Brasil e o mundo. “Todos os pensadores internacionais juntos em um liquidificador não dariam meio copo do Millôr. Era um idealista e queria que o mundo funcionasse direito”.
O cartunista Chico Caruso chamou o amigo de batalhador e competitivo e elogiou o fato de Millôr ter usado ferramentas da internet, como o Twitter, para se comunicar até o ano passado quando adoeceu. “Ele não admitia que ninguém fosse mais inteligente que ele, inclusive o computador, então ele brigou muito com o computador e se tornou um especialista”.
Segundo a atriz Marília Pêra, Millôr era um homem livre. “Não tinha time de futebol, não era ligado a nenhuma religião, era muito culto e engraçado”.
Carioca nascido em 1923, Millôr iniciou sua carreira de jornalista na revista O Cruzeiro. Mais tarde dirigiu a revista em quadrinhos O Guri e Detetive, de contos policiais e colaborou em inúmeras revistas como colunista. Traduziu vários livros e escreveu outros tantos, além de roteiros de cinema e peças de teatro, alguns premiados, como Pigmaleoa.
Foi um dos fundadores do jornal O Pasquim, em 1969, e da revista Pif-Paf, em 1974, que o consolidaram como um dos jornalistas que mais combateu a ditadura militar no país por meio de textos e charges.
Na última década, trabalhou como colunista em vários jornais e revistas.
Millôr Fernandes havia recebido alta em novembro passado, após passar cinco meses internado em um hospital da zona sul do Rio, devido a um acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico. Ele morreu na noite de terça de falência múltipla dos órgãos e parada cardíaca em sua casa em Ipanema, na zona sul do Rio.
Millôr deixou dois filhos, Ivan e Paula.
Edição: Fábio Massalli

2 comentários:

Provão Paulista: Chegou a hora de estudantes classificados escolherem cursos para o segundo semestre

No total, são 5.109 vagas para as Fatecs e 2.610 vagas para a Univesp; processo de escolhas deve ser feito entre os dias 15 e 29 de abril A ...