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segunda-feira, 20 de agosto de 2012
20 de agosto de 2012. Dia tão especial para a nossa literatura infantil, que chegou ao alcance das crianças da ACOA (www.acoa.org.br). Então foi assim... A família: Paulo, Adriana e Jeanpaolo, contribuiu muitíssimo na realização do livro da TIGER, a tartaruguinha de estimação. Esse trabalho literário cuidou de contemplar o tema da "esperança" e traz a atividade de colorir. Já divulgamos alguns eventos com essa historinha e sabemos que o nosso editor Gilberto da Silva (Revista Partes), sempre se alegra quando vê o bom resultado que realmente surge do PROJETO DE LEITURA! Muito legal foi o jeito como nasceu a atividade de hoje: Foi um colega (Bruno) da turma de Pós-Graduação "DAD"/TUIUTI, quem indicou a Instituição. Ele contou que um dia, uma criança havia lhe pedido de presente um livro de pintar. Contudo, ele não retornou, mas não esqueceu do pedido...hoje a recompensa: UM SORRISO DE CRIANÇA pela entrega dos livros. MUITAS FELICIDADES! Claudia, Pates Mirim.
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
Textos opinativos estigmatizam torcedores de futebol
Ideias expostas em muitos textos opinativos, em jornais de grande circulação, sobre violência no futebol conduzem os leitores a apoiarem a ideologia de que as autoridades púbicas devem inibir e se sobrepor a torcedores organizados e pobres. “Nestes textos o discurso predominante estigmatiza o torcedor organizado como marginal, vagabundo e terrorista, dando à questão aparência similar a uma guerra”, reflete o psicólogo social Felipe Tavares Paes Lopes. Segundo ele, tais textos buscam ampliar o controle do Estado sobre o cidadão de forma indiscriminada. Entretanto, “nem tudo é unânime e existem formadores de opinião que tratam as condições socioeconômicas e educacionais brasileiras como as verdadeiras causas da violência das torcidas de futebol”.
A tese de doutorado Discursos sobre violência envolvendo torcedores de futebol: ideologia e crítica na construção de um problema social foi orientada pelo professor Esdras Guerreiro Vasconcellos. O psicólogo analisou textos de jornais da cidade de São Paulo de circulação nacional no período de 2009 a 2010, além de realizar entrevistas com acadêmicos, jornalistas, dirigentes esportivos e de torcidas organizadas. O estudo realizado em três fases buscou elucidar inicialmente o contexto sócio-histórico do debate, nacional e internacional, acerca da violência no futebol. Em seguida, o pesquisador passou a interpretar cada texto e entrevista para, em seguida, refletir em que medida os discursos dos formadores de opinião poderiam ser considerados uma produção ideológica e reproduzir relações de dominação.
Problema Social
O pesquisador explica que a violência que envolve torcedores de futebol vem, desde o final da década de 1980, sendo tratada pela imprensa como um problema social e também como uma preocupação pública. Na maioria das vezes, lida com a questão “adjetivando e estigmatizando os torcedores organizados como marginais e vagabundos, além de reduzi-los à condição de violentos, bárbaros e terroristas”.
O pesquisador explica que a violência que envolve torcedores de futebol vem, desde o final da década de 1980, sendo tratada pela imprensa como um problema social e também como uma preocupação pública. Na maioria das vezes, lida com a questão “adjetivando e estigmatizando os torcedores organizados como marginais e vagabundos, além de reduzi-los à condição de violentos, bárbaros e terroristas”.
Não dá simplesmente para “se associar e difundir a ideia de que a irracionalidade e atos de violência sejam características naturais do comportamento de grupo ou de massa, neste caso, os torcedores”. Para ele, esta pode ser uma forma de deslegitimar as reivindicações que os torcedores possam vir a fazer nas arquibancadas, além de fazer crer que ações ostensivas por parte da polícia são justas e dignas de apoio. Se a coletividade torcedora é potencialmente violenta, então ela deve ser controlada e submetida às ordens dos agentes do Estado.
De acordo com a pesquisa, um outro grupo (minoritário) de fomentadores de opinião, no entanto, assume que a midia é sim estigmatizadora, sugerindo “que a defesa da necessidade de intervenção violenta do Estado ocorre sem reflexão crítica sobre problemas socioeconômicos brasileiros”. A pesquisa também indica que o processo de estigmatização dos torcedores organizados contribui para ampliar o controle do Estado sobre eles. Entre outras coisas, porque “quem é de torcida organizada passa ser suspeito e pode ser abordado a qualquer tempo.”
Poder assimétrico
Uma das maiores reclamações feitas pelos dirigentes das torcidas organizadas e por alguns formadores de opinião foi relativa à relação assimétrica de poder. O psicólogo social revela que a insatisfação está, entre outras coisas, na desigualdade de acesso à imprensa. Falta espaço para expor outros pontos de vista a respeito da violência de torcedores. As falas dos dirigentes e de quem é contrário ao que se propaga na imprensa é quase unívoca. Não dão voz aos torcedores organizados. Não dão espaço ao debate.
Uma das maiores reclamações feitas pelos dirigentes das torcidas organizadas e por alguns formadores de opinião foi relativa à relação assimétrica de poder. O psicólogo social revela que a insatisfação está, entre outras coisas, na desigualdade de acesso à imprensa. Falta espaço para expor outros pontos de vista a respeito da violência de torcedores. As falas dos dirigentes e de quem é contrário ao que se propaga na imprensa é quase unívoca. Não dão voz aos torcedores organizados. Não dão espaço ao debate.
Imagem: Wikimedia
Mais informações: email ftlopes@yahoo.com.br
Seminário Internacional debate o direito à educação na primeira infância
Seminário Internacional debate o direito à educação na primeira infância No evento, aberto ao público, será apresentado o relatório internacional "Direitos desde o princípio: Educação e Cuidados na Primeira Infância", da Campanha Mundial pela Educação (CME) No próximo 22 de agosto, será apresentado em São Paulo o relatório Direitos desde o princípio: educação e cuidados na primeira infância", publicação lançada este ano pela Campanha Mundial pela Educação (CME). O estudo revela que, em âmbito global, não se cumpre o direito à educação na primeira infância, e adverte: atualmente, 200 milhões de crianças de 0 a 5 anos de idade não têm acesso à educação e ao cuidado no mundo. O seminário de lançamento, promovido pela Campanha Latino-Americana pelo Direito à Educação (CLADE), em parceria estratégica com a Campanha Nacional pelo Direito à Educação, do Brasil, será aberto ao público e contará com exposições de Vernor Muñoz, redator do estudo e ex-Relator Especial da ONU sobre o Direito à Educação, e de Rosa Maria Ortiz, relatora sobre os direitos da infância da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). O relatório foi produzido no marco da Semana de Ação Mundial 2012, mobilização internacional que neste ano destacou como tema o direito à educação na primeira infância, e teve ampla participação da sociedade civil em todo o mundo. Os autores sublinham que apenas a metade dos países do mundo tem programas oficiais voltados a crianças de até 3 anos e que, mesmo nestes países, apenas uma minoria das crianças nesta faixa etária é atendida. O estudo tomou como base a avaliação dos planos e orçamentos governamentais, demonstrando que em geral não se prioriza a primeira infância nas estratégias educativas nacionais. "É preocupante que se continue negando às crianças seus direitos fundamentais. A CME demanda marcos legais e políticas focadas nas crianças, além de um financiamento que responda ao direito à educação e ao cuidado na primeira infância, sem discriminação", afirma a presidenta da Campanha Mundial e coordenadora geral da CLADE, Camilla Croso. O público interessado pode inscrever-se para participar do seminário pelo e-mail campana@campanaderechoeducacion.org; uma mensagem de confirmação será enviada pela organização do encontro. Ao final, serão distribuídos certificados de participação. Serviço: Seminário Internacional e lançamento do informe "Direitos desde o principio: educação e cuidado na primeira infância" Data: 22 de agosto de 2012 Hora: 19h Local: Auditório da Escola de Aplicação da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. Av. da Universidade, 220 - Travessa Onze - Cidade Universitária - São Paulo. Participam: Vernor Muñoz, redator do Informe e ex-Relator Especial sobre o Direito à Educação da ONU; Rosa Maria Ortiz, relatora sobre os direitos da infância da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH); Camilla Croso, presidenta da Campanha Mundial pela Educação e coordenadora geral da CLADE; Iracema Nascimento, coordenadora executiva da Campanha Nacional pelo Direito à Educação do Brasil. Inscrições pelo e-mail: campana@campanaderechoeducacion.org; a organização enviará uma mensagem de confirmação. Realização: Campanha Latino-Americana pelo Direito à Educação (CLADE) e Campanha Mundial pela Educação (CME) Aliança Estratégica: Campanha Nacional pelo Direito à Educação do Brasil Apoio: Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo I |
quarta-feira, 8 de agosto de 2012
Pesquisa estuda aspectos fonéticos do português do interior paulistaAnálise pode trazer contribuições para o ensino
Mariana Giraldo |
Pesquisadoras da Unesp de São José do Rio Preto |
[08/08/2012]
Estudo realizado na Unesp de São
José do Rio Preto analisa o comportamento da vogal anterior à sílaba tônica das
palavras quando pronunciadas por falantes do interior paulista.
“Procuro entender quando acontece a variação dessa vogal na fala
e por que essa variação acontece”, resume a doutoranda Márcia Cristina do Carmo,
uma das pesquisadoras.
Sua orientadora, a professora Luciani Ester Tenani, destaca que
esse entendimento, além de contribuições para a produção de materiais para o
ensino de português para estrangeiros, contribui para o aprendizado dos próprios
brasileiros, na medida em que se percebe que as crianças ora escrevem da maneira
como falam, como “piqueno”, “muleque”, ora da maneira que imaginam ser o
correto, como “enfância”, “fogir”.
“Daí a explicação para muitos ‘erros’ ortográficos”, diz
Luciani que, junto com outra orientanda, Marília Reis, publicou um livro sobre o
assunto, disponível gratuitamente em: http://www.culturaacademica.com.br/catalogo-detalhe.asp?ctl_id=202
Um dos fatores que as pesquisadoras identificaram é que, nas
vogais que antecedem uma sílaba tônica, acontece o fenômeno de alçamento
vocálico. Por meio dele, as vogais “e” e “o” são pronunciadas, respectivamente,
como “i” e “u”. Exemplos dessa variação no dialeto do interior paulista são as
palavras “boneca”, que pronunciamos “buneca”, e “menino”, que pronunciamos
“minino”.
Outra característica identificada é que na fala do interior
paulista não acontece o fenômeno do abaixamento vocálico, que é muito comum na
região nordeste. Exemplos desse fenômeno são as palavras “coração” e “menino”,
que no nordeste são pronunciados como “córação” e “ménino'.
Pensando no mapa do Brasil, segundo Márcia, dá para perceber
uma espécie de divisor, uma fronteira geográfica para a ocorrência do
abaixamento da vogal. “Aqui esse fenômeno praticamente não acontece.
A única exceção está em palavras com sufixo ‘-mente’, ‘-inho’,
‘-íssimo’ e ‘-zinho’”, diz. Exemplos seriam palavras como “sozinho” ou
“somente”, pronunciadas por nós com o “o” aberto, isto é, “ó”.
Explicação dos fenômenos - O estudo das
vogais, ao contrário do que se costua pensar, não é um assunto simples e que só
se aprende no ensino primário. Há uma explicação na estrutura das palavras para
a ocorrência ou não dessas variações.
Foi para compreender melhor esses fenômenos que Márcia passou
nove meses na Universidade de NewCastle, no Reino Unido, onde foi orientada pelo
professor Stephen J. Hannahs. Lá, esteve em contato com pesquisadores de vários
países, como Paquistão e Arábia Saudita, todos interessados no estudo de
fenômenos da língua falada.
“As línguas funcionam de maneira parecida e têm muitos
fenômenos em comum. É muito interessante observar isso”, conta.
A explicação para o fenômeno de alçamento vocálico, estudado
pela pós-graduanda, geralmente está em outro processo, chamado de harmonização
vocálica.
Uma regra geral para o que acontece na fala, segundo Luciani, é
assimilar, ou seja, tornar igual. “O falante tende a aproximar os sons no
processo de articulação das palavras, como, por exemplo, aproximar o som da
vogal pretônica ao som da vogal tônica”, explica a professora Luciani. “É a lei
do menos esforço. Os falantes tendem a tornar a articulação dos sons mais fácil.
É mais fácil falar ‘futibol’ do que ‘futebol’, por exemplo”.
Em relação aos verbos, Márcia constatou em sua pesquisa que as
vogais pretônicas mais suscetíveis ao alçamento estavam em formas de verbos da
terceira conjugação, ou seja, aqueles que em sua forma infinitiva terminam em
“-ir”, como “conseguir” e “dormir”.
Alguns exemplos são “conseguia”, que pronunciamos “consiguia” e
“dormindo”, que pronunciamos “durmindo”. “Nesses verbos aconteceu alçamento da
vogal em quase todos os casos que analisamos”, conta Márcia. O que influencia a
harmonização nesses casos, segundo Márcia, é a vogal tônica “i”.
Projeto - A pesquisa de Márcia está vinculada
ao Projeto PROBRAVO – Descrição Sócio-Histórica das Vogais do Português (do
Brasil)–, coordenado pelos professores Seung-Hwa Lee, da Universidade Federal de
Minas Gerais, e Marco Antônio de Oliveira, da PUC de Minas Gerais. O projeto
realiza investigações sócio-históricas e linguísticas sobre as realizações
fonéticas das vogais em diversas variedades do português brasileiro.
Para a análise em sua pesquisa, Márcia utilizou 38 entrevistas
do banco de dados Iboruna, resultado do Projeto ALIP (Amostra Linguística do
Interior Paulista), que conta com amostras de fala espontânea de pessoas do
noroeste paulista. Esse trabalho de coleta de dados foi coordenado pelo
professor Sebastião Carlos Leite Gonçalves, também da Unesp de São José do Rio
Preto, e financiado pela Fapesp.
Mariana Guirado, Unesp de São José do
Rio Preto
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