quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Exercício digital: como utilizar as telas para incentivar atividades físicas durante as férias escolares?

 

Por Kelly Soares Rosa

 

Frequentemente associadas ao sedentarismo, as telas, quando usadas de forma inteligente e equilibrada, também podem ser aliadas na promoção de atividades físicas. Durante as férias, quando o tempo de tela entre crianças e adolescentes tende a aumentar, aplicativos para treinos em casa ou jogos de dança e esportes virtuais são ferramentas que podem incentivar a movimentação, ajudando a manter os jovens ativos enquanto aproveitam a tecnologia.

 

Embora o uso excessivo de telas possa impactar negativamente o desenvolvimento infantil, a chave está em limitar o tempo de tela e direcioná-lo para atividades produtivas que permitem alinhar a tecnologia com a prática de atividades físicas, mantendo o corpo ativo e a mente equilibrada. Alguns dos exemplos mais populares são Pokémon GO, Just Dance e os jogos de boxe e UFC para Wii e Kinect. Atualmente, também existem aplicativos como o Sworkit Kids, que estimula os exercícios de forma lúdica e interativa, mas sem exigir equipamentos específicos, tornando a prática de atividades físicas mais acessível.

 

O mercado de fitness digital, que inclui aplicativos e dispositivos vestíveis, já movimenta milhões de dólares globalmente. Segundo dados da Business Research Insights, o mercado global de fitness digital deve atingir US$ 44 milhões até 2031. No Brasil, o cenário segue a mesma tendência, com o aumento no uso de aplicativos de exercícios físicos e saúde.

 

Vida ativa com tecnologia

 

As redes sociais também desempenham um papel importante na promoção de um estilo de vida mais ativo durante as férias. Muitos perfis já compartilham dicas, opções de locais, atividades e eventos esportivos para aproveitar o tempo durante o período de recesso. Também é possível encontrar informações completas sobre colônias de férias e acampamentos voltados para a iniciação esportiva, que influenciam positivamente na escolha de atividades longe das telas.

 

Mesmo com o aumento no consumo de conteúdo digital, é essencial que o tempo de tela seja equilibrado com atividades físicas ao ar livre e jogos recreativos. Uma das estratégias para manter os jovens engajados na prática de exercícios é a gamificação, que pode combinar desafios interativos e colaborações para tornar a atividade física mais prazerosa e educativa, estimulando o desenvolvimento motor e promovendo o engajamento de maneira positiva. No entanto, a gamificação deve ser usada com moderação, de forma a evitar que o foco seja apenas nas recompensas como pontos e prêmios ao invés dos benefícios à saúde e ao bem-estar.

 

O papel dos pais e das escolas

 

Para os pais, incentivar o uso positivo das telas durante as férias pode ser uma tarefa desafiadora, mas com certeza não é impossível. Algumas sugestões incluem estabelecer rotinas e horários para o uso dessas tecnologias, selecionar conteúdos de qualidade e propor a participação em atividades físicas ou lúdicas ao lado dos filhos. Além disso, é importante definir metas de curto e longo prazo por meio de desafios, que podem incluir recompensas ou não. Assim, é possível estimular os estudantes a manterem uma rotina de prática de atividades físicas sem excluir o acesso às telas.

 

As escolas, por sua vez, também podem desenvolver iniciativas para integrar o uso de telas e a promoção de atividades físicas. Alguns exemplos são projetos interdisciplinares com a finalidade de propagar a importância do exercício físico, como plataformas onde os estudantes possam acessar vídeos de exercícios, dicas de saúde e de nutrição e até mesmo planos de atividades que possam realizar em casa ou em grupo.

Utilizar as telas de forma consciente e equilibrada, portanto, permite incentivar um estilo de vida ativo mesmo durante o período de férias, proporcionando saúde e bem-estar de maneira divertida.

 


 


Kelly Soares Rosa é Coordenadora de Ed. Física da unidade do Rio de Janeiro da Rede de Colégios Santa Marcelina, instituição que alia tradição à uma proposta educacional sociointeracionista e alinhada às principais tendências do mercado de educação.

sábado, 11 de janeiro de 2025

Tudo é birra? Livro infantil ensina famílias a lidar com a raiva


Educadora parental apresenta estratégias simples para acolher emoções, equilibrar reações e fortalecer os laços entre pais e filhos

Em Ari Encontra a Calma: História de Apoio para os Momentos de Raiva, a escritora e educadora parental Taisa Raphael entrega ensinamentos valiosos para ajudar as crianças – e suas famílias – a transformarem momentos de frustração em oportunidades de aprendizado e serenidade. 

Com rimas que tornam a narrativa um longo poema e ilustrações de Gleiciene Costa, o livro infantil acompanha Ari, uma ovelhinha inteligente e divertida, mas que enfrenta um grande desafio: a dificuldade em lidar com a raiva.  

Seguindo o exemplo dos adultos da família, que também deixam as emoções negativas rolarem soltas, a protagonista cria tumulto sempre que algo não sai como o esperado. 

Porém, em um sonho revelador, Ari visita a Vila da Calmaria, onde cada casinha representa uma chance de conhecer estratégias para combater essa tendência. Para isso, a tartaruga Vida, o caracol Lee, a preguiça Hanu, a coala Daina, o cavalo-marinho Ten e a coruja Tala compartilham dicas como beber um copo d’água gelado, respirar fundo, contar até dez e ouvir música.  

A raiva não está proibida.  
Faz parte! É legítima! 
Mas precisa ser ouvida,  
traduzida e entendida! 
(Ari Encontra a Calma, p. 22) 

Após aprender a importância dessas técnicas simples e acessíveis, Ari leva os ensinamentos para a família, revolucionando o modo como todos lidam com momentos de desacordo, insatisfação e decepção. Assim, a história convida pequenos e adultos a refletirem sobre o modo como reagem no dia a dia e os efeitos que isso tem no relacionamento com os filhos. 

Inspirada pela própria experiência como mãe, Taisa Raphael buscou na formação em Educação Parental uma ferramenta para entender como fortalecer os laços dentro de casa. Agora, ela transmite esses ensinamentos com uma abordagem sensível, que visa aprimorar a saúde emocional das crianças. 

Repleta de personagens cativantes e estratégias práticas, Ari Encontra a Calma é uma obra que contribui para transformar a maneira como as famílias encaram os desafios emocionais do dia a dia, promove conexões mais saudáveis e cria um ambiente acolhedor para o crescimento e o aprendizado mútuo. 

 

Ficha técnica 

Livro: Ari Encontra a Calma: história de apoio para os momentos de raiva  
Autora: Taisa Raphael 
Páginas: 32 
ISBN: 978-65-01-13577-9 
Preço: R$ 42,90 
Link de venda: Amazon 

Sobre a autora 

Taisa Raphael de Oliveira nasceu no Rio de Janeiro em 8 de janeiro de 1982. Casada e mãe de dois filhos, Bento e Eva, inspirou-se na própria jornada na maternidade para se especializar em Educação Parental, certificada pelo Instituto Eduque Bem. Os desafios e as alegrias de criar os filhos a guiaram para a prática da Educação Respeitosa, um caminho que vem transformando sua visão e abordagem da parentalidade. 

Redes sociais: Instagram   

sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

Brincar para aprender: como as férias podem ser aliadas no desenvolvimento infantil

 


Especialista em educação destaca como as brincadeiras contribuem para o aprendizado e dá dicas de como os pais podem incentivar o desenvolvimento durante o recesso escolar

As férias escolares são um momento muito aguardado pelas crianças. É o período em que elas têm a oportunidade de relaxar, brincar e aproveitar o tempo livre. Mas o que muitos pais talvez não saibam é que a brincadeira vai além da diversão: ela é essencial para o desenvolvimento cognitivo, social e emocional das crianças. Segundo Mariana Bruno Chaves, pós-graduada em psicopedagogia e especialista em educação na rede Kumon, brincar é uma forma poderosa de aprendizado.

 

"Por meio das brincadeiras, as crianças desenvolvem habilidades fundamentais, como a criatividade, a resolução de problemas, a colaboração e até mesmo conceitos básicos de matemática e linguagem. O brincar permite que elas aprendam de forma natural e significativa, conectando experiências do dia a dia com novos conhecimentos", explica Mariana.

 

Durante as férias, os pais e familiares podem aproveitar para estimular o desenvolvimento das crianças por meio de brincadeiras que incentivem a imaginação e o aprendizado. Mariana ressalta que esse período é uma oportunidade para fortalecer os vínculos familiares enquanto as crianças adquirem habilidades importantes para a vida.

 

Cinco maneiras de usar a brincadeira para estimular o aprendizado:

 

  1. Jogos de tabuleiro e cartas: além de proporcionar momentos de diversão em família, esses jogos ajudam a desenvolver o raciocínio lógico, o pensamento estratégico e a paciência. Jogos com números, como dominó ou baralho, também reforçam conceitos matemáticos de forma lúdica.

 

  1. Brincadeiras ao ar livre: atividades como esconde-esconde, pega-pega ou até jardinagem estimulam a coordenação motora, a interação social e a criatividade. Além disso, estar em contato com a natureza é fundamental para o bem-estar emocional das crianças.

 

  1. Leitura compartilhada: ler histórias juntos é uma maneira prazerosa de estimular a imaginação e ampliar o vocabulário. "A leitura é uma brincadeira que transporta a criança para diferentes mundos e, ao mesmo tempo, promove um aprendizado profundo e significativo", destaca Mariana.

 

  1. Artes e manualidades: pintar, desenhar ou criar esculturas com materiais recicláveis desenvolvem habilidades motoras finas e incentivam a expressão artística. Esses momentos também promovem a concentração e o foco, fundamentais para o aprendizado.

 

  1. Brincadeiras que envolvem desafios: montar quebra-cabeças, criar enigmas ou construir objetos com blocos de montar estimula o pensamento crítico. "Quando a criança supera desafios em uma brincadeira, ela aprende a lidar com erros e a buscar soluções, o que é uma habilidade essencial para o futuro", ressalta a especialista.

 

Ao incluir essas atividades no dia a dia das férias, os pais não apenas ajudam as crianças a se divertirem, mas também a aprenderem e se desenvolverem de forma completa. "Brincar é a linguagem da infância, e é por meio dela que as crianças se conectam com o mundo e constroem o conhecimento. Aproveitar as férias para brincar em família é um investimento no aprendizado e no vínculo emocional", conclui Mariana.

Prontos pro Mundo: Primeiro grupo de estudantes da rede pública de SP desembarca em Londres

 


Alunos partiram na quinta-feira (9) para o intercâmbio com duração de três meses no Reino Unido; ação é inédita no estado e beneficiará 1.000 estudantes por ano


Os primeiros 38 estudantes do programa Prontos pro Mundo que embarcaram na quinta-feira (9) para o primeiro intercâmbio do Governo do Estado já estão em solo inglês. O avião partiu de Guarulhos pouco depois das 15h de quinta-feira e, após uma escala em Madri, os adolescentes de 15 e 16 anos de idade chegaram a Londres, capital da Inglaterra, na manhã desta sexta-feira (10). 


Todos os alunos estão sendo acompanhados pela equipe da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) e da empresa responsável pelo intercâmbio e agora partem para a casa das famílias que o receberão durante a estadia no Reino Unido. Eles ficarão hospedados em 15 cidades diferentes, como Oxford e Worcester, por exemplo.


Os 38 estudantes integram o primeiro grupo com destino a países de língua inglesa. Eles vêm de 32 cidades do interior do estado.


Na próxima segunda-feira (13), mais 58 estudantes de todo o estado embarcam com o mesmo destino, o Reino Unido. Até o mês de abril, um total de 500 estudantes terão embarcado para o Reino Unido, Nova Zelândia, Canadá e Austrália.


Durante o intercâmbio, com duração de três meses, os alunos ficarão hospedados em casas de família, com objetivo de vivenciar e ampliar conhecimentos sobre a cultura local.


O secretário da Educação, Renato Feder, acompanhou o embarque dos estudantes na quinta-feira e destacou a abrangência do programa. “Um benefício importantíssimo do Prontos pro Mundo foi o fato de termos concentrado a seleção de estudantes em todo o estado. Nós tivemos mais de 400 cidades com alunos aptos a essa primeira seleção de 500 estudantes.


Alunos que fizeram o Saresp e cumpriram todas as regras do intercâmbio. Isso é muito importante, porque teremos alunos de cidades médias, cidades muito pequenas, que têm 2.000 habitantes, e cidades vulneráveis do estado”, disse.


Em breve, a Educação divulgará a lista dos 500 selecionados para o intercâmbio do segundo semestre. A política pública, anunciada pelo Governo do Estado em 2023, pretende levar anualmente 1.000 estudantes para o intercâmbio. 


Os alunos embarcam enquanto estudantes da 2ª série do Ensino Médio, mas a seleção começa com as provas do Saresp do 9º ano do Ensino Fundamental. Um exemplo: os estudantes que, em 2024, estavam no 9º ano, já fizeram a primeira etapa de seleção em novembro do ano passado, com o objetivo de estarem entre os viajantes de 2026.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Maria Fumaça de São João del-Rei fará mais de 80 viagens durante as férias escolares



VLI ofertará um total de 44 partidas de São João del-Rei e outras 44 de Tiradentes até o dia 2 de fevereiro de 2025

 

A Maria Fumaça, administrada pela VLI – controladora da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) –, terá um quadro de horários especial para oferecer aos turistas do Brasil e do mundo os tradicionais passeios que ligam as cidades de São João del-Rei a Tiradentes e vice-versa, no Campo das Vertentes (Minas Gerais). A viagem tem um trajeto de 12 km de extensão às margens da Serra de São José, região de rica diversidade ecológica e paisagens que ainda preservam a arquitetura do século XIX.

 

Haverá um aumento de 120% nas viagens ofertadas entre os dias 2 de janeiro e 2 de fevereiro de 2025, pois serão 88 viagens, sendo 44 partidas de São João del-Rei e outras 44 de Tiradentes. Para conferir a agenda com os horários do trem turístico, que é o mais antigo em operação no Brasil e foi inaugurado por Dom Pedro II em 28 de agosto de 1881, basta clicar aqui.

 

Passagens

 

A tarifa inteira é de R$ 86 e a meia-entrada é de R$ 43, em cada trajeto. A venda de passagens é feita por meio de totens de autoatendimento, nas estações de São João del-Rei e Tiradentes, bem como pela internet. Pela web, basta clicar no link da Buson, responsável pela venda de passagens do trem turístico. Mais informações podem ser obtidas através do site, Alô VLI pelo telefone 0800-0221211 ou WhatsApp (31) 98308-5538. 

 

A entrada é gratuita para crianças de 0 a 5 anos (no colo), mediante apresentação de certidão de nascimento ou carteira de identidade. Têm direito à meia-entrada (50%): crianças de 6 a 12 anos, com a apresentação de certidão de nascimento ou carteira de identidade; estudantes a partir de 13 anos com carteirinha válida no período e identidade com foto; pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, portando carteirinha ou laudo médico, e seu acompanhante, quando houver; pessoas a partir de 60 anos, apresentando documento de identidade com foto; professores acompanhados a cada grupo de 10 alunos; doadores de sangue ou medula óssea apresentando documento de identificação pelo Conecte SUS Cidadão ou pelo Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome); moradores da cidade de São João del-Rei e entorno, em até 50 quilômetros, mediante a apresentação de um comprovante de residência (luz, água, telefone, internet) em seu nome, além do documento de identidade, carteira de habilitação ou certidão de nascimento.

 

Os cônjuges que não têm comprovantes de residência em seu nome podem apresentar certidão de casamento. Aqueles que não têm comprovante de residência em seu nome e não são casados, podem levar a carteira de trabalho, comprovando o vínculo de trabalho na região, ou um contrato de aluguel. As crianças podem mostrar a carteirinha da escola ou declaração escolar com papel timbrado da instituição das cidades.

 

Estação de Memórias

 

Os turistas também poderão apreciar as exposições do Programa Estação de Memórias da VLI, inauguradas em São João del-Rei e Tiradentes para preservar a memória ferroviária, que faz parte do patrimônio material e imaterial de diversos municípios, e criar espaços para que as novas gerações conheçam a história da ferrovia. Elas estão instaladas na Estação de São João del-Rei – localizada na Rua Hermílio Alves, 366, Centro da cidade – e na Estação Tiradentes – situada na Rua Capitão Chaves Miranda, 2.

 

Em São João del-Rei as visitas poderão ser feitas de quarta a sábado, das 8h às 17h, e aos domingos, das 8h às 12h. Por sua vez, em Tiradentes, o funcionamento do Estação de Memórias é de quinta a sábado, das 8h às 17h, e aos domingos também das 8h às 12h.

 

O Programa Estação de Memórias reconta o passado, a partir de um processo de cocriação com as comunidades. Encontros e entrevistas identificam casos, lembranças e histórias de quem vivenciou o vai e vem dos trens. Esse conteúdo é transformado em espaços expositivos, montados na estação.


Outras atrações

Também será possível visitar o Museu Ferroviário e a Rotunda, localizados na Estação de São João del-Rei. O museu, que é o maior centro de preservação da história ferroviária do Brasil, foi inaugurado em 28 de agosto de 1981, devido ao centenário da antiga Estrada de Ferro Oeste de Minas (EFOM). Ele reúne peças que foram utilizadas na EFOM e em outras da mesma época. A visitação é gratuita e pode ser feita de quarta a sábado, das 8h às 17h, exceto aos domingos, dia em que as visitas ocorrerão das 8h às 12h.

Já a Rotunda tem uma arquitetura em forma circular e 25 linhas em seu interior convergindo para o girador manual localizado no centro do prédio. Nos dias de circulação do trem, há visita guiada às 9h e às 16h, exceto aos domingos, quando a visita guiada será às 9h. O valor do ingresso é de R$ 20 por visitante e a meia-entrada custa R$ 10, mediante apresentação de documento de identidade com foto ou certidão de nascimento para as crianças. Ele pode ser adquirido nas bilheterias de São João del-Rei e Tiradentes.

 

Para mais informações, acesse: https://www.vli-logistica.com.br/

Sol e pele: revelando verdades e minimizando riscos

 



“Não existe bronzeado bom”

“A nossa pele é como se fosse a película do celular, a linha de frente recebendo os impactos. Os raios ultravioletas agem exatamente na pele, na camada externa do nosso corpo, provocando efeitos nocivos. Eles vão oxidar a pele através dos radicais livres, causando uma série de alterações na pele, embaralhando o DNA, causando mutações que podem gerar o câncer de pele”.


A explicação acima é da Dra. Thais Helena Bello Di Giacomo, dermatologista pela USP especializada em câncer de pele. A especialista conta que começa a conversa com os pacientes dessa forma. No dia a dia de atendimentos, Dra. Thaís recebe muitas dúvidas sobre como tomar sol, uso de protetor solar e câncer de pele. Por isso, a médica reuniu os principais mitos que envolvem o assunto. Confira:


O sol diminuiu a imunidade da pele.

Dra. Thaís Bello Di Giacomo – Sim, diminui a imunidade da pele. A herpes, que costuma aparecer na boca após um dia de sol, é um ótimo exemplo de queda de imunidade da pele.

 

Bronzeado na medida certa, pode.

Dra. Thaís Bello Di Giacomo - Todo bronzeado significa que o sol chegou aonde não deveria. Se você bronzeou é porque o sol chegou no DNA da sua célula e começa a ter potencial de causar o câncer. Não existe bronzeado bom.

Posso usar o bronzeamento artificial para garantir o bronzeado e não me expor ao sol.

Dra. Thaís Bello Di Giacomo – Depende! Se for aquele de cama, de jeito nenhum! Antigamente, achávamos que apenas os raios UVB podiam causar câncer. Mas hoje sabemos que os raios UVA também são perigosos e o bronzeamento artificial ajudou a demonstrar isso. Essas câmaras bronzeiam apenas com os raios UVA. Nos locais em que são largamente utilizadas, surgiram muitos casos de melanoma, o tipo de câncer de pele mais agressivo. Os raios UVA são responsáveis pela piora e evolução do melanoma.


Já se o bronzeamento com o uso de autobronzeadores em jato, spray, cremes ou mousses está liberado. O único cuidado que eu recomendo é hidratar bem a pele!


O sol prejudica o colágeno?

Dra. Thaís Bello Di Giacomo - Sim, o sol causa o estresse oxidativo e os radicais livres se grudam nas moléculas de colágeno, causando sua destruição. Quando o paciente se expõe muito ao sol, a textura e até a cor do colágeno quando visto ao microscópio sofrem alteração.

Se não houver histórico familiar, não há risco de câncer de pele.

Dra. Thaís Bello Di Giacomo - Embora o histórico familiar possa aumentar o risco, muitas pessoas desenvolvem câncer de pele sem precedentes genéticos. A exposição ao sol e outros fatores ambientais também desempenham um papel significativo.


Rosácea pode se transformar em câncer de pele?

Dra. Thaís Bello Di Giacomo - A rosácea, embora seja uma doença de pele e mais frequente em pessoas de pele clara (assim como o câncer de pele), ela não é um fator de risco. No momento do mapeamento para lesões cancerígenas, a rosácea às vezes pode dar um pouco de dúvidas, pois lesões iniciais de carcinoma podem estar camufladas entre as lesões de rosácea.

Protetor solar é tudo igual?

Dra. Thaís Bello Di Giacomo - Não! O filtro 15 bloqueia 93% dos raios UVB. O filtro 30, por exemplo, já bloqueia 97%, e o filtro 50 mais de 98% de proteção de raios UVB.


Mas, mais importante que essa diferença na quantidade de raios UVB bloqueados, um filtro mais alto traz a vantagem de proteger dos raios UVA, responsáveis pelo envelhecimento da pele e pela piora do tipo de câncer mais agressivo, o melanoma.

Apenas pintas e manchas devem ser monitoradas para câncer de pele.

Dra. Thaís Bello Di Giacomo - O câncer de pele pode se manifestar de várias formas, incluindo feridas que não cicatrizam, protuberâncias ou mudanças na textura da pele. Qualquer alteração incomum persistente deve ser avaliada.

Passar protetor solar uma vez ao dia é suficiente.

Dra. Thaís Bello Di Giacomo - O protetor solar deve ser reaplicado a cada duas horas e após nadar ou suar, para garantir proteção contínua. O uso inadequado pode deixar a pele vulnerável à radiação ultravioleta. O ideal também é não contar apenas com o filtro solar para se proteger, mas também lançar mão de outras medidas de barreira física, como sombras, roupas, chapéus, óculos de sol e guarda-sol.

Apenas pessoas de pele clara podem ter câncer de pele.

Dra. Thaís Bello Di Giacomo - Embora o risco seja maior em pessoas de pele clara, indivíduos de todas as tonalidades de pele podem desenvolver câncer de pele. Pessoas com pele mais escura também precisam de proteção solar e exames regulares.

Preciso passar muito tempo no sol para produzir vitamina D.

Dra. Thaís Bello Di Giacomo – MITO! Precisamos ter níveis adequados de vitamina D para uma boa saúde, principalmente a saúde óssea, e o sol é um grande aliado, pois ele ativa a produção desse hormônio. Mas isso não quer dizer que é preciso ficar estatelado ao sol.


No Brasil, estudos mostram que uma vida ativa já garante exposição solar involuntária suficiente para a síntese de vitamina D, não sendo necessário que as pessoas se exponham ao sol com essa finalidade.

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

“Fizemos história pelas crianças no G20”, diz adolescente em evento inédito da Save The Children e Plan International Brasil

 



Ynara, 17, foi uma das adolescentes que entregou uma carta de 50 mil crianças a líderes do G20. Painel contou com a presença ministros e autoridades do Brasil e África do Sul e marcou a primeira vez em 25 anos de história do G20 que crianças e adolescentes participaram desse processo de decisão global

Ynara, Julia, Wellington Dias, Rotimy Djossaya, Felipe Hess, Macaé Evaristo, Mongezi Mnguni, Maria Eduarda e Renato Godoy. Crédito: Rafael Oliveira

Rio de Janeiro, 18 de novembro de 2024 - A Cúpula Social do G20 começou na última quinta-feira (14/11), no Rio de Janeiro, e as organizações Save the Children e Plan International Brasil promoveram o “Evento de Alto Nível: G20 e os Direitos de Crianças e Adolescentes”, no Espaço Kobra, no Boulevard Olímpico, Centro do Rio de Janeiro. Pela primeira vez em 25 anos de história do G20, crianças e adolescentes tiveram voz ativa para compartilhar suas preocupações e prioridades diretamente com líderes globais através de uma carta produzida em conjunto com mais de 50 mil jovens de 60 países da América Latina, Caribe, África, Ásia e Europa. Entre os representantes de países do G20, Mongezi Mnguni, Diretor de Desenvolvimento Econômico do Departamento de Relações Internacionais e Cooperação e Coordenador do G20 para a África do Sul, destacou o evento como um compromisso com o futuro e prometeu levar em consideração todas as questões da carta ao seu país. 


Também estiveram presentes à cerimônia a Ministra dos Direitos Humanos e Cidadania do Brasil, Macaé Evaristo; o Ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome do Brasil, Wellington Dias; o diretor de Programas e Advocacia da Plan International Brasil, Flavio Debique; o diretor Executivo de Política Global, Advocacia e Campanhas da Save the Children, Rotimy Djossaya; o gerente de Relações Governamentais do Crianças no G20, Renato Godoya Sherpa do C20 no Brasil, Alessandra Nilo; o sub-Sherpa do G20 no Ministério das Relações Exteriores, Felipe Hess


É a primeira vez que crianças e adolescentes participam de fato desse processo. Testemunhamos um momento histórico. A Save the Children e a Plan International Brasil junto com 20 organizações nacionais e internacionais do grupo Crianças no G20 fizeram esforços para consultar 50 mil crianças de 60 países do mundo sobre suas recomendações para líderes do G20”, afirma Karina Gomes, diretora de Advocacy e Parcerias da Save the Children no Brasil.


As adolescentes Maria Eduarda, 16, participante de projetos da Plan International Brazil; Ynara e Júlia, 17, integrantes da Oficina de Comunicação em Direitos do Centro de Defesa de Crianças e Adolescentes do Rio de Janeiro (CEDECA-RJ), organização parceira da Save the Children, moderaram o evento e representaram as crianças e os adolescentes. “Nós, crianças e adolescentes de várias partes do mundo, apresentamos essa carta para exigir o reconhecimento dos direitos das crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social e econômica. Suas decisões moldam o presente e o futuro que herdamos, e não podemos aceitar que nossas necessidades e aspirações sejam ignoradas”, afirmou Julia.


Na foto, Maria Eduarda, Ynara e Julia. Crédito: Rafael Oliveira

INSEGURANÇA ALIMENTAR, INJUSTIÇA RACIAL E POBREZA ESTÃO ENTRE AS PRINCIPAIS PREOCUPAÇÕES DOS JOVENS


A carta se divide por temas como ação climática imediata, combate à fome e à pobreza, participação política efetiva, equidade econômica e investimentos justos, além de igualdade de gênero e justiça étnico-racial. Entre as recomendações solicitadas, estão a redução de emissões de gases de efeito estufa e a proteção das florestas a partir do envolvimento das crianças e adolescentes nas decisões climáticas aos níveis local, nacional, regional e global. Em relação à insegurança alimentar, elas reforçaram a criação de políticas que garantem alimentos e assistência para crianças em situação de rua ou deslocadas. “Queremos uma infância em que lutar pela sobrevivência não seja nossa primeira lição de vida. A insegurança alimentar não é uma estatística distante para nós; é uma realidade cruel”, enfatiza Maria Eduarda.


Também são exigidos investimentos em educação e apoio às famílias dos jovens, para que tenham condições e possibilidade de construir um futuro digno, além de combate a estereótipos de gênero, etnia e raça por meio da educação e do apoio econômico de políticas públicas a grupos vulnerabilizados. “Queremos que a infância e a adolescência sejam preservadas em sua plenitude e paz. Esse é o mínimo para construir um presente e um futuro mais justo e um planeta mais sustentável, em que possamos crescer saudáveis e em segurança”, conta Julia.


“AS CRIANÇAS SÃO OS GOVERNANTES DO FUTURO”


Não podemos normalizar a pobreza, a desigualdade e a exclusão social", ressaltou Ministra dos Direitos Humanos e Cidadania do Brasil, Macaé Evaristo“Gostaria de reafirmar a alegria do governo brasileiro em acolher as muitas vozes das crianças de diferentes lugares do mundo nesse momento do G20, que inaugura o G20 Social para trazer ampla participação popular a fim de pensar desafios, soluções e questões do nosso planeta. Ao longo dos últimos 34 anos, o Estatuto da Criança e do Adolescente trouxe avanços significativos. O governo brasileiro assumiu compromisso para pôr fim à violência contra crianças e adolescentes. Na Colômbia, mais de 100 países firmaram compromisso público para enfrentar a violência contra crianças. Estou aqui mais para ouvir do que para falar. Recebi o convite do Save The Children, que atua há mais de um século no direito das crianças, para receber essa carta das crianças, que são os governantes do futuro, que suas solicitações sejam seguidas por quem está no governo do presente para construirmos o planeta do futuro.”


Ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome do Brasil, Wellington Dias, que lidera a Aliança Global Contra a Fome, cujo lançamento acontece na Cúpula de Líderes na próxima semana, reforçou sobre seu trabalho de educação integral:


“Temos feito um esforço para trabalhar de forma integrada a educação e a alfabetização. Preocupados com a evasão escolar, lançamos o programa Pé de Meia. Como diz o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não podemos dormir tranquilos sabendo que crianças e adolescentes não conseguem dormir pois não têm um copo de leite ou pão. Eu destaco na lista de prioridades a primeira infância e a alimentação escolar. Queremos melhorar a situação de crianças e adolescentes em todo o Brasil. Contem com o Brasil”. 


AÇÃO REUNIU 50 MIL CRIANÇAS E ADOLESCENTES DE 60 PAÍSES 


A carta apresentada pelas três adolescentes foi fruto de um trabalho conjunto de mais de 50 mil crianças e adolescentes de 60 países, que participaram de uma consulta global conduzida pela Save the Children e pela Plan International no Brasil, em parceria com Joining Forces, Movimiento Mundial por la Infancia (MMI-LAC) e Crianças no G20. O diretor de Programas e Advocacy da Plan International Brasil, Flavio Debique, refletiu sobre a importância de ouvir os outros países que não estão participando do G20:


“Queremos que esse espaço se mantenha não só na África do Sul ano que vem, mas em todos os espaços. A Plan e a Save the Children junto com a Join Forces e o Movimento Mundial Pela Infância fizeram uma consulta global a mais de 50 mil crianças. É importante lembrar a importância do desenvolvimento sustentável para as futuras gerações, mas é essencial notar que as futuras gerações já nasceram e a humanidade tem uma dívida com essas crianças e adolescentes. Citando Gabriela Mistral ‘para as crianças o futuro é hoje’.  Os países que não estão no G20 também precisam ser ouvidos”.


Também esteve presente na mesa “G20 e o Direito dos Adolescentes” o diretor Executivo de Política Global, Advocacia e Campanhas da Save the Children, Rotimy Djossaya, que compartilhou que todos precisam ouvir mais as crianças e adolescentes e que todos os governos federais, estaduais ou municipais sejam mais transparentes em relação a suas atividades e prioridades direcionadas ao grupo:


“Estou orgulhoso de estar aqui. Gostaria de agradecer a todos por priorizar essa agenda, estamos falando de crianças, adolescentes, presente e futuro. Eles precisam ser ouvidos e têm muito a dizer. E não apenas temos que ouvi-los, mas amplificar suas vozes. Gostaria de parabenizar o Brasil e a África do Sul. O que precisamos para as crianças é assegurar que o governo diga-as o que vem sendo realizado e o que elas veem como prioridade. Se o mundo se transformar em um lugar melhor para crianças e adolescentes será um espaço melhor para todos. Isso representa o que crianças e adolescentes são capazes de fazer se apenas acreditarmos neles.”


MOVIMENTO CRIANÇAS NO G20


gerente de Relações Governamentais do Crianças no G20, Renato Godoy, apresentou o Policy Pack, que apresenta sete grandes eixos de defesa dos direitos das crianças e adolescentes, além de um vídeo que chamava a atenção para o momento presente de colocar as crianças no centro das decisões.


“Gostaria de cumprimentar a Alessandra Nilo [Sherpa do G20 no Brasil] por toda a sua liderança à frente do G20 social. Cabe a nós, organizações e movimentos que defendem os direitos de crianças e adolescentes, garantirmos que a participação delas no G20 seja efetiva. Nosso objetivo não se encerra nem no Rio, nem na África do Sul, mas queremos expandir cada vez mais, com os olhos voltados para o sul global onde estão as crianças em maior vulnerabilidade. Nós procuramos apresentar algumas saídas, como a criação de uma liderança global no G20 para que as crianças sejam prioridade. Criamos sete recomendações em sete grandes eixos pensando também no aspecto ambiental e na hipervulnerabilidade de crianças negras, indígenas e deficientes.”


Junto a eles, Sherpas do G20 no Brasil (representantes dos chefes de Estado e de governo dos países membros do grupo) trouxeram o olhar para o grupo Crianças no G20, como Alessandra Nilo.


“O C20 é um grupo responsável por reunir a sociedade civil organizada que luta pelos direitos. Quando li as recomendações das crianças, fiquei feliz de ver como elas são alinhadas com o que buscamos. O C20 foi formalizado em 2013. Esse grupo de crianças traz um diferencial. É uma fase de formação política e no Brasil estamos perdendo essas crianças para a pobreza e para a cultura de violência. Uma das grandes preocupações do C20 é garantir um espaço seguro para essas crianças que não estão seguras dentro de suas próprias casas. Precisamos pensar em estratégias para esses adultos e estabelecer um ciclo de cuidados que as crianças precisam. Queremos formar crianças para serem cidadãos de direito com pensamento crítico e propositivo. Precisamos construir esse ativismo desde a infância.”


Durante a cerimônia foi exibido um vídeo do vice-presidente do Comitê das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança, Luis Pedernera, que não pôde estar presente no evento e partilhou seu agradecimento por esse espaço protagonizado pelas próprias crianças e adolescentes.


PARCERIA COM A ÁFRICA DO SUL


Representando a África do Sul, o diretor de Desenvolvimento Econômico do Departamento de Relações Internacionais e Cooperação e coordenador do G20 para a África do Sul, Mongezi Mnguni, revelou que levará as recomendações da carta ao país. “Gostaria de aproveitar a oportunidade para saudar os ministros presentes aqui hoje, Wellington Dias e Macaé Evaristo, para discutir quais são as questões mais importantes das crianças. Vejo esse evento como um compromisso com o futuro. Você não pode falar do futuro sem trazer para a conversa crianças e adolescentes. Estamos falando de futuros líderes. A África do Sul vai levar essas questões da carta em consideração, eu garanto. Garantir que o planeta seja sustentável para futuras gerações”. 


sub-Sherpa do G20 no Ministério das Relações Exteriores, Felipe Hees, concluiu:

“É uma honra falar da importância dos direitos das crianças e adolescentes ao lado dos outros participantes. É necessário ouvir pois não existem governos abstratos. Como a ministra [Macaé Evaristo] falou: ‘são os governantes do futuro falando com os de agora’. É um prazer fazer parte do G20 Social que é uma iniciativa pioneira e estou muito contente em saber que a África do Sul vai continuar nessa parceria”



ÍNTEGRA DA CARTA:


“Nós, crianças e adolescentes de várias partes do mundo, apresentamos essa carta para exigir o reconhecimento dos direitos das crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social e econômica. Suas decisões moldam o presente e o futuro que herdamos, e não podemos aceitar que nossas necessidades e aspirações sejam ignoradas.

Nossas recomendações a líderes do G20 são claras:


1. Ação climática imediata: O impacto das mudanças climáticas é brutal e presente. Secas, queimadas, inundações e poluição destroem nossa saúde física e mental, ameaçam nosso acesso à água limpa e comprometem nossa alimentação, especialmente em comunidades vulneráveis. Exigimos que o G20 atue com prioridade na redução de emissões de gases de efeito estufa, na proteção das florestas e que nos envolva nas decisões climáticas aos níveis local, nacional, regional e global. Nós sentimos na pele a urgência de agir — vocês também deveriam.


2. Combate à fome e à pobreza: A insegurança alimentar não é uma estatística distante para nós; é uma realidade cruel. Crianças negras, indígenas e de comunidades rurais e as meninas sofrem desproporcionalmente com a falta de alimento e oportunidades de estudo. Exigimos políticas que garantam alimentos e assistência para crianças em situação de rua ou deslocadas. Queremos uma infância em que lutar pela sobrevivência não seja nossa primeira lição de vida.


3. Participação política efetiva: Não toleramos mais sermos ignorados e ignoradas. Participamos de reuniões e discussões, mas nossas propostas são frequentemente desconsideradas. Exigimos espaços reais de formação e participação política, acesso à tecnologia e envolvimento em todas as decisões políticas que nos impactam diretamente, inclusive a nível global.


4. Equidade econômica e investimentos justos: A pobreza e a desigualdade nos impedem de crescer com dignidade e oportunidades iguais. Exigimos investimentos robustos em educação e apoio às nossas famílias, para que possamos construir um futuro digno.


5. Igualdade de gênero e justiça étnico-racial: Meninas, crianças e adolescentes negras e negros, indígenas e de comunidades tradicionais enfrentam violência e exclusão diariamente. A educação deve combater estereótipos, e as políticas públicas precisam apoiar economicamente esses grupos. Não toleraremos desigualdade.


Esperamos que esta carta convoque cada um de vocês para a responsabilidade de agir. Exigimos uma transformação real no sistema educacional, equidade, erradicação da fome e da pobreza, justiça climática e programas de financiamento que priorizem o bem-estar de cada criança e adolescente. Queremos que a infância e a adolescência sejam preservadas em sua plenitude e paz. Esse é o mínimo para construir um presente e um futuro mais justo e um planeta mais sustentável, em que possamos crescer saudáveis e em segurança.


Com a força de nossa voz e a firmeza de nossa esperança,

Crianças e Adolescentes da América Latina, Caribe, África, Ásia e Europa

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