sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

“A única coisa que a gente não pode perder é a esperança”, diz Lula na celebração de Natal de catadores e catadoras em São Paulo

 Encontro reforça atuação histórica do Governo do Brasil junto aos catadores de materiais recicláveis e amplia conjunto de iniciativas de economia circular, inclusão socioprodutiva, em articulação com políticas públicas

 

A ExpoCatadores 2025 reúne mais de três mil catadores brasileiros e 600 cooperativas, especialistas, organizações internacionais de catadores e representantes dos governos federal, estaduais e municipais - Foto: Ricardo Stuckert/Secom-PR

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, nesta sexta-feira, 19 de dezembro, da cerimônia de encerramento da 12ª edição da Expocatadores, em São Paulo. Em seu discurso, o presidente reforçou o compromisso do Governo do Brasil em transformar decisões em ações concretas, para que as políticas públicas cheguem de maneira rápida à população.
 

“Nós estamos aqui tentando exercitar um novo jeito da gente fazer governança num país, estado ou cidade. Quando a gente decide, é para que a política pública seja colocada em prática imediatamente, porque se não as pessoas param de acreditar, perdem a esperança. E a única coisa que a gente não pode perder é a esperança”, afirmou o presidente.
 

Nós estamos aqui tentando exercitar um novo jeito da gente fazer governança num país, estado ou cidade. Quando a gente decide, é para que a política pública seja colocada em prática imediatamente, porque se não as pessoas param de acreditar, perdem a esperança. E a única coisa que a gente não pode perder é a esperança”

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Presidente da República
 

A cerimônia marcou a celebração do Natal dos catadores e catadoras, momento de grande simbolismo e união de um dos maiores movimentos populares organizados do país. “Vocês só podem gostar da gente se a gente fizer aquilo que a gente está prometendo de verdade, se chegar na casa de vocês, porque vocês já foram enganados por muito tempo e nós não viemos para enganar”, disse Lula.
 

Ao fazer um balanço dos quase três anos de mandato, o presidente também destacou os avanços do país em áreas como saúde, economia, educação e inclusão social. “Nós chegamos ao final do terceiro ano de mandato com o menor desemprego da história do Brasil, com a maior massa salarial da história do Brasil, com a maior política de inclusão social que esse país já conheceu”, destacou.
 

EXPOCATADORES 2025 — A ExpoCatadores 2025 reúne mais de três mil catadores brasileiros e 600 cooperativas, especialistas, organizações internacionais de catadores e representantes dos governos federal, estaduais e municipais. Durante o evento, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ressaltou a importância do encontro como um momento de reflexão sobre o papel do Estado e o compromisso com a cidadania.
 

“Esse encontro nos faz lembrar das nossas responsabilidades, da nossa igualdade enquanto cidadãos brasileiros, que nós temos obrigações a cumprir e caminhos a trilhar. Esse é um exercício sempre muito importante para quem está mergulhado em papel lá em Brasília, não esquecer o que está fazendo lá”, afirmou Haddad.
 

RECICLAGEM POPULAR — O presidente Lula assinou o decreto que cria o Programa Nacional de Investimento na Reciclagem Popular (Pronarep). O objetivo é apoiar financeiramente, tecnicamente e socialmente catadoras e catadores de materiais recicláveis em todo o país. A iniciativa tem como foco a sustentabilidade, inclusão social, equidade, valorização do trabalho, economia circular e erradicação humanizada dos lixões. O novo programa de crédito, inspirado no Pronaf, receberá o montante de R$ 10 milhões da Caixa Econômica Federal.
 

DESTINAÇÃO DE MÓVEIS — Outra assinatura do presidente da República foi o decreto que atualiza as regras para a destinação de móveis, equipamentos e outros bens móveis que deixaram de ser utilizados pela administração pública federal. Com o novo decreto, o governo deixa de tratar esses bens classificados como inservíveis apenas como algo a ser descartado e passa a trabalhar com a lógica da economia circular.

Em vez de simplesmente comprar, usar e se desfazer do bem, a regra agora é tentar reaproveitar ao máximo o que já existe, consertar quando for possível, doar para quem precisa e só descartar o que realmente não tiver mais uso, sempre com cuidado ambiental.
 

POLÍTICA NACIONAL — Ainda durante o ato, Lula assinou o decreto que regulamenta a Lei nº 15.068/2024, que detalha a implementação da Política Nacional de Economia Solidária (PNES) e institui o Sistema Nacional de Economia Solidária (Sinaes). A norma define princípios e regras sobre autogestão, inclusão social, sustentabilidade, participação social e geração de trabalho e renda.
 

Há um ano, em dezembro de 2024, o presidente Lula sancionou a criação da PNES, que recebeu o nome do sociólogo, professor e economista Paul Singer por sua dedicação, durante duas décadas, ao estudo aprofundado do tema e sua atuação como secretário nacional de Economia Solidária — o que o tornou referência nacional e internacional em relação ao tema. Já o Sinaes é responsável por integrar esforços entre entes federativos e a sociedade civil, bem como monitorar a implementação da política.
 

APLICATIVO DE RECICLAGEM — Durante a cerimônia, foi assinado um protocolo de intenções para o desenvolvimento do aplicativo Cataki, que conecta pessoas e empresas que geram resíduos a catadores, fortalece a coleta seletiva, promove a economia circular e garante que a renda da coleta fique com o catador.
 

O ministro Guilherme Boulos, da Secretaria-Geral da Presidência da República, destacou que o aplicativo servirá para aumentar as opções de reciclagem para as pessoas. “Nós temos que estimular que as pessoas possam reciclar. Uma parte é a consciência ambiental, outra parte é você dar as condições. Como a maioria dos municípios não têm coleta seletiva, vamos criar em 2026 o Cataki.gov, espécie de Uber da reciclagem”, disse o ministro.
 

“O potencial que isso tem de ampliar a reciclagem no nosso país e, ao mesmo tempo, gerar renda para esses catadores autônomos, do que hoje está sendo enterrado em aterro sanitário, virando gás metano para contribuir para o aquecimento global, é gigantesco”, destacou.
 

RESPEITO — Boulos também afirmou que o catador deve ser visto como um profissional essencial, digno de reconhecimento, valorização e respeito. “Essa é a batalha que nós temos para acabar com o preconceito, fazer com que o catador nesse país seja tratado com o mesmo respeito que um empresário. Que o catador possa vencer o preconceito e seja aplaudido como merece pelo serviço ambiental que presta”, disse. O ministro da Secretaria-Geral destacou que o valor total anunciado no evento é de cerca de R$ 162 milhões, resultado da soma de aportes de diferentes órgãos e instituições.

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