sábado, 11 de setembro de 2010

POETRIX - Silas Correa Leite




POETRIX – Outras Palavras
(Quase Pertencimentos)

“De perto ninguém é normal...” (Caetano Veloso)

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01)-Seda

Quando escurece
Sei que o fazer poético
Íntima seda tece

02)-Parafraseando Maiakovski

Não tem remédio
Melhor morrer de cerveja
Do que de tédio

03)-Solo Auroral

De madrugadinha
O choro do recém-nascido
Parece solo de Pixinguinha

04)-Tentativa de Abismo

Eu ainda desconfio
Que não devo cruzar a ponte
Mas me atirar no rio

05)-Holocausto ISO 2001

Nas ruas da amargura
Despossuídos do neoliberalismo
Mirram, sub-seres...

06)-Paraíso

Quando o mundo acabar
Eu volto para Itararé
Meu sagrado lar

07)-Close Outonal

A borboleta creme
Ao relho do alísio sul
Energizada treme

08)-Fim de Caso

Técnica da Separação
Tu não me amas e dizes sim
Eu te amo e digo não

09)-Riquezas Injustas

Gastava com o cão
O que nunca pagava
Ao operário padrão






10)-Onirismo

Quando escrevo, transcendo
Eu de mim mesmo sendo
O que se me dá havendo

11)-Do Fazer Poético

Sobreviver significa
Metáforas (encantários)
Ritmo e rima rica

12)-Pátria Nada

Brazyl Globalizado
Lucro neoliberal
Do crime organizado

13)-Brasileirinha

A história escancarada
Para a escória: -Sem corrupção
O Brasil capitalista pára!

14)-31.03.64

Muitas vezes
Muitas reses
Muitas Fezes





15)-Mãe Solteira

Sonhando, a bailarina
Engravidou – Mas dançou
A tragédia de sua sina

16)-Clássico

(Violento gado
Preso dentro do estádio
-Gol anulado!)

17)-Louca Varrida

Apaixonou-se pelo zelador
Que não zelou seu amor
E fugiu da casa de si mesma

18)-Eu Era Feliz e Não Sabia

Laranja madura
Na beira da estrada
-Fanta Diet


19)-Para Não Dizer Que Não Falei de Flores

Acostumei-me a ser sozinho
Que quando arrumo companhia
A minha poesia Espinho





20)-“Crente” Nos Anos 60

Santinho de pau oco
Eu amava os Beatles
E Tonico e Tinoco

21)-Restos

Vencida a promissória
Da vida – Deus protesta
O que de ti ainda resta

22)-Capricho Noturno

De noite na cama
Você diz que é feliz
Mas não me ama

23)-O Show Tem Que Continuar

Dançando na corda bamba
Sem sombrinha, a cega
Fica mais perto de Deus

24)-Nódoa Refletida

Olhou-se no espelho
Era outro, de si mesmo
Refém, revel. E lesmo.

25)-Lavandas

Trincando o muro, a chuva
Por um canto velho com húmus
Faz xixi verde nas lavandas


26)-Página do Relâmpago Infinito

Flash, relâmpago elétrico
Deus, de bom humor
Fotografa a camada de ozônio

27)-Nau Catarineta

Descobri, de madrugada
Alma Nau do peito em cruz
Que do jazz nasce a luz

28)-Utopia

Condenado à prisão perpétua
O poeta com seu surrealismo
Morreu – E tornou-se livre

29)-Notívago

O Poeta sem um vintém
Filosofia com desdém
-Há bares que vêm pra bem










30)-Domingo

Na sogra, Domingo
Cerveja, baralho
E macarrão com xingo

(FIM)

Primeira Lavra de Quase Poetrix (Ensaio Número UM)

Silas Corrêa Leite
E-mail:
poesilas@terracom.br
Trabalhos do autor nos sites
www.itarare.com.br/silas.htm
Ou blogues
www.portas-lapsos.zip.net
www.campodetrigocomcorvos.zip.net


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