Zelaya teria sido deposto por promover mais poder para os cidadãos
Filha do presidente deposto de Honduras afirma, em artigo publicado na última edição da revista inglesa New Statesman, que atitudes do governo do pai também contrariaram interesses das multinacionais de petróleo e impediram o avanço de privatizações.
Em artigo publicado na revista New Statesman de 21 de setembro de 2009, com o titulo (em português) "Meu pai está sendo punido por ajudar Honduras" , Xiomara Zelaya, filha do presidente eleito de Honduras, Manuel Zelaya, deposto por golpe militar em 28 de junho hoje alojado na embaixada brasileira em Tegucigalpa afirma que o povo hondurenho tem se engajado em uma luta pacífica para garantir os seus direitos, "pelo retorno de seu pai como presidente e pelo estabelecimento de uma assembléia nacional constituinte".
Segundo Xiomara Zelaya, "muito tem sido dito sobre uma possível intervenção militar pelo presidente da Venezuela, Hugo Chaves; sobre um suposto desejo do Presidente Zelaya de se perpetuar no poder: e sobre crimes imputados a Zelaya, mas estas questões estão sendo usadas simplesmente para mascarar as reais razões do golpe". Ela argumenta no artigo que, desde o início do mandato, as atitudes e idéias de Zelaya teriam sido alvo de críticas dos principais meios de comunicação que, segundo ela, o acusaram de "louco" e "ignorante". O motivo seria a promoção por seu pai da idéia do "poder do cidadão" que tinha como objetivo o envolvimento dos cidadãos nas tomadas de decisões. Ela credita grande parte da perseguição à publicação em 27 de janeiro de 2006 da Ley de Participación Ciudadana (http://www.glin.gov/view.action?glinID=176490). "A lei dá ao povo o direito de utilizar escrutínios, plebiscitos e referendos para participar dos processos de decisão", explica.
Para Xiomara, os cortes promovidos por seu pai, após assumir o poder, nos preços do combustível "causaram confrontos diretos com as maiores multinacionais de petróleo". Além disso, segundo a filha do presidente, "ele denunciou roubo na estatal de eletricidade e nas empresas de telecomunicações, que foram forçadas a pedir falência. Ele trabalhou para sua recuperação e para evitar a privatização das firmas estatais remanescentes em um país no qual 80% dos nossos recursos haviam sido privatizados". Todas estas questões, explicariam, segundo Xiomara, por que o governo do presidente deposto, Manuel Zelaya, foi acusado de ineficaz. "Mais tarde eles o chamaram de populista e agora falam que é comunista e um fugitivo da polícia", escreve, referindo-se à mídia hondurenha.
Para ler o artigo na íntegra em inglês acesse http://web.ebscohost.com/ehost/pdf?vid=5&hid=104&sid=00954857-ee8a-47a3-b019-b5b306d73ea5%40sessionmgr10
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