sábado, 7 de junho de 2014

O e-commerce e a educação no Brasil

Por Felipe Morais* Segundo o relatório Webshoppers, do E-Bit, o Brasil passará dos 50 milhões de consumidores online em 2014, o que irá gerar um faturamento acima de R$ 34 bilhões em vendas virtuais. Mesmo assim, a constatação é de que há muito espaço para crescer, tendo em vista que o Brasil passará dos 110 milhões de internautas neste ano. Portanto, existe mercado, mas o que falta são profissionais qualificados para tocar o dia a dia das operações. Em pesquisas com grandes diretores e gestores de e-commerce no país percebemos que existe muita gente com vontade de trabalhar, mas sem qualquer bagagem teórica e prática para crescerem no setor. A sensação é de que o país possui diamantes que precisam ser lapidados. Muitos que trabalham no e-commerce estão no ramo por paixão à Internet e pelo dinamismo, acreditando que campanha de e-mail e marketing e produtos do Google resolveriam os problemas das marcas. Porém, o que temos visto é que apenas boa vontade não é suficiente para crescer. É preciso ter conhecimento e ser diferenciado na área. Por conta disso, cursos de pós-graduação começam a surgir para dar conta dessa demanda cada vez mais crescente. Os mais indicados são aqueles que possuem professores que apresentam novas tendências do mercado. Afinal de contas, o básico muitos já sabem. Mas com profissionais qualificados no corpo docente é possível mostrar o que dá certo através do compartilhamento de experiências e do debate com alunos. As grades curriculares precisam trazer temas que atendam as dúvidas e anseios do próprio comércio eletrônico. É necessário ficar no meio-termo: enquanto metade das aulas expõem problemas, a outra metade discute soluções. Dessa forma, é preciso abandonar o conceito de “aula-palestra”, onde apenas o professor fala e o aluno só ouve. Este método já está ultrapassado, ainda mais em um tema tão dinâmico quanto o varejo virtual. O ideal é buscar cursos com “aulas-consultorias”, onde o docente ensina compartilhando experiência e históricos de sucesso, mostrando ao aluno como resolver problemas diários. Para formarmos excelentes profissionais de e-commerce, os cursos de MBA não devem levar apenas conteúdo aos alunos. É necessário transformá-lo em um verdadeiro gestor capacitado. Assim, ele consegue operar qualquer loja virtual – desde as maiores, com grandes operações, e até mesmo as menores, promovendo o empreendedorismo existente no empresário virtual brasileiro. *Felipe Morais é coordenador do curso MBA de negócios digitais e gestão estratégica de e-commerce da Faculdade Impacta

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