Segundo  pesquisadores da Unesp, técnicas de envelhecimento trazem melhor sabor e aroma à  bebida.
AGÊNCIA NOTISA –  A cachaça é a  terceira bebida destilada mais consumida no mundo e a primeira no Brasil.  Segundo o estudo “Efeito do envelhecimento na qualidade da cachaça produzida por  pequenos produtores”, publicado em 2010 na revista Ciência e extensão, a produção nacional  é em torno de 1,3 bilhões de litros por ano, sendo que cerca de 75% desse total  é proveniente da fabricação industrial e 25%, da forma  artesanal.
Realizado  por pesquisadores da Universidade  Estadual Paulista (Unesp), o estudo mostra que, embora a produção  industrial ainda seja muito superior, o grande destaque do setor nas últimas  duas décadas é o progressivo crescimento e consolidação da fabricação artesanal,  a chamada agroindústria de alambique (operada por pequenos produtores).  
“Trata-se  de um segmento que vem se adaptando às novas condições de concorrência, ao mesmo  tempo em que tem conquistado competitividade e preço”, dizem Ricardo Augusto  Barboza e colegas no artigo.
Dentre  os principais fatores que contribuem para esse processo, o estudo destaca o  reconhecimento da denominação cachaça e a definição de normas e selos de  qualidade nas várias esferas (nacional, estadual e regional).  
Porém,  os pesquisadores ressaltam que uma prática importante para a qualidade do  produto, e que ainda não é muito difundida e aplicada, principalmente por micro  e pequenos produtores, é o envelhecimento da cachaça. 
Segundo  eles, isso se dá porque essa não é uma etapa obrigatória da produção. Porém,  argumentam que uma maior difusão dessas técnicas pode propiciar um ganho  mercadológico importante e alavancar a produção da bebida brasileira no mercado  internacional.
O  estudo explica que o processo de envelhecimento ou maturação consiste  basicamente em armazenar a bebida destilada em barris de madeira por um tempo  determinado (12 meses, no mínimo) e em condições adequadas (barris com  capacidade entre 200 e 700  litros ).  E essa ação traz mais qualidade já que a cachaça recém-destilada, além de não  apresentar cor, possui sabor picante, áspero e seco, por melhor que tenha sido  realizado o processo de produção em todas as suas etapas (fermentação e  destilação).
“O processo de  envelhecimento produz mudanças na composição química, no aroma, na cor e é  responsável pala diminuição do sabor alcoólico e agressividade da bebida, com  simultâneo aumento da doçura e sabor de madeira, tornando-a sensorialmente mais  agradável”, destacam os autores.
Agência  Notisa (science journalism – jornalismo científico)
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