sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

CINE ARTE POSTO 4 - DE 7 A 13 DE JANEIRO DE 2011 - OS HOMENS QUE NÃO AMAVAM AS MULHERES

Encaminhado por
Nair Lúcia de Britto
 



De 7 a 13 de Janeiro
"Os Homens Que Não Amavam As Mulheres"
(Män Som Hatar Kvinnor)
Dinamarca, Alemanha, Suécia / 2009/ 152 minutos / cor /  35mm
Gênero - Suspense
Direção – Niels Arden Oplev
Elenco - Michael Nyqvist, Noomi Rapace, Lena Endre, Peter Haber.
Inadequado para menores de 16 anos

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Harriet Vanger (Ewa Fröling) desapareceu há 36 anos, sem deixar pistas, na ilha de Hedeby. O local é de propriedade quase exclusiva da família Vanger, que o torna inacessível para a grande maioria das pessoas. A polícia jamais conseguiu descobrir o que aconteceu com a jovem, que tinha 16 anos na época do sumiço. Mesmo após tanto tempo, seu tio ainda está à procura de Harriet. Ele resolve contratar Mikael Bomkvist (Michael Nyqvist), um jornalista investigativo que trabalha na revista Millennium. Mikael não está em um bom momento, pois enfrenta um processo por calúnia e difamação. Ele aceita o trabalho, recebendo a ajuda de Lisbeth Salander (Noomi Rapace), uma investigadora particular incontrolável e anti social.

Sessões 16:00  e 20:00 horas



CRÍTICA - CELSO SABADIN - CINECLICK

Num primeiro momento, a simples menção de que um filme é co-produzido por Suécia, Dinamarca, Alemanha e Noruega pode provocar no imaginário coletivo a ideia de que se trata de uma produção lenta, talvez fria, provavelmente arrastada. Se este for seu caso, pode deixar o preconceito de lado: Os Homens que Não Amavam as Mulheres é um drama policial investigativo com mais sabor de cinema americano que propriamente de europeu.

Baseado no best seller homônimo de Stieg Larsson, o filme tem como personagem principal o jornalista investigativo Mikael, contratado pelo poderoso magnata Henrik para uma missão, no mínimo, curiosa: descobrir o paradeiro de sua sobrinha Harriet, desaparecida, talvez morta, em 1966. O milionário tem razões para acreditar que foi alguém de sua própria família - cruel e numerosa - o causador do desaparecimento da (então) garota. Caberá a Mikael descobrir quem, como e por quê. Pelo caminho, o jornalista passará a contar com a colaboração da estranha e violenta Lisbeth, uma bela garota também com segredos a esconder.

Como entretenimento, Os Homens que Não Amavam as Mulheres funciona. Há um certo clima de mistério sublinhado pelas gélidas e nebulosas paisagens suecas. Há um subtexto intrigante que remonta ao nazismo da Segunda Guerra, embora alguns momentos de violência sexual cheguem a perturbar.

Para apreciar melhor o filme, porém, é preciso fazer vistas grossas em alguns momentos, e baixar um pouquinho a bola do senso crítico: incomoda um pouco, por exemplo, a total facilidade com que os investigadores encontram registros policiais fartamente disponíveis (e em perfeito estado de conservação) de casos ocorridos há meio século. Mas são detalhes. Provavelmente os arquivos policiais suecos sejam bem mais organizados e limpos que os nossos. De uma maneira geral, são duas horas e meia que fluem com facilidade.

O roteiro bebe nos clichês do gênero policial sacramentado pelo cinema americano, com direito a uma dupla improvável de protagonistas/antagonistas que acabam se aproximando no final, quantidades industriais de informações disponíveis pela internet em rápidos segundos, e flashbacks explicativos de comportamentos doentios. Há até uma rápida perseguição automobilística no final... mas bem rápida... São cânones que aproximam esta produção europeia dos desgastados padrões norte-americanos, com leves delizes aqui e ali, mas sem se render totalmente ao puramente convencional. Ou seja: um filme com pretensões comerciais, sim, mas sem perder a dignidade narrativa.

Curiosidade: o autor do livro, assim, como o personagem principal do filme, também é um jornalista dono de uma revista, processado por um empresário.

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