Por Camila Alexandrini*
Nosso
cérebro se comporta de maneira surpreendente. Diferentemente do que se pensava,
o processamento de informações não se dá somente por estímulo e resposta. Operam, nesse meio, as redes
neurais, que são conjuntos de neurônios e os diferentes caminhos tomados pelas
sinapses. Uma rápida busca no Google segue a mesma lógica: milhares de links
surgem em milésimos de segundos, sugerindo centenas de sites sobre o assunto
pesquisado. A forma como chegamos à informação, seja para a Medicina ou por
técnicas de SEO, representa uma engrenagem bastante complexa. Contudo, a união
dessas redes tem representado uma nova forma de aprendizado para as
pessoas.
O
avanço da Internet e da tecnologia proporciona ferramentas que possibilitam não
só o acesso ao conhecimento, mas também o compartilhamento para diferentes
públicos. No Brasil, por exemplo, já são mais de 50% das casas com acesso à
Internet, segundo a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). Isso
mostra que mais pessoas estão consumindo informação e, consequentemente,
participando de sua produção e divulgação. Esse comportamento aponta para uma
nova realidade em que as pessoas tornam-se autoras e leitoras dos conteúdos que
lhe são necessários. Dessa forma, a perspectiva sobre o uso de soluções
tecnológicas no aprendizado deixa de ser algo temeroso e passa a ser vista como
inovadora e apropriada para a sociedade no século 21.
Ainda
que a Internet exija agilidade e, por isso, nos deixe com menos tempo para
reflexão sobre as ações tomadas na web, isso não representa necessariamente que
as pessoas são impulsivas, despreocupadas ou irresponsáveis. Elas podem ler uma
manchete revoltante e compartilhar em suas redes sem se inteirar sobre o conteúdo
completo. Contudo, é bem provável que no dia seguinte, ao conversarem com
amigos e colegas de trabalho, retomem o tema para discussão até mesmo
voltando ao texto, ao vídeo e à reportagem para pensar e refletir mais.
O
professor Michael Horn, conhecido por suas propostas educacionais conhecidas
como blended learning, afirmou em uma
entrevista que disrupção é algo bem mais específico do que o sentido genérico
por vezes utilizado. Significa uma inovação que tornou bem mais amplo,
conveniente e simples algo caro, complicado e inacessível, e assim consegue
atender diferentes pessoas. Dessa forma, parece que a tecnologia na educação
ajudou mesmo a quebrar paradigmas e tem reformulado as formas de se aprender.
É
por meio das redes que aprendemos: entre neurônios, sites e pessoas que não
necessariamente compartilham o mesmo espaço. No fundo, os contatos
estabelecidos sempre serão instigantes e ricos se a aprendizagem, dentro ou
fora da escola, levar em conta que as pessoas sempre estão reinventando os percursos até
o conhecimento desejado.
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