quarta-feira, 30 de junho de 2010

Sindicato dos Jornalistas promove curso de Assessoria de Imprensa com dois docentes

O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo promove em julho o curso de
"Assessoria de Imprensa", que pela primeira vez será ministrado por dois
docentes, Gilberto Lorenzon e Walmir de Medeiros Lima.
Segundo o Sindicato, o período de 12 a 17 de julho, no formato
intensivo, foi escolhido para facilitar a participação de estudantes e
profissionais em férias, em especial os residentes de fora de São Paulo.


Gilberto Lorenzon foi assessor de imprensa da Cia. de Engenharia de
Tráfego e da CPTM, do governo do Estado de São Paulo. É, com Alberto
Mawakdiye, autor do "Manual de Assessoria de Imprensa", pela Editora
Mantiqueira.

Walmir Medeiros é jornalista formado pela Universidade Metodista de SP,
trabalhou em jornais, revistas e rádio, cobrindo variedades e cultura.
Migrou para a área de Comunicação Empresarial, na qual se especializou,
atuando em agências de comunicação e em diferentes segmentos e portes.

Serviço

Assessoria de Imprensa

Período: 12, 13, 14, 15, 16, 17 de julho, das 9h00 às 14h00.
Local: Ação Educativa - Rua General Jardim, 660 (a 15 minutos do metrô
Santa Cecília, próximo ao Mackenzie).
Inscrições: (11) 3217-6299 ramal 6233, das 12h00 às 18h00, com Marlene
ou Fábio, ou pelo e-mail cursos@sjsp.org.br
Investimento: R$ 250,00 e R$ 340,00 - condições de pagamento e programa:
www.sjsp.org.br
Certificado: Expedido pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais no
Estado de São Paulo

sábado, 26 de junho de 2010

COMEMORAÇÃO DOS GOLS DO BRASIL NA COPA DO MUNDO

Toda vez que o Brasil faz um gol é costume "milenar"  de se comemorar
o feliz evento com rojões e apitos ensurdecedores...
O programa Hoje em Dia da TV Record fez uma matéria de como os animais
sofrem nessas ocasiões...
 
Além de punir seus ouvidos frágeis, os coitadinhos ficam apavorados
porque não entendem nada de futebol, e pensam que o mundo está acabando...
A médica veterinária entrevistada aconselhou os donos de animais e mães de bebês
recem-nascidos a colocarem algodão nos ouvidos... Haja algodão!!!!
 
Mas não só os cães e gatos as vítimas... são os passarinhos, os idosos e todas as pessoas de ouvido mais delicado que não têm a menor pretensão de ficarem surdas... 
 
Reparei que os espanhóis comemoram com música e danças típicas de seu país...
Que tal seguir esse exemplo? Inteligente, respeitoso, racional e o que é
melhor: agradável.
 
VENCE BRASIL! 
Mas principalmente MUDA BRASIL!
 
Muda para um jeito melhor de ser!
Nada de barulho, de pancadaria, bebedeira, malhação de judas, de serragem... e outros absurdos que se tornaram a força do hábito e ninguém
se lembra de mudar.
 
Bem, vai aí minha sugestão:
 
Brasil, troca tudo isso por flores, música, cantoria, dança, muita dança;
abraços fraternais, festa, alegria, banhos de mar, solidariedade
para com as instituições de caridade...  assim, em vez de tapar os ouvidos,
todo mundo vai sorrir!
 
 
                                                         NAIR LÚCIA DE BRITTO 

 

sexta-feira, 25 de junho de 2010

copa 2014

QUE O FUTEBOL SEJA UM ALAVANCADOR DE DESENVOLVIMENTO e não de máfias.
Muito mais razoável seria a FIFA exigir o atrelar de projetos sociais aos estádios que serão construídos (com dinheiro público) do que ficar se atendo a questões como ter ou não fosso desse ou daquele jeito.

terça-feira, 22 de junho de 2010

UMA FLOR BRANCA...

A moça veio ao meu encontro e me ofereceu uma flor branca...
-- Estamos fazendo uma passeata pela paz, quer nos ajudar?, ela me perguntou.

Todos que faziam parte da passeata levavam consigo uma flor igual a que ela me ofereceu. A maioria eram alunos de uma Faculdade, onde uma funcionária foi mais uma jovem, vítima da violência... à saída do trabalho.

Quase que diariamente jovens estudantes, homens do comércio e pessoas que trabalham honestamente têm suas vidas interrompidas abruptamente devido aos constantes assaltos.

A violência está se alastrando como uma doença infecciosa sem perspectiva de cura. Os interesses parecem voltados para o desenvolvimento econômico. Mas desenvolvimento econômico sem qualidade de vida não faz sentido...

Cada um de nós pode ajudar cultivando a paz, repudiando qualquer apologia à violência e inspirando-se nos países mais evoluídos culturalmente e não nos mais ricos...

É muito bom ter... Mas quando o ter prejudica o ser, o ter passa a ser uma tragédia social.

Coloquei a flor branca aos pés da Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, pedindo o milagre da paz...


NAIR LÚCIA DE BRITTO

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Artigo: Ocupação tímida nas reitorias

Ocupação tímida nas reitorias

 

Luciana Onusic *

 

         A mulher, desde o século XX, luta pelo seu espaço no mercado de trabalho. E sabemos que isso tem evoluído a cada ano que passa. Em 2009, de acordo com os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cerca de 35% das mulheres brasileiras trabalhavam com carteira assinada – porém, número ainda inferior ao dos homens, que é de 43,9%. Outro dado do instituto, no entanto, mais preocupante, é em relação à remuneração: para se ter uma equiparação, o salário das mulheres teria que ter um aumento de 38,3% em relação ao dos homens.

Porém, no ramo da educação, a entrada feminina é alta em todos os cargos – desde professora até diretora –, principalmente em educação básica (infantil, ensino fundamental e médio). Quando chega no ensino superior, o quadro muda. Ainda há muitas mulheres lecionando, mas nos cargos mais altos da hierarquia educacional, como diretoria e reitoria de instituições de ensino, sejam elas públicas ou privadas, a inserção das mulheres é ainda baixa.

Esse quadro pode ser constatado no 2º Encontro Internacional de Reitores Universia, realizado em Guadalajara (México), entre os dias 31 de maio e 1º de junho. Não foram divulgados dados oficiais, mas quem esteve presente pode notar o pequeno número de mulheres que participaram do encontro. Portanto, esse cenário não é apenas um problema tipicamente brasileiro.

O encontro, que reuniu reitores e presidentes de 1.126 instituições de ensino superior de diversas partes do mundo, teve como objetivo debater como melhorar o ensino e aumentar o grau de internacionalização, da responsabilidade e do compromisso econômico e social das faculdades e universidades. Temas como inclusão e coesão social através da educação superior, atividade docente, infraestrutura, inovação, transferência de conhecimento foram abordados nos dois dias de evento.

         O Brasil contou com a representação de mulheres neste último encontro: Laura Laganá, da rede Paula Souza – primeira mulher a ocupar o cargo de reitora nos 40 anos da instituição –; e Maria Célia Pressinatto, reitora do Centro Universitário Barão de Mauá.

         Para o próximo encontro, que será realizado em 2015 no Brasil, esperamos que mais mulheres tenham conseguido se inserir neste mercado – o de educação superior. Se são competentes em níveis de ensino básico, tem tudo para também estarem no topo nas faculdades e universidades.

 

* Luciana Onusic é contadora, mestre e doutora em Administração e diretora executiva da Trevisan Escola de Negócios.

E-mail: luciana.onusic@trevisan.edu.br.

 

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Filme traz Pelé de volta aos gramados

 

 

 

Filme “1284”

O filme “1284” mostra Pelé, aos 70 anos, correndo atrás de mais um sonho: fazer o último gol da carreira com a camisa canarinho. Afinal, o craque brasileiro marcou seu último gol, até então, pelo New York Cosmos, contra o Santos, em 1977, no Giants Stadium, nos Estados Unidos. De volta aos gramados, entre os jogadores da Seleção, com a equipe e a torcida brasileira em delírio, o Rei vestindo a camisa 10 parte para a bola, no clássico Brasil x Argentina. Narradores e jornalistas do mundo todo estão no estádio para acompanhar a partida.

 

No primeiro tempo, com a marcação cerrada, várias chances de gol são desperdiçadas. Os argentinos não aliviam e ainda fazem uma falta dura em Pelé, que ameaça parar. Incentivado por Carlos Alberto Torres, capitão da Seleção Brasileira na Copa de 70, o craque retorna para o segundo tempo.

 

Quando começa a demonstrar cansaço, o jogador confirma que quem é Rei nunca perde a majestade.  Recebe uma bola, ainda próximo ao meio de campo, acredita e vai com muita raça e determinação rumo ao gol e chuta.  O trajeto da bola é lento, mas, seu destino é certo: Pelé marca seu último gol pela Seleção, e repete algumas das cenas consagradas na história do futebol mundial, incluindo o  tradicional soco no ar.  O encerramento fica por conta do letreiro “Ele fez 1.283 gols por nós. Ele merecia que a gente fizesse esse por ele. Obrigado, Pelé”.

 

Com sete minutos de duração, “1284” foi rodado no Estádio do Morumbi em São Paulo. De acordo com Marco Versolato, vice-presidente de criação da Y&R, o maior desafio foi reproduzir a realidade com todos os seus detalhes. “Mesmo sendo uma ficção, procuramos produzir uma partida como se fosse uma história real. E, Pelé aos 70 anos contra a Argentina, não seria nada fácil”, comenta.  A produção contou com uma estrutura cinematográfica de 250 profissionais e mais de 500 pessoas no elenco. Também foram escalados alguns jogadores profissionais e vários ícones do esporte e do jornalismo brasileiro como Rivellino, Carlos Alberto Torres, Orlando Duarte e Osmar de Oliveira -, que sempre acompanharam a carreira de Pelé.

 

 A criação do curta-metragem é de Alexandre Vilela (Xã), Felipe Gall e Marco Versolato, que também assinam a direção de criação. A produção é da O2 Filmes, com direção de cena de Luciano Moura e Nando Olival e produção executiva do cineasta Fernando Meireles, um dos sócios da produtora.

 

O filme conta com exibição exclusiva na internet, no link  http://www.youtube.com/watch?v=GYpf1tVJLOg&feature=channel ou na página www.euvivoaselecao.com.br .

 

 

A morte de José Saramago






A morte de José Saramago
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“Na ilha por vezes habitada do que somos, há noites,manhãs e madrugadas em que não precisamos de morrer.
Então sabemos tudo do que foi e será. (...)
Cada um de nós é por enquanto a vida. Isso nos baste.”

Morreu hoje, aos 87 anos, José Saramago, em Lanzarote, Ilhas Canárias, onde vivia com sua segunda mulher, Pilar Del Rio.
O homem que nunca foi à universidade, porque a família era pobre e não havia meios para isso.

O homem que, para sobreviver, fez um curso técnico e tornou-se serralheiro mecânico. No entanto, como tinha paixão pelas letras, passava suas noites na Biblioteca Municipal Central de Lisboa.

O homem chamado coragem nasceu em 1922 em Azinhaga, no Ribatejo, Portugal de uma família de pais e avós pobres.

O homem que foi funcionário público em Portugal, por décadas. Aos 30 anos começou a fazer traduções, para aumentar sua renda de operário. Auto didata, traduziu Baudelaire, Hegel e Tolstoi, entre outros clássicos.

O homem que publicou seu primeiro romance, Terras do Pecado, em 1947, mas só foi reconhecido como um verdadeiro escritor a partir da década de 1980, quando lançou o romance Levantado do Chão.

Depois disso, seus sucessos literários se sucederam com Memorial do convento (1982), O ano da morte de Ricardo Reis (1984), A jangada de pedra, (1986) História do cerco de Lisboa (1989) O Evangelho segundo Jesus Cristo, (1991) e Ensaio sobre a cegueira (1995) com o qual ganhou o Prémio Nobel da literatura em 1998.
Único ganhador de um Prêmio Nobel em língua portuguesa, José Saramago ajudou, com isso, a estimular as vendas de livros e a aumentar o respeito por quem escreve em português.

O homem que, com esse sucesso, fez com que vários outros autores nacionais e da comunidade de língua portuguêsa fossem descobertos e também lidos, o que estimulou os mercados de livros na nossa língua.

O homem que nunca escondeu suas ideias, brigou por elas, deixou muito claras suas posições, sem medo de críticas.
“Os bons e os maus resultados dos nossos ditos e obras vão-se distribuindo, supõe-se que de uma maneira bastante uniforme e equilibrada, por todos os dias do futuro, incluindo aqueles,  infindáveis, em que já cá não estaremos para poder comprová-lo, para congratularmo-nos ou para pedir perdão, aliás, há quem diga que é isto a imortalidade de que tanto se fala”.

Autor versátil, ele deixou 20 romances, 3 livros de contos, 5 peças de teatro, 4 livros de crônicas, 3 livros de poesias e um de viagem. Os números, frios, nunca vão explicar a emoção da qual era carregada sua literatura, que fez chorar e rir, que espantou e acalmou, que fez pensar, enfim. “Escrevo para desassogar os meus leitores” disse Saramago em 2009.

"Sou um leitor de Saramago desde a minha adolescência. Conheço muito bem a obra dele e foi o escritor que mais me tocou até hoje", revelou. João Tordo, ganhador do Prêmio José Saramago 2009 (com o romance “As Três Vidas” Portugal). Para Tordo, Saramago foi “Um escritor que revolucionou a literatura portuguesa: há um antes e um depois de Saramago. Ele inventou um modo de escrever."

O homem que se tornou, antes e por esforço próprio, jornalista, a partir do final de década de 1960. E que trabalhou intensamente na imprensa, no Diário de Notícias, Diário de Lisboa, em A Capital e no Jornal do Fundão, todos portugueses.

Em 1975 foi, por alguns meses, diretor-adjunto do "Diário de Notícias". Essa função foi o ponto alto do seu percurso jornalístico e seria fundamental para o seu regresso à literatura e ao romance.. Demitido, decidiu que transformaria a sua vida: seria um escritor em tempo integral.

Ele só seria reconhecido como tal três décadas depois de “Terras do Pecado”. Por essa época (1977) surgiu a primeira obra do Saramago exclusivamente escritor: Manual de Pintura e Caligrafia

O homem que falava da morte como fim único, pois era ateu. Mas falava da morte sem temor.
“Todos sabemos que cada dia que nasce é o primeiro para uns e será o último para outros e que, para a maioria, é só um dia mais”.

O homem que escreveu em seu blog, ainda na semana passada: “Acho que todos nós devemos repensar o que andamos aqui a fazer. Bom é que nos divirtamos, que vamos à praia, à festa, ao futebol, esta vida são dois dias, quem vier atrás que feche a porta – mas se não nos decidirmos a olhar o mundo gravemente, com olhos severos e avaliadores, o mais certo é termos apenas um dia para viver, o mais certo é deixarmos a porta aberta para um vazio infinito de morte, escuridão e malogro”.
"Escritor de projecção mundial, justamente galardoado com o Prémio Nobel da Literatura, José Saramago será sempre uma figura de referência da nossa cultura. Em nome dos Portugueses e em meu nome pessoal, presto homenagem à memória de José Saramago, cuja vasta obra literária deve ser lida e conhecida pelas gerações futuras. À Família do escritor, endereço as minhas mais sentidas condolências", lê-se numa nota publicada no site da Presidência da República de Portugual, Cavaco Silva.

Morreu José Saramago. Foi ele mesmo quem disse: “Há coisas que nunca se poderão explicar por palavras.”
Obras Publicadas

Poesias
Os poemas possíveis, 1966
Provavelmente alegria, 1970
O ano de 1993, 1975
Crônicas
Deste mundo e do outro, 1971
A bagagem do viajante, 1973
As opiniões que o DL teve, 1974
Os apontamentos, 1976
Viagens
Viagem a Portugal, 1981

Teatro
A noite, 1979
Que farei com este livro?, 1980
A segunda vida de Francisco de Assis, 1987
In Nomine Dei, 1993
Don Giovanni ou O dissoluto absolvido, 2005

Contos
Objecto quase, 1978
Poética dos cinco sentidos - O ouvido, 1979
O conto da ilha desconhecida, 1997

Romance
Terra do pecado, 1947
Manual de pintura e caligrafia, 1977
Levantado do chão, 1980
Memorial do convento, 1982
O ano da morte de Ricardo Reis, 1984
A jangada de pedra, 1986
História do cerco de Lisboa, 1989
O Evangelho segundo Jesus Cristo, 1991
Ensaio sobre a cegueira, 1995
A bagagem do viajante, 1996
Cadernos de Lanzarote, 1997
Todos os nomes, 1997
A caverna, 2001
O homem duplicado, 2002
Ensaio sobre a lucidez, 2004
As intermitências da morte, 2005
As pequenas memórias, 2006
A Viagem do Elefante, 2008
O Caderno, 2009
Caim, 2009

Fonte: CBL : www.cbl.org.br 

Tributo a Saramago Nobel Lusonauta




S a r a m a g o
(18.06.10)


“O mundo existe para terminar num livro”
Mallarmé

Morreu Saramago
Em seu mundo nunca dantes navegado
No entorno de lágrimas de Portugal
E muito além do chão letral dos lusonautas
Numa intermitência telúrica
Morreu Saramago
O criador de um verbo alumbrado
Sua literatura esplende, arrebata
Num mundo globalizado – e insano
Muito além de seu tempo
Morreu Saramago
Entre seu palavrear de luz e sangue
Densos Tejos que ainda rebrilham
Em lágrimas que verteram seu espírito
Procissão de excluídos
Morreu Saramago
Que nos viçou em língua mátria
A sociedade sórdida: e o que somos
Ovelhas perdidas de uma manada
Contra o qual lutava...
Morreu Saramago
O ser humano historial, o homem bandeira
Que na mão esquerda ainda tem uma roseira
Que dá flores rubras a vida inteira
Levantado do chão, nos ares

AINDA VIVE SARAMAGO!


-0-


Silas Correa Leite, Santa Itararé das Letras, São Paulo, Brasil
E-mail:
poesilas@terra.com.br - Site: www.portas-lapsos.zip.net

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Estatuto de Poeta em Português e Russo, Silas Correa Leite, Tradução Oleg Almeida






Estatuto de Poeta em Português e Russo

ESTATUTO DE POETA

Primeiro Rascunho Para um Esboço de Projeto Amplo, Total e Irrestrito

Silas Corrêa Leite
Artigo Um

Todo Poeta tem direito de ser feliz para sempre, mesmo além do para sempre ou quando eventualmente o “para sempre” tenha algum fim.
Artigo Dois
Todo Poeta poderá dividir sua loucura, paixão e sensibilidade com mil amores, pois a todos amará com o mesmo prelúdio nos olhos, algumas asas nas algibeiras e muitas cítaras encantadas na alma, ainda assim, sem lenço e sem documento.
Parágrafo Único
Nenhum Poeta poderá ser traído, a não ser para que a ex-Musa seja infeliz para todo o resto dos dias que lhe caibam na tábua de carne desse Planeta Água.
Artigo Três
Nenhum Poeta padecerá de fome, de tristeza ou de solidão, até porque a tristeza é a identidade do Poeta, a solidão a sua Pátria, sendo que, a fome pode muito bem ser substituída por rifle ou cianureto. E depois, um poeta não precisa de solidão para ser sozinho. É sozinho de si mesmo, pela própria natureza, com seus encantários, mundo-sombra e baladas de incêndio.
Artigo Quatro
A Mãe do Poeta será o magno santuário terreal de seus dias de lutas e sonhos contra moinhos e erranças de gracezas e iluminuras.
Filho de Poeta será como caule ao vento, cálice de liturgia, enchente em rio: deverá adaptar-se ao Pai chamado de louco por falta de lucidez de comuns mortais ou velado elogio em inveja espúria.
Artigo Quinto
Nenhum Poeta será maior que seu país, mas nenhuma fronteira ou divisa haverá para o Poeta, pois sua bandeira será a justiça social, pão, vinho, maná, leite e mel, além de pétalas e salmos aos que passaram em brancas nuvens pela vida. E depois, uns são, uns não, uns vão, uns hão, uns grão, uns drão – e ainda existem outros.
Artigo Sexto
A todo Poeta será dado pão, cerveja, amante e paixão impossível, o que naturalmente o sustentará mental e fisiológicamente em tempos tenebrosos ou de vacas magras, de muito ouro e pouco pão.
Artigo Sétimo
Nenhum Poeta será preso, pois sempre existirá, se defenderá e escreverá em legítima defesa da honra da Legião Estrangeira do Abandono, à qual sabe pertencer, com seu butim de acontecências, ou seu não-lugar de, criando, ser, estar, permanecer, feito uma letargia, um onirismo.
Artigo Oitavo
A infinital solidão do espaço sempre atrairá os Poetas.

Artigo Nono

Caso o Poeta viaje fora do combinado, tome licor de ausência ou vá morar no sol, nunca será pranteado o suficiente, nem lhe colocarão tulipas de néon, dálias aurorais, estrelícias de leite ou dente-de-leão sob o corpo que combateu o bom combate. Será servido às carpideiras, amigos, parentes, anjonautas e guardiões, vinho de boa safra por atacado, mais bolinhos de arroz, pão de minuto e cuque de fubá salgado.
Artigo Décimo

Poeta não precisará mais do que o radar de seus olhos, as suas mãos de artesão sensorial no traquejo do cinzel interior, criativo, sua aura abençoada e seu halo com tintas de luz para despojar polimentos íntimos em verso e prosa, como pertencimentos, questionários e renúncias.

Artigo Décimo-Primeiro

Poeta poderá andar vestido como quiser, lutar contra as misérias e mentiras do cotidiano (riquezas impunes, lucros injustos), sempre buscando pela paz social, ou ainda mamando na utopia de uma justiça plural-comunitária. Quem gosta de revolução de boteco é janota boçal metido a erudição alcoólica e pseudo-intelectual seboso e burguês. Poeta gosta mesmo de humanismo de resultados. De pegar no breu. A luta continua!
Artigo Décimo-Segundo

Poeta pode ser Professor, Torneiro-Mecânico, Operário, Jardineiro, Fabricante de Bonecas, Vigia-Noturno, Engolidor de Fogo, Entregador de Raposas, Dono de Bar ou Encantador de Freiras Indecisas. Poeta só não poderá ser passional, insensível, frio ou interesseiro. Ao poeta cabe apenas o favo de Criar. O poeta escreve torto por linhas tortas (um gauche), poesilhas (poesia rueira e descalça) e ficção-angústia. Escreve (despoja-se) para não ficar louco...para livrar do que sente. O Poeta, afinal, é um “Sentidor”

Artigo Décimo-Terceiro

Se algum Poeta for acusado levianamente de alguma eventual infração ou crime, a dúvida o livrará. E se o Poeta dizer-se inocente isso superará palavras acima de todos e sua fala será sentença e lei. A ótica do Poeta está acima de qualquer suspeita, e ele sempre é de per-si mesmo o local do crime da viagem de existir. Mas pode colaborar com as autoridades, cometendo um crime perfeito. Afinal, só os imbecis são felizes.
Parágrafo Único

Poeta não erra. Refaz percursos. Poeta não mente. Inventa o inexistente, traduz o impossível, delata o devir. Poeta não morre. Estréia no céu.

Artigo Décimo-Quarto

Aos Poetas serão abertas todas as portas, até as invisíveis aos olhos vesgos e comuns dos mortais anônimos, serão abertos todos os olhos, todas as almas, todos os caminhos, todas as chamas, todos os cântaros de lágrimas e desejos, todos os segredos dessa dimensão ou fora dela, num desespelho de matizes.


Artigo Décimo-Quinto

A primeira flor da primeira aurora de cada dia novo, será declarada de propriedade do Poeta da rua, do bairro, do país ou de qualquer próximo Poeta a confeitar como louco, como ermitão ou pioneiro, de vanguarda. Em caso de naufrágio ou incêndio, poetas e grávidas primeiro

Artigo Décimo-Sexto
Não existe Poeta moderno, clássico, quadrado, matemático como pelotão de isolamento, ou só aleijado por dentro, pois as flores e os rios não nascem nunca iguais aos outros, sósias, nem os poemas são tijolos formais. Nenhum Poeta poderá produzir só por estética, rima ou lucro fóssil. Poesia não é para ser vendida, mas para ser dada de graça. Um troco, um soneto, uma gorjeta, um haikai, um fiado pago, uns versos brancos, um salário do pecado, um mantra-banzo-blues. E todo alumbramento é uma meia viagem pra Pasárgada.

Poeta é tudo a mesma coisa, com maior ou menor grau de sofrimento e lições de sabedoria dessas sofrências, portanto, com carga maior ou menor de visão, lucidez, sensoriedade canalizada entre o emocional e o racional, de acordo com a sua bagagem, seu vivenciar, seu prisma existencialista de bon vivant. Poeta há entre os que pensam e os que pensam que pensam. Entre os que são e os que pensam que são. A todos é dado a estrada de tijolos amarelos para a empreita de uma caminhada que o madurará paulatinamente. Ou não. Todo poeta é aprendiz de si mesmo, em busca de uma pegada íntima, e escreve para oxigenar a alma. Afinal, são todos sementes, e sabem que precisam ser flores e frutos, para recriarem, para sempre, a eterna primavera.

Todo aquele que se disser Poeta, assim o será, ou assim haverá de ser

Parágrafo Um

O verdadeiro Poeta não acredita em Arte que não seja Libertação. Saravá, Manuel Bandeira!

Parágrafo Dois

Poeta bebe porque é líquido. Se fosse sólido comia.

Parágrafo Três

Poeta é como a cana. Mesmo cortado, ralado, amassado, ao ser posto na moenda dos dias, ainda assim tem que dar açúcar-poesia

Inciso Um

Poeta também bebe para tornar as pessoas mais interessantes.

Parágrafo quatro

Poeta não viaja. Poeta bebe. E todo Poeta sabe, que o fígado faz mal à bebida.


Artigo Décimo-Sétimo

Poeta terá que ser rueiro como pétala de cristal sacro, frequentador de barzinhos como anjo notívago, freguês de saunas mistas como recolhedor de essências, plantador de trigais amarelos como iluminador de cenários, cevador de canteiros entre casebres de bosquíanos, entre o arado e a estrela, um arauto pós-moderno como declamador de salmos contemporâneos entre extraterrestres.

Parágrafo Único


Poeta rico deverá ainda mais amar o próximo como se a si mesmo, ajudando os fracos e oprimidos, os Sem Terra, Sem Teto, Sem Amor, para então se restar bem-aventurado e poder escrever cânticos sobre a condição humana no livro da vida. Poeta é antena da época. E o neoholocausto do liberalismo globalizador é o câncer que ergue e destrói coisas belas.

Artigo Décimo-Oitavo

A todo Poeta andarilho e peregrino como Cristo, São Francisco ou Gandhi, será dado seu quinhão de afeto, sua porção de Lar, seu travesseiro de pétalas de luz. Quem negar candeia, azeite e abrigo ao Poeta, nunca terá paz por séculos de gerações seguintes abandonadas entre o abismo e a ponte para a Terra do Nunca. Quem abrigar um Poeta, ganhará mais um anjo-da-guarda no coração do clã que então será abençoado até os fins dos tempos.

Parágrafo único
O sábio discute sabedoria com um outro sábio. Com um humilde o sábio aprende.

Artigo Décimo-Nono

Poeta poderá andar vestido como quiser, com chapéus de nuvens, pés de estrelas binárias ou mantras de ninhos de borboletas. Nenhum Poeta será criticado por fazer-se de louco pois os loucos herdarão a terra e são enviados dos deuses. “Deus deve amar os loucos/Criou-os tão poucos...” - Um Poeta poderá também andar nu, pois assim viemos e assim nos moldamos ao barro-olaria de nosso eio-Éden chamado Planeta Água. E a estética para o poeta não significa muito, somente o conteúdo é essência infinital.

Artigo Vigésimo

Poeta gosta de luxo também, mas deve lutar por uma paz social, sabendo a real grandeza bela de ser simples como vôo de pássaro, simples como pouso em hangar fantástico, simples como beira de rio ou vão de cerca de tabuínha verde. Só há pureza no simples.

Artigo Vigésimo-Primeiro

Nenhum Poeta, em tempo algum, por qualquer motivo deverá ser convocado para qualquer batalha, luta ou guerra. Mas poderá fazer revoluções sem violência. Poderá também ser solicitado para ser arauto da paz, enfermeiro de varizes da alma ou envernizador de cicatrizes no coração, oferecendo, confidente, um ombro amigo, um abraço de ternura, um adeus escondido feito recolhedor de aprendizados ou visitador de bençãos, ou ser circunstancialmente um rascunhador clandestino de alguma ridícula carta de suicida.


Artigo Vigésimo-Segundo

Mentira para o Poeta significa cruz certa. Aliás, poeta na verdade nunca mente, só inventa verdades tecnicamente inteiras e filosoficamente sistêmicas...

Artigo Vigésimo-Terceiro

Musa-Vítima do Poeta será enfermeira, psicóloga, amante, mulher-bandeira, berço esplêndido, Santa. Terá que ser acima de todas as convenções formais, pau para toda obra. No amor e na dor, na alegria e na tristeza, até num possível pacto de morte.

Artigo Vigésimo-Quarto

Poeta não paga pensão alimentícia. Ou se está com ele ou contra ele. Filha e sobrevivente de uma relação qualquer, ficarão sob sua guarda direta e imediata. Ex-Mulheres serão para sempre águas passadas que não movem moinhos, como velas ao vento de uma Nau Catarineta qualquer, como exercícios de abstrações entre cismas, ou como aprendizados de dezelos íntimos de quem procura calma para se coçar.


Artigo Vigésimo-Quinto

Revogam-se todas as disposições em contrário
CUMPRA-SE - DIVULGUE-SE
Brasil, Cinzas, Lua Cheia – Do jazz nasce a luz!
Poeta Silas Corrêa Leite, Educador e Jornalista – Membro da UBE-União Brasileira de Escritores
E-mail: poesilas@terra.com.br – site do autor com algumas de suas obras: www.itarare.com.br/silas.htm
Blog premiado do UOL:
www.portas-lapsos.zip.net
O escritor é autor do livro O Homem Que Virou Cerveja, Crônicas Hilárias de Um Poeta Boêmio, Prêmio Valdeck Almeida de Jesus, Salvador, Bahia, no prelo, Giz Editorial
Autor de Campo de Trigo Com Corvos, Editora Design, Contos, Finalista do Prêmio Telecom, Portugal

ESTATUTO DE POETA EM RUSSO
Tradução Oleg Almeida



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Силас Корреа Лейти

Статья Первая
Каждый Поэт имеет право быть счастлив всегда и более, чем всегда, и даже если этому «всегда» однажды наступит конец.

Статья Вторая
Каждый Поэт сможет делиться своими безумием, страстью и нежностью с тысячами возлюбленных, и для всех у него найдутся одна и та же прелюдия в глазах и парочка крыльев в карманах, а в душе – множество зачарованных кифар, вот только носового платка и документов у него не будет.

Параграф Единственный
Поэту нельзя будет изменить, разве что с тем, чтобы его экс-Муза стала несчастной до конца дней, которые выпадут ей на мясной колоде нашей Планеты Вод.

Статья Третья
Поэту не доведётся страдать от голода, грусти и одиночества, хотя бы потому, что грусть – это личность Поэта, одиночество – его Родина, голод же можно запросто заменить пулей или отравой. Кроме того, Поэт не нуждается в одиночестве, чтобы быть одиноким. Он одинок сам по себе, в силу своей природы, наедине со своими причудами, миротенью и поджигательскими балладами.

Статья Четвёртая
Мать Поэта станет величайшим из земных святилищ в дни его мечты и борьбы с ветряными мельницами, скоморошьих скитаний и лубочных картинок.
Сын же Поэта станет деревцем на ветру, кубочком литургии, разливом реки: он должен будет смириться с Отцом, названным сумасшедшим вследствие тупости простых смертных или же в качестве похвалы пополам с нелегальной завистью.

Статья Пятая
Поэту не стать больше своей страны, но нет для Поэта границ и пределов, коль скоро его штандарт – социальная справедливость, хлеб, манна, вино, молоко и мёд, а также цветы и псалмы в честь тех, что по жизни прошли, словно белые облака. И потом – кому честь, кому лесть, кому яйца несть, кому в лужу сесть – а ведь есть ещё и другие.

Статья Шестая
Каждый Поэт получит краюшку хлеба и кружку пива, и любовницу, и невозможную страсть – и всё это естественно станет ему телесной и моральной опорой в тёмные времена и в эпоху тощих коров, когда мало хлеба, а золота – хоть отбавляй.

Статья Седьмая
Поэта не бросят в тюрьму, поскольку он всегда сможет выжить и защититься и постоять за честь Иностранного Легиона Неприкаянности, солдатом которого является со своими трофеями случившегося и сотворённого, своим прошлым, настоящим, извечным – как летаргия или сны наяву.

Статья Восьмая
Необъятное одиночество космоса всегда будет звать Поэтов.

Статья Девятая
Если Поэт отправится в нежданное путешествие, выпьет ликёр отсутствия или же переселится на солнце, его никогда не удастся оплакать полностью: телу отчаянного бойца не послужат постелью неоновые тюльпаны, рассветные далии, млечные стрелиции, одуванчики. Плакальщицам, друзьям, домочадцам, ангелонавтам и стражникам подадут вино доброго урожая по оптовой цене, вдоволь сдобных булочек, рисовых пирожков и кексов из подсоленной кукурузной муки.

Статья Десятая
Поэту понадобятся лишь радар его глаз, руки чувственного ремесленника, чтобы управиться с творческим, потаённым резцом, благословенная аура и ореол светотени, чтобы рассыпать интимные отблески – как в стихах, так и в прозе – прерогативы, анкеты и отречения.

Статья Одиннадцатая
Поэту дозволено одеваться, как ему заблагорассудится, и бороться с повседневными бедностью и враньём (незаконным обогащением, безнаказанностью богатства) в непрестанном поиске социального мира или же намертво присосавшись к утопии плюрализма общественной справедливости. Кому нравятся революции в кабаке – тот болванистый франт со своим алкогольным всезнайством или засаленный буржуазный псевдоинтеллигент. Поэту по вкусу гуманизм результатов. Ему по душе летать в ночном небе. И борьба продолжается!

Статья Двенадцатая
Поэт может быть Профессором, Токарем, Чернорабочим, Садовником, Кукольником, Ночным Сторожем, Огнеглотателем, Раздатчиком Лис, Кабатчиком или же Соблазнителем Сомневающихся Монашек. Поэт не может быть лишь пристрастным, бесчувственным, заинтересованным и холодным. Поэту причитается лишь сота Творчества. Поэт пишет вкривь и вкось (левша), сочиняет стихотвореньица (уличные и на босу ногу) и тоску-фантастику. Пишет (выкладывается), чтобы не обезуметь... выплеснуть то, что чувствует. Поэт, в конце-то концов, есть «Чувствователь».

Статья Тринадцатая
Если Поэта легкомысленно обвинят в каком-нибудь там преступлении или проступке, его оправдает сомнение. И если Поэт объявит себя невиновным, это будет важнее всех сказанных слов, речь же Поэта – законом и приговором. Взгляды Поэта выше каких бы то ни было подозрений, а сам по себе он – место преступления в своём жизненном путешествии. Однако он может сотрудничать с властью, совершив совершенное преступление. В конце-то концов, лишь слабоумные счастливы.

Параграф Единственный
Поэт не теряет дороги. Проходит её вновь и вновь. Поэт не лжёт. Изобретает несуществующее, выражает немыслимое, доносит на становление. Поэт не умрёт. Дебютирует на небесах.

Статья Четырнадцатая
Поэтам открыты все двери, даже невидимые косым и обычным глазам безымянных смертных, открыты все взоры, все души, все тропы, все языки пламени, все бочки слёз и желаний, все тайны этого и иных измерений в зазеркалье оттенков.

Статья Пятнадцатая
Первый цветок самой первой зари каждого нового дня будет объявлен собственностью Поэта улицы или района или страны, или любого Поэта – засахаренного, точно безумец, отшельник или первопроходец – авангардиста. В случае кораблекрушения или пожара, дорогу беременным и Поэтам!

Статья Шестнадцатая
Не существует Поэта современного, классического, квадратного, математического, словно конвой, либо увечного изнутри, поскольку цветы и реки никогда не родятся точь-в-точь похожими двойниками, поэты же – формальными кирпичами. Поэт не может творить лишь за счёт эстетики, рифмы или же ради ископаемого дохода. Поэзия не для того, чтобы ей торговать: она раздаётся даром. Сдача, сонет, чаевые, хокку, выплаченный кредит, несколько белых стихов, меланхолия-мантра-блюз. И всякое ослепление есть половина пути в Пасаргады.
Поэт всегда одинаков при большем или меньшем грузе страдания и уроков мудрости таковым порождённых, и стало быть, с большей или меньшей нагрузкой прозрения, ясновидения, сенсориальности между эмоциональным и рациональным, в зависимости от багажа пережитого и экзистенциалистской призмы бонвивана. Поэт среди тех, что мыслят, и тех, что думают, будто мыслят. Среди тех, что живут, и тех, что думают, будто живут. Всем даётся дорога из жёлтого кирпича для того, чтоб идти по ней и мало-помалу созреть. Или нет. Каждый поэт – свой собственный ученик в поисках скрытых следов и пишет, чтоб кислородом наполнить душу. В конце-то концов, все они – лишь семена, знающие, что должны стать цветами и фруктами, чтобы вновь и вновь – навсегда – воссоздать вечную весну.
Каждый, кто называет себя Поэтом, им станет или должен будет им стать.

Параграф Первый
Настоящий Поэт не верит в Искусство, которое не равняется Освобождению. Виват, Мануэл Бандейра!

Параграф Второй
Поэт пьёт, потому что жидко. Было бы твёрдо, ел бы.

Параграф Третий
Поэт – как тростинка: даже подрезанный, перетёртый, смолотый мельницей дней, всё равно производит сахар-поэзию.

Вставка Первая
Поэт также пьёт, чтобы люди стали поинтереснее.

Параграф Четвёртый
Поэт не бредит. Поэт выпивает. И каждому Поэту известно, что печень мешает выпивке.

Статья Семнадцатая
Поэту следует быть бродягой, как лепесток священного хрусталя, завсегдатаем баров, как ангел-лунатик, посетителем смешанных саун, как сборщик эссенций, сеятелем жёлтой пшеницы, как осветитель сцены, засевателем клумб меж домишками персонажей Босха, между сохой и звёздами, постсовременным герольдом, как декламатор новейших псалмов среди инопланетян.

Параграф Единственный
Богатый Поэт должен любить ближнего, как себя самого, и даже больше, помогая слабым и угнетённым, Безземельным, Бездомным и Нелюбимым, чтобы остаться навеки блаженным и вписать строфы о человеческом бытии в книгу жизни. Поэт есть антенна эпохи. Новый же Холокост глобализирующего либерализма есть рак, разрушающий красоту.

Статья Восемнадцатая
Каждому Поэту-бродяге и пилигриму, словно Христос, Святой Франциск или Ганди, достанется его частичка ласки, порция Очага и подушка, набитая лепестками света. Тот, кто откажет Поэту в свече, оливковом масле и крове, никогда не найдёт покоя – во веки веков поколений, затерянных между пропастью и мостом в Страну Никогда. Тот же, кто приютит Поэта, заслужит ещё одного ангела-хранителя в сердце клана, что будет благословен до конца времён.

Параграф Единственный
Мудрый спорит о мудрости с другим мудрым. У нищего духом мудрый учится.

Статья Девятнадцатая
Поэт вправе носить ту одежду, которая ему нравится: шляпы из облаков, туфли из двойных звёзд или мантры из гнёздышек мотылька. Поэт не подвергнется критике за то, что притворяется сумасшедшим, поскольку безумные унаследуют землю, будучи посланниками богов. «Бог, должно быть, любит дураков/Так их мало испокон веков...» Поэту также дозволено ходить голым, поскольку так мы сошли с гончарного круга нашего Рая Земного, именуемого Планетой Вод. Эстетика же не значит многого для Поэта – лишь в содержании беспредельная сущность.

Статья Двадцатая
Поэту тоже нравится роскошь, однако ему надлежит бороться за социальный покой, зная о том, что прекрасное и подлинное величие просто, как полёт птицы, как приземление в фантастическом ангаре, как берег реки или дырка в ограде из зелёных досочек. Лишь в простоте – чистота.

Статья Двадцать Первая
Ни одного Поэта, никогда в жизни, ни по какой причине не пошлют в бой, сражение или вообще на войну. Однако он может вершить революции без насилия. Его также могут назначить глашатаем мира, целителем варикозов души, полировщиком сердечных рубцов, наперсником, предлагающим дружеское плечо, ласковое объятие, прощание втихомолку, словно сборщик трудовых навыков или инспектор благословений; при случае, он может исподтишка набросать какую-нибудь смехотворную записку самоубийцы.

Статья Двадцать Вторая
Ложь для Поэта тождественна верной смерти. Впрочем, Поэт никогда не лжёт, лишь придумывает технически полные и философски системные истины...

Статья Двадцать Третья
Муза-Жертва Поэта будет сестрой милосердия, психологом и любовницей, женщиной-знаменем и сияющей колыбелью, Святой. И ей придётся, превыше всех формальных условностей, быть к любой бочке затычкой. В любви и боли, грусти и радости, даже в возможном пакте о смерти.

Статья Двадцать Четвёртая
Поэт на платит алиментов. Кто не с ним, тот против него. Дочь и выжившая после любых отношений находятся под его прямою и непосредственною опекой. Его бывшие жёны останутся навсегда тем, «что было, да сплыло», словно тот самый бумажный кораблик, как упражнения в абстракции между схизмами или уроки глубоко личных штучек для тех, кто ищет приключений на свою голову.

Статья Двадцать Пятая
Все положения, противоречащие вышеизложенному, считаются недействительными.


ПРИНЯТЬ К ИСПОЛНЕНИЮ И РАСПРОСТРАНЕНИЮ

Бразилия, Пепел, Полнолуние – Из джаза родится свет!

Поэт Силас Корреа Лейти, воспитатель и журналист – Член БСП (Бразильского Союза Писателей).

Tradução do português por Oleg Almeida
E-mail:
oleg_almeida@hotmail.com
Site: http://www.olegalmeida.com/

Exposição: O negro no futebol brasileiro

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Aula de Campo

Professores da PUC-Campinas fazem um balanço ambiental de cinco anos de atividades em Cananéia

 

Uma vez por ano, os alunos da Faculdade de Ciências Biológicas da PUC-Campinas, trocam a sala de aula pela cidade de Cananéia, no litoral sul, em São Paulo. A atividade, chamada "Aula de Campo", tem como objetivo colocar em prática tudo o que os alunos estudam dentro de sala e nos laboratórios. O local visitado apresenta um ambiente rico em biodiversidade, ou seja, fauna e flora que oferecem amplos estudos num só local. 

 

Neste semestre, a "Aula de Campo" foi realizada no mês de maio e todos os alunos do 3º ano foram convidados. Bruna Aparecida Strazza não perdeu a oportunidade e embarcou com a turma. "Achei superinteressante. Na Faculdade temos todos os organismos para estudo, mas mortos. Lá pude vê-los vivos e em seus habitats naturais. Além disso, houve mais integração entre os professores e alunos", contou a estudante. A aluna Danielle Sousa Pereira disse que a atividade superou suas expectativas. "Vivenciar o que estudo, me fez entender melhor a profissão que escolhi", disse.

 

Antes e depois

 

A "Aula de Campo" é realizada pelo quinto ano consecutivo, em Cananéia, e tem despertado preocupação com o gerenciamento costeiro, haja vista as mudanças identificadas pelos professores que acompanham a atividade. O professor Jodir Pereira da Silva visita o local, desde 1992, e conta que há uma especulação imobiliária na região. "Naquela época, existiam apenas duas pousadas e um hotel. Hoje, são mais de vinte instalados, além da concentração de condomínios e residências", comentou.

 

Com o aumento na quantidade de visitantes, também cresce a interferência que eles provocam no ambiente, a começar pela quantidade de lixo espalhado na água e no solo. Segundo a professora Luciane Kern Junqueira, o plástico é o material mais encontrado, principalmente em garrafas. "Essa falta de cuidado com o mangue pode fazer com que os caranguejos, por exemplo, desapareçam e provoquem um desequilíbrio, já que eles estão na base da cadeia alimentar", alertou a professora.

 

O excesso de turistas também tem provocado o desaparecimento de algumas plantas nativas, como os xaxins e as baunilhas naturais. Elas têm dado lugar à plantas "invasoras", levadas pelos próprios visitantes. "Durante as atividades encontramos grama no lugar de samambaias, que ocupavam a área anos anteriores. Essa substituição de espécies quebra a hegemonia de sucessões ecológicas", revelou a professora Gislei Cristina Gonçalves. Ela também conta que os fungos bioindicadores apontam para uma forte poluição no local. "A cor natural deles é vermelha, mas estão marrons e verdes. Isso significa, por exemplo, o excesso de gás carbônico no ambiente e uma das maneiras de ser emitido é por meio dos veículos que vão até lá", acrescentou a professora. 

 

Apesar da urbanização e de suas consequências, Cananéia reserva grandes espetáculos naturais. O professor Jodir relata que, desde a primeira visita, encontra uma população de golfinhos e nessa última, ainda foi surpreendido. "Pela primeira vez encontramos guarás – aves de coloração rosa. Os moradores locais me contaram que eram apenas duas ou três aves e, agora, já são pelo menos vinte", relatou. Esses atrativos naturais seduzem ainda mais os turistas. "Essa região não tem tratamento de esgoto e se o turismo continuar crescendo, o ecossistema poderá sofrer danos irreparáveis. É preciso gestão pública, imediatamente, antes que um problema se instale", advertiu o professor.

 

Ainda assim, todas as transformações, mudanças e adaptações da biodiversidade de Cananéia contribuem para a formação dos alunos da Faculdade de Ciências Biológicas. A região é considerada pelos professores ideal para estudos multidisciplinares, pois apresenta diferentes tipos de ecossistemas terrestres e aquáticos e deve continuar recebendo os estudantes pelos próximos anos, como uma forma de aproximá-los de uma vivência prática da profissão.  "Naquela época (1992), existiam apenas duas pousadas e um hotel. Hoje, são mais de vinte instalados, além da concentração de condomínios e residências", explicou o professor.
Assesoria de comunicação da PUC

Praça da Cachaça reúne principais produtores artesanais na Feira em Brasília

 

14/06/2010 16:52

Por Lucio Pereira Mello/Assessoria de Comunicação Social MDA/Incra



Engasga-gato, pinga, marvada, água que passarinho não bebe. Os nomes da cachaça mudam em cada região, mas a essência é a mesma: uma bebida bem brasileira que ganha mercado no Brasil e no exterior pela qualidade. Acompanhando esta valorização, a VII Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária - Brasiul Rural Contemporâneo vai oferecer, pela primeira vez em Brasília(DF), a Praça da Cachaça, um espaço exclusivo para amadores, degustadores, representantes e fornecedores que, de acordo com especialistas, é essencialmente artesanal.

Sucesso desde que passou a fazer parte da feira, a Praça da Cachaça reúne os sabores e as variedades da aguardente brasileira, oferecendo um espaço especial aos amadores, degustadores, representantes e fornecedores. Com mais de 15 produtores de todo o Brasil os estandes do espaço com 100m² conta com uma decoração especial para os amigos se reunirem e "prosearem" enquanto "molham a palavra". Para se ter uma ideia da diversidade, estarão representadas as cachaças de estados como o Rio Grande do Sul, Goiás, São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro e, obviamente, Minas Gerais.

Além da diversidade regional, os diferentes tipos de cachaças de produção tradicional prometem atender a todos os gostos. Além de "purinhas", das envelhecidas em tonéis de carvalho, de emburana e outras madeiras brasileiras, uma das novidades deste ano são as cachaças com sabor de frutas tropicais. A Praça da Cachaça é o local perfeito para todos os apreciadores da bebida autenticamente brasileira e está ganhando um grupo de apreciadores cada vez mais exigentes

Se beber...

Sempre respeitando a máxima: se beber não dirija; se dirigir, não beba, a organização do Brasil Rural Contemporâneo recomenda moderação. Para os apreciadores que "se empolgarem" ou "passarem um pouquinho do ponto" é recomendável o uso da carona solidária, o transporte público, táxi, ou serviço de transporte gratuito do evento. A cada 15 minutos uma van liga o Terminal Rodoviário do Plano Piloto com a Concha Acústica, inclusive nos horários dos shows. Beba com moderação.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

II Encontro Catarinense de Escritores

A Academia de Letras do Brasil/SC

 e a Academia de Letras e Artes de Alfredo Wagner

 convidam V. Sª para o II Encontro Catarinense de Escritores de Alfredo Wagner a ser realizado no dia 30 e 31 de julho de 2010. Na ocasião serão empossados os acadêmicos da Academia de Letras e Artes de Alfredo Wagner e diplomados diversos Escritores. Sendo ainda conferido o diploma de \"Amigo da Cultura\" a personalidades municipais, estaduais e nacionais. Contamos com a presença e o decidido apoio de V. Sª. Pedimos entrar em contato com

 Mauro Demarchi (48) 32761211 Prefeitura Municipal de Alfredo Wagner/ SC

 ou pelo site:
www.familia.demarchi.nom.br/encontrodeescritores.htm

Livro de Poemas Memórias dum Hiperbóreo, de Oleg Almeida


Pequena Resenha Crítica

A Portentosa Poética Neohedônica-Tropical de Oleg Almeida, no Diferenciado Livro de Poemas “Memórias dum Hiperbóreo”


“... A ironia é o meu último refugio... ”

Gregório Bacic, in, Olhares Plausíveis




Por todos os Deuses! A poesia de Oleg Almeida tem uma vertente neohedônica-tropical que arrebata. A lira-delirante de um viajoso-peregrino, por terras do além-longe, onde ele se impregna-clarifica de um lirismo-neohedônico que capitula telúrico em terras afro-tupí-davidicas. Será o impossível? Pois é! Hiperbóreo, do título, vem de como os gregos denominavam um povo que segundo eles moravam acima do vento norte. Pois um bielo-russo, o autor, Oleg Almeida comprou o mote e empreendeu viagens feito uma espécie assim muito bem agregada de gregonauta em terras brasilis gerais, tabuleiro-mosaico em que se cantando tudo há.

Memórias-derramas? Devaneios-fugas? Exercícios de libertações? A arte como fuga-tronco? O Parnaso é o lugar que somos-estamos-permanecemos? Que vento varre as hélices da alma quando nos defrontados num descaminho do longe, se não sabemos que lar nos habita e que propriamente lar somos e estamos? Devaneios de sensibilidade. Alimentamo-nos de nossas neuras e as transformamos em versos e pólos rítmicos de versações?

Que Estação Nada é um porto-lei? Remos em ventos: poemas. As aventuras ins/piram versos... Holderlin, o mágico de Hypérion no vestíbulo da prisão em que foi posto e condenado, acusado de loucura, quando exibia o mais alto grau de lucidez: “E no entanto tu brilhas, Sol! Terra sagrada, não cessas de reverdecer, o fluxo das torrentes escorre ainda para o mar, e no calor do meio dia a sombra das folhagens murmura ainda!”. Mares nunca dantes navegados? Por que mares, lares, bares e ares, segue a fluidez louca de Oleg Almeida?. É difícil ancorar um navio no espaço, disse a poeta-suicida Ana Cristina César. Qual é a filosofia vivencial de Oleg Almeida? Aí tem poesia. Ai de tida vida errante!

Poemas-crônicas, poemas-romances, retratos raros, poemas-historiais, poemas quadros cênicos, poemas e a paleta do olhar do criador trans/figurado. Que viagem é dar esqueleto estético a versos que ganham molduras em vidas, cores, tintas e panos, sentidos e consistências, a poética-texto que proseia o mar lusco-fusco entre a poesia propriamente dita e as memórias nem sempre tão doces, mas vertentes verdejantes de um ser como que, enclausurado numa dor lancinante, quando se purga a escrever o derredor delas, antes, depois, e, pior, dentro delas: eis o livro. Para Holderlin, como para os gregos, um Píndaro, por exemplo, a arte é artesania. É o chamado mechané dos poetas antigos que Oleg faz macadames de idéias-poemas, de situações-conflitos-poesia, de narrações-poéticas que criam fundos, ermos, variações, dimensões que a leitura mergulha, bebe, rende harmonia. A poesia é exigência, diz Saint-John Perse. Pois no caso de Oleg Almeida é exigência de contar, narrar, descrever, arrancar, criar-se ainda assim da memória, verter-se, dar o que pensar em seio, berço, eio; e pinturas com magnífico nuance novidadeiro de punho e cunho clássico.

............................................
“Olhai, Senhor, para mim
Com vosso sorriso bondoso e complacente.
Dai-me um pouco de luz olímpica;
Perdoai a vontade insana
De ler o final da historia, antes que seja escrito
DE quebrar, com alarde, a casca de noz sagrada
E comer o miolo
De penetrar o impenetrável”

(in, pg 10, Poema Numeral UM)

Essa é a poética de Oleg Almeida talvez neohedonista. Delirante. Delirante?. Melhor: assustadoramente poética, viajosa, fora do normal – se é que normal quer dizer alguma coisa – sem títulos; numeradas, como páginas de rostos, capítulos de uma mesma epopéia a criar diários, registros, delações, visões, com/figurações. O molusco tirado da concha em bólides e desafios faz-se homem no escreViver... Hiperbóreo...

E trabalha o verso que uni-(verso), o longe, o perto (o dentro), mais, a chaga do tempo, como se quisesse estar onde não está, e quisesse ser o que não pode ser, ou se quisesse escrever-se para refazer-se e incluir naquilo que lhe foi tirado, talvez o vento-tempo: “O tempo nos mata – Não a pauladas(...) mas à sorrelfa/Com rugas, doenças e cartas de despedidas/Pouco a pouco.” O tempo e suas cartas náuticas-poéticas. Navegar/Escrever é preciso, existir não é preciso?

“O azul foi a cor da infância
Do lépido céu que servia de teto(...)
Dos olhos de minha vó
Das histórias por ela contadas(...)
Foi o azul do menino(...)

(pg 21, in Verso V)

Assim é Oleg Almeida. Narrador-contador(cantador) que veste a roupa do que pensa, inventa, sente, e isso dói. Escrever é derrubar paredes? O Poema IX é lindo! Fragmento: “Do dia em que morreste, meu velho(...)/De capa branca, imaculada, e de sandálias pretas/Que nunca usarás em vida/Tu foste embora/Seguindo o caminho que todos os homens igualaria nos seus direitos/O da eternidade.” (pg. 39). Alexandre Dumas, em suas Memórias, dizia que era um menino entendiado, entendiado até as lágrimas. Quando sua mãe o encontrava assim, chorando de tédio, perguntava-lhe: -E por que é que Dumas está chorando? Então o menino de seis anos respondia: -Dumas está chorando porque tem lágrimas.

Os poemas hiperbóreos são as lágrimas hedônicas-tropicais de Oleg Almeida em peregrinação pelo mundo que re-descobre a cada ver-se? Ei-lo exatamente nu e lacrimal in versus: “Cheguei e, no meio do desespero/Vi todas as coisas, que conhecia desde o berço, ilesas/As flores a recamarem o teu sepulcro eram bonitas/O vinho tomado para coibir os prantos, gostoso/A lua recém-nascida, amarela/Mas tu não vivias/Ou tinhas entrado, talvez, nessas coisas/E nelas te radicarás/Virarás crepúsculos, raios e sons/Integrarás a natureza/Em cujas feições delicadas, daí para a frente/As tuas se encarnariam.” Bravo! Quadro cênico de pura poesia, a mortalha cênica de um olhar sensível-dor. As perdas (as ausências) alimentam sensibilidades lírico-meditativas que soçobram entre rumos, remos, resmas, iras e criações desta ordem. Que pátria é a infância? Que poesia é nossa cara-pátria? As caras e as coragens (e as fugas-devaneios) do mundo:

“O mundo de hoje não se parece com nada(...)
Aliás, eu também nada tenho de grego
Tirante meu hedonismo mal-sucedido
E as questões
Quem sou eu? Donde venho? Aonde vou?!
(pg. 67 Verso XV)
........................................................................

Ítalo Calvino dizia: “Entre os valores que gostaria que fossem transferidos para o próximo milênio está principalmente este: o de uma literatura que tome para si o gosto da ordem intelectual e da exatidão, a inteligência da poesia juntamente com a da ciência e da filosofia(...).” Oleg Almeida é um caótico itinerante? Já o dramaturgo e poeta Antonio Miranda diz que toda poesia é impura (...) e instaura-se no caos do qual não pretende se libertar... E sobre o escritor Oleg Almeida, o literato Antonio Miranda se manifesta verdadeiramente profético-poético: “Surpreendente o domínio da língua portuguesa por um poeta eslavo! Degusta as palavras e os sentidos em poesia que lida com a prosa, de forma direta, confessional, sutil mas, ao mesmo tempo, incisiva. Aposto no talento dele.”

Feito um Homero querendo voltar para casa, Oleg Almeida procura o que se pode chamar de seu – entre sangue, suor e criação - de casa (o que se pode chamar de lar?); lar, lugar, estar, ser, origem, raiz, talvez despertencimento - ele mesmo a sua própria casa-lugar/ser, o próprio caminhar (fazer a casa), assim luz e lágrima – e verso. Zeus ajuda quem cedo se aventura? O tempo o que é? Tempo-palhaço (até no circo das idéias poéticas), ladrão de mulher, ladrão de nós mesmos, acima dos ventos, das peregrinações ilusórias, dos ícaros, quando o próprio farol de Alexandria pode ser apenas um ponto de exclamação acima das nuvens-ventos, indicando idas e vidas como lugares nenhuns, o ser feito vinagre na peregrinação como alma-andaluz. O lar divino é aquele em que nos deixamos; lastro e rastro, estrelas e trilhas, ilhas e edições de. Vinho, chocolate, recordação, prazer, status paradisíaco de ser-estar-permanecer-continuar!. Carpe Diem. E Poesia, claro, porque Oleg Almeida, filosófico e lingüístico, feito um novo Odisseu pós-moderno (e pós tudo?) faz a sua própria diferença: aventurar-se. Eis o repertório no verbo VIVER se encantando no umbral de novas ilíadas vivenciais e parnasos boêmios consagrados a Orfeu. Colocando poemas-viagens no poetar as buscas de si mesmo, hiperbóreo. Escrever é compor a solidão de poesia/Para ter companhia? Ah a dura viagem de existir! Não somos todos Ulisses?

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Silas Correa Leite – Escritor, Membro da UBE-União Brasileira de Escritores, Teórico da Educação, Jornalista Comunitário, Conselheiro em Direitos Humanos

Autor de Porta-Lapsos, Poemas, e Campo de Trigo Com Corvos, Contos, a venda no site
www.livrariacultura.com.br

E-mail:
poesilas@terra.com.br

Blogue:
www.portas-lapsos.zip.net




quinta-feira, 10 de junho de 2010

Bate Papo com Silas Corrêa Leite

Lágrimas de Luz, Poema de Silas Correa Leite




Lágrimas de LuzSerá que você se lembrará de mimDo meu rostoQuando me encontrar numa outra vida?Será que você saberá que me amouQuando me verNo outro lado da luz no paraíso?Você caminhará sobre as nuvensE encontrará vários anjos entre líriosSerá que você me reconheceráE arrastará as suas asas pro meu lado?Será que você saberá que sou euAquele que partiuE que estará lhe esperando do outro lado do céu?Eu estarei nalgum lugar do altoEsperando por vocêNuvens de luzes muito além de tantas lágrimas...

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Silas Correa Leite

domingo, 6 de junho de 2010

reflexões

Quantas vezes deixamos de dizer palavras afetuosas para as pessoas que amamos. Para não nos sentirmos " por baixo", para não fortalecer o "inimigo" e como conseqüência, quantas demonstrações de verdadeiro afeto deixamos de receber!
E como nos sentimos mais fracos e frágeis pela ausência de carinho, de nos sentirmos amados! Quanta dificuldade temos, em expressar os sentimentos bons que trazemos dentro de nós! Como, muitas vezes, é bem mais fácil sermos ríspidos e agressivos com as pessoas com as quais convivemos. Para reforçar a carência, o sentimento de baixa auto-estima dos "adversários", e assim me fazer ter a falsa impressão de que "estou por cima", na frente, "dando as cartas", detendo o poder! E nós ficamos querendo e tendo tanto amor guardado, nos sentindo tão carentes, tão necessitados de afeto e respeito.
E com toda certeza, quem está do nosso lado também! 
Maria Aparecida Francisquini

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Lula quer que federações de esportes apresentem metas para a área até 2014

Yara Aquino

Repórter da Agência Brasil

Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu hoje (4) ao ministro do Esporte, Orlando Silva, que cobre dos presidentes de federações de esportes a apresentação de planos de metas com ações previstas até 2014. Com metas definidas, o presidente lembrou que será mais fácil fiscalizar a aplicação dos recursos. "Porque todo dinheiro a gente tem que colocar com base num plano de metas a ser perseguido por eles [dirigentes de federações] e fiscalizado por todos nós", disse Lula, ao participar da 3ª Conferência Nacional do Esporte.

Lula também falou sobre a necessidade de convencer prefeitos e governadores da importância de garantir espaços públicos para a prática de esportes. "Nós precisamos convencer os quase 6 mil prefeitos desse país a acreditar que o esporte é um das possibilidades que temos de encaminhar corretamente a juventude brasileira. Os espaços públicos para práticas de esportes são quase inexistentes".

Aos participantes da conferência, Lula relatou a emoção vivida na cerimônia em que o Brasil foi escolhido para sediar as Olimpíadas de 2016 e disse que o evento será uma prova de fogo para o país. "Quando chegar as Olimpíadas, nossa cara vai aparecer do jeito que nós somos. Se trabalharmos corretamente, vamos sair na foto com uma cara bonita, se ficarmos esperando que a natureza dê conta das coisas, vamos ficar com uma cara feia". 

A meta da 3ª Conferência Nacional do Esporte, que começou ontem (3) e vai até domingo (6), é discutir e aprovar um plano decenal com ações para consolidar o esporte e o lazer como política de Estado. O tema do plano é 10 Pontos em 10 Anos para Projetar o Brasil entre os 10 Mais. Os fundamentos para elaborar o documento foram discutidos em conferências municipais e estaduais de acordo com dez linhas estratégicas tais como: financiamento do esporte, infraestrutura esportiva, formação e valorização profissional e esporte de alto rendimento.


Edição: Lana Cristina


Programa Caixa de Apoio ao Patrimônio Cultural Brasileiro - Biênio 2011/2012

 

NOTA DA CAIXA

 

 

A Caixa Econômica Federal informa que estão abertas as inscrições para o Programa Caixa de Apoio ao Patrimônio Cultural Brasileiro – Biênio 2011/2012. O programa tem por objeto a seleção para patrocínio de projetos que visem assegurar a acessibilidade e a preservação do patrimônio cultural brasileiro.

 

As inscrições serão recebidas até 30 de julho de 2010 via internet, por meio do site www.caixacultural.com.br/editais.

 

02/06/2010

Assessoria de Imprensa

Caixa Econômica Federal

(61) 3206-9895

www.caixa.gov.br/caixacultural 

 

CORPUS CHRISTI

 

Corpus Christi


Todos os anos, na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade,

comemora-se o dia de Corpus Christi; expressão latina que significa o

Corpo de Cristo.


Segundo pesquisa, esta data é celebrada desde meados do ano de 1270, relembrando a Última Ceia, quando Jesus, à mesa, disse aos seus apóstolos:

"Este é meu corpo... este é meu sangue. Fazei isto em memória de mim",

e comeu o pão e bebeu o vinho, compartilhando-os com eles.


Brasil e Portugal festejam a Santa Eucaristia, que é também o momento

mais importante da missa, com tapetes coloridos, de motivos religiosos

nos desenhos, e que ornamentam as ruas por onde passa a procissão.


Em São Paulo, na cidade de Porto Ferreira, a festa é compartilhada com

as três paróquias da cidade; só que em vez de usar serragem para os enfeites

(como fazem a maiorias das cidades), este município usa de sabedoria e

de bom senso, enfeitando as ruas com alimentos doados pelo povo e que,

depois de ornamentar as ruas, são destinados às pessoas que realmente

precisam e que são assistidas por pastorais; como a Pastoral da Criança

e a Pastoral da Saúde. Esta iniciativa inteligente começou em 2008.


Minha opinião é que todos os brasileiros deveriam seguir o exemplo

de Porto Ferreira, eliminando o tradicional uso da serragem para formar

os tapetes, devido os danos que o pó da serragem pode causar à saúde; o

trabalho desnecessário da Prefeitura para efetuar a árdua limpeza (quando

tanto já há por fazer); e o desgaste inútil de seus funcionários.


Segundo pesquisa, o pó da serragem está entre outros tipos de poeira que contém substâncias nocivas à saúde e que penetram no nosso organismo

com facilidade e, além de tudo, prejudica o meio-ambiente.


A poeira é um grande inimigo da saúde por conter bactérias, fungos, tabacos.

O pulmão é o órgão responsável para filtrar essas substâncias a fim de que elas

não entrem no nosso organismo. Entretanto o trabalho do pulmão é bastante

limitado e quando essas substâncias invadem o nosso corpo podem causar asma,

bronquite, alergias, câncer de pulmão e pneumoconioses ocupacionais. Estas

provocam a inflamação do pulmão; substituição do tecido normal do qual o

órgão é constituído por um tecido fibroso; que, por sua vez, endurece o órgão.

Quando o problema evolui ao máximo o pulmão pára de funcionar.


Em Portugal os festejos em comemoração a Corpus Christi são um pouco diferentes. Antigamente festejava-se com danças, brincadeiras,

ao som de gaitas de fole e outros instrumentos musicais.

Atualmente faz-se procissões pela manhã e à tarde; e, ao meio-dia, uma missa.

A expressão máxima das festividades acontece em Braga, Porto e Lisboa.


Também é tradição em Braga, o comparecimento em massa de todos os escuteiros do Corpo Nacional de Escutas (Escutismo Católico Português),

que se formou em 1923.


O que é Escutismo?, eu também não sabia... Vejam que interessante!

"O Escutismo é um movimento cuja finalidade é educar a próxima geração como

cidadãos úteis e de vistas largas. A nossa intenção é formar homens e mulheres

que saibam decidir por si próprios, possuidores de três dons fundamentais:

Saúde, Felicidade e Espírito de Serviço."


Os princípios do Movimento Escutista são: dever para com Deus, lealdade aos

princípios espirituais; dever para com os outros; lealdade para com seu país;

dever para consigo mesmo; responsabilidade pelo seu próprio desenvolvimento.


"Isto é ser escuteiro!" Eu acrescentaria: este é um bom exemplo!


NAIR LÚCIA DE BRITTO

Jornalista


Fonte de Pesquisa: Wikipédia, Portal Unimeds e Agrupamento 643 cne

(www.cne643.blogspot.com).


 

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