O ministro Juca Ferreira anunciou o nome de Sérgio Mamberti como o novo presidente da Fundação Nacional de Artes (Funarte) durante entrevista coletiva realizada na tarde desta sexta-feira (31 de outubro), no auditório Guimarães Rosa do Ministério da Cultura, em Brasília. O ministro destacou o papel de Mamberti frente à Secretaria da Identidade e da Diversificação Cultural (SID/MinC). “O Sérgio é um nome que dispensa apresentações, é uma pessoa da área e precisamos de um presidente com muita legitimidade para prosseguir a política de diálogo com artistas e produtores culturais e revitalização dessa instituição nesses dois últimos anos que faltam”.
Desde 2004 como titular da SID/MinC, Mamberti falou que estava com o “friozinho na barriga” característico das grandes estréias. “É uma responsabilidade muita grande, pois é uma grande instituição e é preciso fortalecê-la, torná-la nacional”, disse.
Juca Ferreira adiantou que o colegiado de diretores será fortalecido no processo de gestão da Funarte. Nesse sentido, os diretores de Arte Visuais, de Música, de Artes Cênicas precisam ter uma importância que não vêm tendo na visão do ministro. “A Funarte não pode ter uma estrutura presidencialista, piramidal, mas sim colegiada, pois cada setor possui sua complexidade e os diretores precisam ganhar destaque na condução e criação dessas políticas”, esclareceu.
Um outro ponto destacado pelo ministro é a criação de um conselho nos moldes da Fundação Cultural Palmares e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Um conselho, segundo ele, composto por pessoas de conhecimento notório nas áreas de atuação da Funarte, que terá o papel de aconselhamento, fiscalização e aprovação dos projetos relacionados com a instituição.
Sérgio Mamberti
Paulista, nascido em 22 de setembro de 1939 na cidade de Santos, Sérgio Mamberti é reconhecido como defensor da cultura nacional, com destacada atuação nos meios artístico e político. Devido à sua trajetória de vida pública, como militante da área cultural, em 2003, o então ministro Gilberto Gil convidou-o para compor o quadro de dirigentes do Ministério da Cultura, como titular da Secretaria de Artes Cênicas.
Em 2004, na reestruturação do MinC, foi criada a Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural, para promover o diálogo e a inclusão de setores historicamente excluídos das políticas públicas de cultura no país. As culturas populares, indígenas e ciganas, assim como a diversidade sexual, passaram a ser contempladas com ações, programas e projetos voltados especificamente para esses segmentos. A secretaria foi assumida por Mamberti.
Consagrado ator, diretor e produtor, iniciou sua carreira artística atuando na peça Revellation, de Tristan Bernard, apresentada em 1956, na Aliança Francesa, em Santos. Em 1961, formou-se na Escola de Arte Dramática (EAD), em São Paulo, e no ano seguinte fez sua estréia profissional em Antígone América, de Carlos Henrique Escobar.
Mamberti fez parte do elenco de mais de 70 espetáculos teatrais, 38 filmes e 26 telenovelas, além de inúmeras participações em eventos culturais e outros programas televisivos. Também assinou a direção de peças de teatro, shows musicais, espetáculos de dança e a produção de eventos artístico-culturais. Ao longo dos seus 50 anos de profissão, abriu espaço em sua vida artística para participar de movimentos socioculturais, em sua luta em prol da democratização da cultura no Brasil.
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