Mostra em São Paulo, disponível até 24 de agosto, quebra a “quarta parede” ao permitir que o público interaja com obras de arte
A exposição “Visualfarm Gymnasium: Leonardo da Vinci” entra em seus últimos dias em São Paulo, com visitas até 24 de agosto. Instalada em um galpão de 2.000 m² no Campos Elíseos, a mostra antecipa a proposta de museu do futuro ao quebrar a tradicional “quarta parede”, fazendo com que obras de arte deixem de ser apenas observadas à distância, para reagirem à presença do público. Essa é apenas a primeira instalação do laboratório de arte imersiva, cuja programação apresenta dois novos trabalhos expositivos a partir de setembro.
A experiência de Da Vinci se desdobra por meio de tecnologias de ponta, entre elas inteligência artificial, projeções mapeadas, realidade virtual, engenharia robótica e áudio 3D multicanal, todas integradas a uma estrutura sensorial dinâmica, que pode ser alterada em poucos cliques. A proposta do Visualfarm Gymnasium é transformar o visitante em coautor de uma narrativa visual em movimento.
“O museu do futuro é um espaço onde a obra não está pronta, mas acontece em tempo real. Nessa exposição, as criações de Leonardo interagem com o público porque o presente e o passado dialogam com base em dados, luz e movimento”, explica Alexis Anastasiou, diretor criativo do Visualfarm Gymnasium e do trabalho sobre o gênio renascentista. “É como se a própria mente de Da Vinci estivesse projetada no espaço”, compara.
Da juventude à intimidade de Leonardo
A jornada pela exposição começa de forma inusitada, com um tobogã que convida o visitante a abandonar a rigidez museal tradicional. No núcleo “Vinci”, a cidade natal de Da Vinci é celebrada com obras de sua juventude e retratos renascentistas recriados por inteligência artificial a partir do rosto do público. O "Domo" é um planetário digital com projeções 360˚ que conduzem o público em um espetáculo audiovisual por lugares onde viveu e aspectos marcantes de suas invenções visionárias.
Na ala “Consagração”, o foco recai sobre o engenheiro militar, com peças como a balestra gigante e o veículo blindado, além de uma réplica de “A Última Ceia” com mapeamento digital. A icônica Mona Lisa também surge em instalação especial. Já a “Camera Segreta” revela o lado mais íntimo de Da Vinci, com obras que abordam espiritualidade, androginia e sexualidade. A visita culmina em um espetáculo audiovisual de 29 minutos na “Sala Imersiva” e se encerra com uma instalação simbólica sobre Amboise, cidade onde o gênio passou seus últimos dias.
Uma cenografia viva, movida a dados
No lugar de paredes brancas e objetos sob vidro, a mostra assume um formato cinematográfico, quase teatral. O rider técnico impressiona: dezenas de projetores de alta performance, centenas de metros de cabos de fibra ótica, sensores infravermelhos, telas de LED curvas e sistemas de som tridimensional criam paisagens sensoriais imersivas e adaptáveis.
É como entrar num mecanismo vivo. Cada passo do visitante desencadeia alterações visuais e sonoras, para redesenhar invenções visionárias e pinturas icônicas ou modular a trilha sonora. A interação é intuitiva: sem telas, QR codes ou dispositivos, tudo se dá na presença física, no corpo em movimento.
“Essa exposição não é sobre olhar uma obra. É sobre entrar nela. É o próprio Leonardo nos chamando para pensar com o corpo inteiro”, sintetiza Alexis Anastasiou.
SERVIÇO
“Visualfarm Gymnasium: Leonardo da Vinci”: Praça Olavo Bilac, 38, Campos Elíseos, São Paulo
Até 24 de agosto
Quarta a domingo, das 10h às 22h (última entrada às 21h)
Acessível para pessoas com mobilidade reduzida
Entrada gratuita para crianças até 6 anos. Meia-entrada para estudantes. Ingressos a partir de R$ 30
Visualfarmgymnasium.com.br | Instagram.com/
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