sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Reforma da Previdência, a Auto-Avaliação da Gestão de Lula e a Base de Apoio "Fazendo Água”

Trasncrevo abaixo a carta do sociólogo William Gerab:

A Reforma da Previdência, a Auto-Avaliação da Gestão de Lula e a Base de Apoio "Fazendo Água” são questões que, pelo meu entendimento, podem nos indicar caminhos para entender e avaliar o momento político, que vivemos, contribuindo para que possamos melhor definir os nossos próximos procedimentos.


As posições do governo Lula têm demonstrado um grande desprezo por um projeto de desenvolvimento ambientalmente sustentável no Brasil, o que envolveria, também, a redução das desigualdades sócio-econômicas e injustiças sociais. Aí estão os exemplos do que está acontecendo com os nossos biomas e as ameaças a eles: arrendamentos das florestas, projetos e execução de obras de barragens e transposições de rios desvalorizando os necessários estudos prévios, abordagens descuidadas da problemática das usinas nucleares, apoio e incentivo às colossais monoculturas – lembremo-nos das posturas frente aos agronegócios e, agora, frente à idéia de produção de biodiesel e etanol. No campo sócio-econômico, podemos exemplificar com o descuido nas áreas da saúde, da segurança alimentar, do transporte, da educação, da moradia e do ainda alto desemprego. Atacar o direito de greve parece ter sido o disfarce escolhido para o governo esconder a sua falta de soluções.



Ascende-se, talvez tardiamente, a luz vermelha do apagão e dos acidentes aéreos. Os sinais dados sobre o péssimo desempenho na administração pública, com os grandes escândalos envolvendo corrupção, de tanta reincidência, parecem terem provocado calos de apatia na pele governamental. Primeiro as vaias na abertura do Panamericano-Rio-2007 e,agora,a emersão de movimentos dos setores sociais conservadores, como o “Cansei” e “CRIA”, começam a indicar, de forma inconfundível, que se Lula e o PT não resgatarem e fortalecerem o apoio dos setores populares, que elegeram e reelegeram o atual governo, podem acabar sofrendo uma queda vertiginosa do seu patamar de sustentação política, pois quem foi favorecido até agora pelas gestões ameaça retirar seu apoio.



Para quem olha esse labirinto, no qual se meteram Lula e o PT, do ângulo dos trabalhadores e demais setores oprimidos da sociedade, cabe não se deixar confundir com a oposição de direita, seja dos partidos no parlamento e instâncias do executivo nos estados e municípios, seja dessa base social, que depois de décadas recomeça a pretender tomar as ruas. Mas, a diferença entre os interesses e as ações haverão de mostrar com clareza qual a pretensão de cada manifestação e manifestação, não permitindo confusões. As atividades, que estão sendo organizadas, pela anulação do leilão da Cia. Vale do Rio Doce, contra a reforma da previdência do atual governo, o questionamento das dívidas externa e interna e das altas tarifas, particularmente, da de energia elétrica, devem evidenciar a diferença entre as oposições nessa situação.



Um abraço,

William

03/08/2007.

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