Debate com moçambicanos é destaque do I Colóquio Internacional de Estudos Africanos, que acontece em São Carlos
Objetivo do evento é ampliar as relações entre pensamento brasileiro e expressões culturais da África
Nos dias 12 e 13 de novembro acontece, na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), o I Colóquio Internacional de Estudos Africanos "Brasil e África: diálogos necessários". Um dos destaques do evento é a participação, dentre os debatedores, de um professor e dois escritores de Moçambique. O Colóquio consistirá de mesas-redondas, apresentação de trabalhos de alunos de graduação e roda de poesia, com leitura de textos e sarau literário.
O objetivo do encontro é ampliar as relações entre o pensamento crítico brasileiro e as manifestações culturais e literárias dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP). A primeira edição do evento terá como destaque as expressões culturais de Moçambique e contará com a presença de pesquisadores e professores da UFSCar e Unesp. A proposta é que este diálogo entre Brasil e África aconteça todos os anos. O destaque da programação é a mesa-redonda "Aspectos das Literaturas Africanas de Língua Portuguesa", que contará com três debatedores de Moçambique. O primeiro convidado é o professor Luis Abel Cezerilo, da Universidade Eduardo Mondlane, de Moçambique. Ele possui graduação em Sociologia pela Universidade de Évora, Portugal, e doutorado em Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa pela USP. Atualmente, desenvolve seu pós-doutorado na Unesp de Araraquara.
Ao lado de Cezerilo estará a escritora Paulina Chiziane, a primeira mulher a escrever e publicar um romance em Moçambique. Ela cresceu nos subúrbios da cidade de Maputo e iniciou o estudo de Lingüística na Universidade Eduardo Mondlane, sem, porém, ter concluído o curso. Em 1984 deu início à sua atividade literária com a publicação de contos na imprensa moçambicana. O título do seu primeiro livro é "Balada de Amor ao Vento", editado em 1990.
O terceiro convidado da mesa-redonda é o escritor Luis Carlos Patraquim, considerado uma das principais vozes poéticas moçambicanas da atualidade. Ele foi colaborador do jornal A Voz de Moçambique nos anos 70, atuou como membro do núcleo fundador da Agência de Informação de Moçambique (AIM) e do Instituto Nacional de Cinema (INC), onde se manteve, de 1977 a 1986, como roteirista e redator principal do jornal cinematográfico Kuxa Kanema. Desde 1986, reside em Portugal e colabora na imprensa moçambicana e portuguesa, em roteiros para cinema e textos para teatro. A mesa contará também com a participação do professor Valter Roberto Silvério, chefe do Departamento de Sociologia da UFSCar e coordenador do NEAB.
O Colóquio está sendo organizado pelo Departamento de Letras (DL) da UFSCar, em parceria com o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB) da Instituição e com o Departamento de Literatura e o Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários da Unesp de Araraquara.
As inscrições para participação no Colóquio devem ser feitas pela Internet, em www.letras.ufscar.br/ciea, onde está disponível o formulário de inscrição e o programa completo do evento.
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